• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Aproveitamento de óleos essenciais de extratos de flores e inflorescências de plantas identificadas em levantamento botânico do Núcleo Avançado Campus Zé Doca - IFMA na cidade de Zé Doca - MA.

Autores

Silva, G.N. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Falcão, M.S. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Oliveira, R.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Santos, T.A.S. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Santos, J.C.S. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Mendes, C.S. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Carmo, C.W.D. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Rodrigues, M.R.M. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Chaves, D.C. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI)

Resumo

A cidade de Zé Doca - MA está inserida na área de cobertura vegetal da microrregião Pindaré no estado do Maranhão e faz parte da área territorial da Amazônia Legal, que apresenta vegetação característica de mata de transição Amazônia-Cerrado e grande potencial extrativista para geração de emprego e renda. A implementação de tal atividade passa pelo conhecimento sumário de suas características, o que permitiria uma coordenação das ações a serem desenvolvidas no local. A exploração de essências a partir de extratos vegetais para utilização na indústria de cosméticos, perfumaria, indústria de alimentos e de fármacos é um exemplo de aproveitamento sustentável dos recursos naturais viáveis para a região.

Palavras chaves

bioprospecção; transição cerrado-amazôni; sustentabilidade

Introdução

A área territorial da Amazônia Legal instituída pela Lei no. 1.806/53 corresponde a cerca de 61% do território brasileiro e abrange os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins e, parcialmente, o Estado do Maranhão (SUDAM, 2020). O estado do Maranhão apresenta uma grande diversidade de ecossistemas, traduzidos por diferentes condições de vegetação, clima e solos que incluem vegetação savânica e floresta ombrófila incluindo trecho de transição entre os biomas Cerrado e Amazônia. Já o Cerrado maranhense, reúne uma grande variedade de microambientes e grande quantidade de espécimes em sua fauna e flora que permitem que a população local explore o extrativismo para sustento, tratamento de enfermidades, geração de renda e artesanato (CARRAZZA, 2012; COUTRIM, R.L., SOUZA, L.H., 2018). Trabalhos de levantamento botânico e prospecção fitoquímica são capazes de apontar alternativas para manejo sustentável e redução dos impactos do aproveitamento comercial da flora e da fauna de uma região como, por exemplo, ao identificar terpenóides em extratos de óleos essenciais com potencial para aproveitamento na produção de aromatizantes. Este estudo objetivou a catalogação de espécies vegetais da região de mata de transição cerrado-amazônia estabelecida na cidade de Zé Doca - MA através de levantamento botânico realizado nas dependências do Núcleo Avançado Campus Zé Doca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, uma área de 25 hectares de mata preservada. A proposta do estudo objetivou ainda proporcionar uma visão geral do potencial que a área possui para exploração dos recursos naturais de forma sustentável pelo aproveitamento direto de materiais e substâncias encontradas no local e o potencial para desenvolvimento

Material e métodos

Para fins de coleta e herborização de material botânico foram utilizados instrumentos de segurança pessoal, tesouras de poda, GPS e aparelho para registro fotográfico, prensas de secagem e aparato para confecção de exsicatas. O levantamento botânico foi realizado nas dependências do Núcleo Avançado Campus Zé Doca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA por meio de varredura da área para localização das espécies presentes no local para posterior coleta, herborização e produção de exsicatas. O levantamento das espécies presentes na região ocorreram por trimestre, visando observar a ocorrência de novas espécies vegetais com base na vegetação local, a umidade, e as estações predominantes, apresentando a presença de espécies locais e ocorrências de espécies novas no local. O período de coleta ocorreu de dezembro de 2021 a junho de 2022. No ato da coleta, considerando que as espécies herborizadas perdiam muitas propriedades para identificação em aplicativos e chaves botânicas, foram realizados registros fotográficos das espécies antes e no ato da coleta. Para identificação das espécies foram utilizadas chaves de identificação e os softwares e aplicativos de identificação de material botânico iNaturalistⓇ  e Google LensⓇ.

Resultado e discussão

A Partir de técnicas apropriadas, as amostras colhidas foram prensadas em papelão e folhas de jornal, produzindo então as exsicatas, uma técnica realizada a fim de estudar o potencial das plantas a serem estudadas, bem como suas identificações que ocorreram a partir de chaves botânicas.  Dezenove espécies foram coletadas, identificadas e herborizadas, conservando sua estrutura interna para posterior depósito e estudo em herbários da UEMA Campus Caxias, ao qual também foram realizadas as exsicatas de cada espécie,, como também a sua ficha de identificação, contendo seus dados como gênero e espécie, localidade, potencial de extração quando possível.  As espécies botânicas coletadas e identificadas no levantamento botânico apresentou uma grande diversidade de características, algumas com propriedades e potenciais estudados com base na literatura e outras espécies que se apresentaram com poucos estudos, sugerindo-se então a necessidade de realizar estudos visando conhecer as propriedades das espécies e o seus usos potenciais, bem como seus benefícios e malefícios ao meio ambiente e as diferentes populações que com as mesmas interagem. As espécies identificadas em chaves de identificação botânica estão distribuídas em 24 famílias: Havendo entres elas, espécies com maior potencial de extração de óleos essenciais e de estudos clínicos como a espécie Turnera subulata a qual, recentemente, estudos associaram efeitos positivos atribuídos ao gênero a maiores concentrações de arbutina, composto biológico encontrado em diferentes partes da planta (SOUZA, et al. 2016). Verificou a diminuição da secreção de citocinas, observado em tratamentos com Turnera difusa ou Turnera ulmifolia em diferentes modelos de inflamação in vivo relatados como efeitos positivos dessas plantas.

Conclusões

A proposta de catalogação de espécies em áreas de mata na cidade de Zé Doca - MA (microrregião do Pindaré, mesorregião do oeste maranhense) é uma proposta pioneira capaz de caracterizar a área e dar embasamento a estudos posteriores idealizados por novos pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa localizados na região ou advindos outros estados ou de instituições internacionais. Um grande número de espécies nativas foram identificadas e muitas delas merecem atenção especial e estudos focados na sua composição química e utilização visto que o conhecimento popular mostrou-se promissor.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFMA – Campus Zé Doca pela disponibilidade de instrumentos e insumos laboratoriais e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação – PRPGI por fomentar a pesquisa com a oferta de bolsa de estudos.

Referências

CARRAZZA, L.R. Manual tecnológico aproveitamento integral do fruto e da folha do Babaçu. 2a edição ed. Brasília, Brasil: Instituto sociedade, população e natureza, 2012.


COUTRIM, R. L.; SOUZA, L. H. Identificação de árvores de potencial medicinal nativas dos biomas caatinga e cerrado na Bahia. Geopauta, v. 2, n. 2, p. 38-45, 2018.


SUDAM - Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA): 2020-20123 / Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. - 1ª ed. amp. – Belém: SUDAM, 2020. 


SOUZA, N.C. et al. Turnera subulata Anti-Inflammatory Properties in  Lipopolysaccharide-Stimulated RAW 264.7 Macrophages. Journal of Medicinal Food. 19 (10) 2016.


MARIANO, G.M.D. Avaliação dos efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório de extrato, frações e compostos de Borreria verticillata (L.) G. Mey (Vassourinha de botão). Trabalho para obtenção de grau em mestre. 2017. (Dissertação em Ciências Fisiológicas) - Instituto De Ciências Fisiológicas Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro. Rio de Janeiro. 2017.

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