Autores
Leite, W.C. (UFPA)  ; Gomes, E.M.M.D.S. (UFPA)  ; Santos, T.P. (UFPA)  ; Silva, E.S. (UFPA)  ; Coelho, S.M. (UFPA)  ; Martins, R.B.P. (UFPA)  ; Nascimento, J.P.S. (UFPA)  ; Alves, C.N. (UFPA)
Resumo
O sumo do Pracaxi (Pentaclethra Macroloba) é um poderoso hidratante 
dermatológico, o que promove uma alta busca por produtos a partir desse óleo. O 
principal método de coleta desse óleo é pela extração por prensagem mecânica, o 
que possibilita uma quantidade considerável. O presente trabalho tem como 
objetivo a análise físico-química deste óleo, passando por testes de verificação 
de qualidade a partir de titulações. Tendo resultados de acidez em quantidades 
significativas para as amostras comparado aos autores e se é encontrado através 
do cálculo de índice de saponificação a quantidade necessária para a 
neutralização. Portanto, se foram encontrados três resultados vigentes aos dados 
e cálculos feitos postos em uma tabela de características físico-química, para 
fins de futuros trabalhos.
Palavras chaves
físico-química; Pracaxi; Pentaclethra macroloba
Introdução
Popularmente conhecida como Pracaxi a Pentaclethra macroloba (Willd.) Kuntze, é 
pertencente à família Fabaceae. Segundo (DANTAS et al., 2017), esses leguminosos 
são abundantes na região amazônica e a altura de suas árvores podem chegar a 14 
m DAP (Diâmetro na Altura do Peito) de até 59 cm (SILVA; DURIGAN, 2018). Seus 
frutos são como vagens, onde apresentam coloração verde escuro, no entanto, 
quando ocorre seu processo de maturação esta coloração torna-se marrom escuro, 
assim como suas sementes. CONDÉ, 2013 afirma que ao prensar as sementes secas 
deste vegetal, ocorre uma rápida extração de óleo. O método de prensagem a frio 
é um dos processos de extração de óleos e gorduras mais antigos. O procedimento 
para a extração do óleo de Pentaclethra macroloba foi realizado no Laboratório 
de Fármacos da Universidade Federal do Pará. O sumo deste vegetal oleaginoso é 
de suma importância para as indústrias farmacêuticas.
O óleo de Pracaxi é composto por variados ácidos graxos, onde as porcentagens 
maioritárias são de 53% ácido oleico e 16% ácido behênico, além disso, 
apresentam ácidos linoleico e lignocérico (OLIVEIRA et al, 2019). Com a presença 
destes componentes, este óleo apresenta grande potencial industrial, sendo 
utilizado demasiadamente na produção de medicamentos, cosméticos, manteigas 
capilares e sabões (MATTIAZZI, 2014). Para que ocorra a produção destes 
produtos, é necessário realizar experimentos voltados para o controle de 
qualidade do óleo. Logo, para que seja feita a sua utilização,  faz-se 
necessário um controle de qualidade do mesmo, visando os índices de 
saponificação e acidez. Mediante a este cenário, o presente trabalho visa 
analisar a partir de metodologias físico-químicas o óleo de Pracaxi, tornando-o 
viável para a produção de cosméticos.
Material e métodos
As amostras de Óleo de Pracaxi foram cedidas pelo Laboratório de Fármacos da 
Universidade Federal do Pará. Onde o método de extração utilizado foi por 
prensagem mecânica, tal processo permite com que diminua a umidade da amostra 
apresentando teores significativos ao óleo extraído (KAZMI, 2012).
As análises presentes foram determinadas através da metodologia Ca 5a-40 (AOCS, 
2003). Para início da análise físico-química,  pesou-se 1g de óleo de Pracaxi e 
adicionado a 25mL de solução álcool etílico a 99,8% , procedimento realizado em 
triplicata. Logo, ocorreu a titulação com solução de Hidróxido de Sódio 0,1M, 
como indicador utilizou-se fenolftaleína. Para compreender os resultados obtidos 
nesta análise, o volume em mililitros de NaOH consumidos pela massa em gramas 
das amostras analisadas, pode-se compreender a partir das Equações (1):
AGL%=V . N .28,2/M        (1)
Onde: AGL% = porcentagem de Ácidos Graxos Livres; V = volume de NaOH gastos 
(mL); N = normalidade de NaOH; 28,2 = constante para Ácido Oleico; M = massa da 
amostra (g).
Como relatado anteriormente, foram estudados pelos parâmetros analíticos físico-
químicos os índices de acidez e saponificação do óleo vegetal em questão. Logo, 
para determinação do índice de saponificação, diluiu-se 2g da amostra de óleo em 
25mL de solução de KOH 4% e foi aquecido em manta aquecedora  num resíduo de 
resina para que fosse em temperatura controlada durante o processo, em que assim 
permaneceu por uma hora no sistema de refluxo. Posteriormente foi realizada a 
titulação com HCl 0,5M e fenolftaleína como indicador. O procedimento foi 
realizado em triplicata e também para amostra em branco (PINHO et al., 2001). O 
cálculo do índice de saponificação é apresentado pela Equação (2):
IS=B-A. F . N . 56,1/M        (2)
Onde: IS = Índice de Saponificação (mg KOH/g); B = volume de HCl para o Branco 
(mL); A = volume de HCl para a amostra (mL); F = fator de correção de HCl; N = 
normalidade de HCl; m = massa da amostra (g); 56,1 = constante. 
Para ser obtido o índice de acidez foi utilizada a mesma metodologia, no entanto 
para adquirirmos o resultado foi necessário realizar a titulação a partir da 
padronização de NaOH 0,1M. Os valores se deram a partir da Equação (3), em 
miligramas de KOH por gramas de graxos livres. 
IA=V  . M . 56,1/M             (3)
Onde: IA = Índice de Acidez; V = volume de NaOH; M = concentração molar; 56,1 = 
constante do fator de correção de KOH. 
Resultado e discussão
A acidez do óleo de pracaxi está relacionada com a natureza e a quantidade do 
mesmo, sendo resultado da degradação da estrutura celular, quando o óleo entra 
em contato com enzimas libera ácidos graxos. Sendo assim, pode haver influência 
da maturação, estocagem, qualidade e tipo de extração. (AZEREDO ET AL., 2014).
            Através metodologia Ca 5a-40 (AOCS, 2003) foi identificado a 
percentagem para cada amostra em que se foi feito o procedimento, tendo nos 
resultados dos cálculos a primeira amostra como menor percentual de 0,48% e a 
segunda amostra com 0,55% como maior.
CÁLCULOO DE PORCENTAGEM DE ÁCIDO GRAXOS LIVRES (%)
O cálculo necessário para o cálculo necessário para calcular o percentual de 
AGL%  presente nas três amostras é um percentual de 0,48% na primeira amostra, 
0,56% na segunda amostragem e 0,55% na terceira. (OLIVEIRA et al, 2019) diz que 
no ácido graxos do pracaxi tem a distribuição de ácidos, sendo a sua  
porcentagem maior de 53% ácido oleico e 16% ácido behênico, além disso, 
apresentam ácidos linoleico e lignocérico, como mostra na figura 1 abaixo.
Processos de esterificação de ácidos graxos tem importância para a produção de 
biodiesel ao possibilitarem rotas tecnológicas baseadas em matérias-primas de 
elevada acidez, porém estas não devem apresentar alto custo  18-21 Para Ramos et 
al. (2016)
           O índice de acidez é o número de miligramas de hidróxido de potássio 
necessários para neutralizar os ácidos graxos livres (AGL), que ocorrem em 1g de 
óleo ou gordura (HARTMAN e ESTEVES, [s.d.]).
ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO (MGKOH/G)
Para se achar o índice se foi usado o cálculo do autor PINHO et al., 2000, que 
se dá a quantidade necessária para a obtenção de neutralização do ácido para que 
se faça a saponificação e afins. A base utilizada se é o KOH para a 
neutralização é importante para trabalhos futuros de saponificação.  
Os resultados de Índice de Saponificação (mgKOH\g) das amostras se deram: 0,282 
mgKOH/g na primeira, 0,286 mgKOH/g na segunda amostragem e 0, 237 mgKOH/g na 
triplicata. Na neutralização o rendimento percentual obtido é maior para 
matérias-primas e maior teor de acidez, visto que nesta reação o hidróxido reage 
com os ácidos graxos torna o óleo de pracaxi básico.
Os processos de neutralização proporcionaram nas condições experimentais 
utilizadas, uma redução significativa de acidez e teor de peróxidos, melhorando 
a qualidade das matérias-primas para sua utilização na síntese de biodiesel.
A seguir na tabela todos os rendimentos calculados para a caracterização físico-
química.
O método desenvolvido pela EMBRAPA (2015) e realizado em triplicata. Antes de 
iniciar o procedimento, é verificado o volume de NaOH necessário para 
neutralizar cada amostra com base no índice de acidez das matérias-primas, o 
resultado do índice de acidez condizente de cada amostra tem relação com a 
porcentagem de ácidos graxos. Foi obtido nos resultados que a primeira amostra 
se mostra mais ácido com 3,89 de acidez e a segunda amostra menos ácida com 4,46 
de acidez. 
O que diferencia os tipos de óleo  é o número de etapas de refinamento pelas 
quais ele passa. Isso altera a acidez, ou seja, a qualidade. Quanto menor o 
índice de acidez, mais benefícios ele terá (RAMIREZ et al., 2006).

Tabela da composição de Ácidos Graxos do Óleo de Pracaxi. Fonte: Morais; Costa et tal., 2013.

Tabela do rendimento da caracterização Físico- química do óleo de Pentaclethra macroloba. Fonte: Autor, 2022.
Conclusões
Portanto, perante os dados e aos resultados expostos no nível de acidez do óleo de 
pracaxi bruto extraído no LPDF, possui um índice de acidez baixo, para a 
quantidade de cada uma das 3 amostras em comparação a indicada por outros autores. 
Entretanto, o processo de neutralização para a saponificação demonstrou-se 
adequado  para reduzir o índice de acidez do óleo e torná-lo adequado para a 
produção. Entre os agentes neutralizantes utilizados neste trabalho, o mais 
indicado é o hidróxido de potássio por apresentar maior rendimento e resultar em 
um óleo com menor índice de acidez e no cálculo de índice de saponificação foi 
achado o valor ideal para se neutralizar o óleo de pracaxi nas três amostras 
presentes e para futuros trabalhos com os óleos. O que leva à conclusão que o óleo 
extraído, é de boa qualidade e está apto para uso externo conforme as normas e 
padrões estabelecidos pela ANVISA.
Agradecimentos
A Universidade Federal do Pará, ao Instituto de Ciências e Exatas Naturais, a 
orientador Cláudio Nahum e a supervisora Juliana Pires que nos auxiliou em todos 
os processos, muito obrigada. 
Referências
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