Autores
Lima, F.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Martins, R.B.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Silva, E.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Martins, L.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
O Brasil se sobressai a outros países por possuir em seu território um vasto 
acervo de plantas oleaginosas, que podem ser aplicadas em diversas finalidades. O 
óleo de andiroba (Carapa guianensis) é a espécie que mais se destaca, pois além do 
seu uso medicinal, ele possui muitas outras aplicações.  Diante disso, o presente 
trabalho objetiva-se em verificar por meio de analises físico-químicas, a 
qualidade do óleo de andiroba extraído artesanalmente e averiguar se os resultados 
estão em conformidade com a literatura. Os resultados apontam que o óleo analisado 
está em ótimo estado de conservação.
Palavras chaves
Óleo de andiroba; Extração; Análises físico-químicas
Introdução
O Brasil possui um vasto acervo de plantas oleaginosas, por esse motivo o país 
tem se destacado, haja vista que, os óleos vegetais(OV) podem ser aplicados com 
diversas finalidades.  A andiroba é uma das inúmeras espécies de plantas 
oleaginosas encontradas no Brasil, e trata-se de uma árvore que pode ser 
encontrada principalmente na Amazônia e também na África e América central, 
pertencente à família Meliaceae, sua altura pode chegar até 30 metros e seu 
diâmetro a 120 centímetros. O período de amadurecimento dos frutos ocorre duas 
vezes ao ano, fevereiro-março e junho-julho. Segundo Ribeiro et al (2021), o 
óleo de andiroba vem sendo aplicado na medicina com múltiplas finalidades, 
dentre as quais os autores destacam algumas ações como: anti-inflamatória, 
redutora nas dores causadas por reumatismo ou artrite, redutora de algumas 
doenças respiratórias, entre outras, e ressaltam os efeitos terapêuticos do óleo 
de andiroba no combate a algumas doenças.  Diante do exposto o presente trabalho 
objetiva-se em verificar por meio de  análises físico-químicas, a qualidade do 
óleo vegetal de andiroba (Carapa guianensis) extraído artesanalmente e averiguar 
se os resultados obtidos então em conformidade com a literatura e com os padrões 
de qualidade estabelecidos pela ANVISA.
Material e métodos
O óleo de andiroba coletado para análise foi extraído de maneira artesanal por 
uma moradora da  localidade de Boa Vista do Iririteua, situada no município de 
Curuçá no estado do Pará, que doou aproximadamente 400 mL do óleo, que foi 
utilizado para as análises laboratoriais. 
A extração do óleo se dá em conformidade com o diagrama apresentado na Figura 1. 
Em conformidade com os relatos da moradora, o processo inicia-se com a coleta 
das sementes/frutos, que em seguida são selecionados e lavados, na sequência 
levados ao fogo para o cozimento. Após tempo de cozimento, os frutos ficam em 
descanso por 30 dias, para então serem quebrados um a um, afim de retirar a 
massa que está dentro. As massas são preparadas amassando-as com as mãos e 
separando em porções menores, que são colocadas em uma bacia de alumínio com uma 
determinada inclinação, para que o óleo que sai da massa possa escorre e 
depositar-se na parte mais baixa da bacia. O óleo é retirado do recipiente com o 
auxílio de uma colher e armazenado em garrafas de vidro ou de plástico. As 
análises físico-químicas foram desenvolvidas no Laboratório de Síntese e 
Biotransformação, localizado no prédio do Laboratório de fármacos, vinculado ao 
programa de pós graduação em química (PPGQ) da Universidade Federal do Pará, 
campus do Guamá. O índice de acidez do andiroba foi determinado de acordo com a 
metodologia desenvolvida pelo instituto Adolfo Lutz (2008). O pH foi 
caracterizado conforme a metodologia de Pereira et al. (2018). A massa 
específica foi determinada com base no método do picnômetro, recomendado pelo 
Instituto Adolfo Lutz (2008). E utilizou-se o protocolo CD 3C-91 da AOCS (2009) 
para determinar o índice de saponificação (IS). 
Resultado e discussão
Os resultados das análises estão contidos na Tabela 1. O valor de pH(5,39) 
obtido está entre os resultados encontrados por Silva e colaboradores (2014), 
que ao caracterizarem três grupos de óleo de andiroba de lugares diferente, 
obtiveram valores médios de 4,95 (supermercado), 5,80 (Bragança) e 5,83 (Ver-O-
Peso). O índice de acidez obtido(2,64 mg.KOH/g) está entre os valores 
encontrados por outros autores como para Cruz et al (2011) que  obtiveram 
valores entre 5,11 e 13,59 mg. KOH/g. No entanto observou-se uma diferença 
significativa em comparação com outros autores como para Ralph, Figliuolo & 
Nunomura (2014) que  alcançaram resultados entre 67,44 e 68,63 (mg NaOH/ g 
óleo).  Apesar da disparidade nos resultados em comparação com estes 
autores, salienta-se que os achados neste estudo, encontram-se dentro dos 
padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que define 
uma acidez máxima de 4,0 mg. KOH/g para óleos prensados a frio e não refinado 
(ANVISA, 2005).  Em relação a massa específica( média de 0,9019) e índice de 
saponificação(média de 235,43mg. KOH/g-1), observou-se valores aproximados, 
sendo 0,88 kg/m3 o valor máximo para densidade e  de 238,84mg.KOH g-1 para o 
índice de saponificação (RALPH, FIGLIUOLO & NUNOMURA, 2014; SILVA et al, 2014 e 
OLIVEIRA et al 2016). O baixo índice de acidez encontrado, indica que o óleo 
analisado está em ótimo estado de conservação, pois quanto maior I.A mais 
degradado está o óleo(RALPH, FIGLIUOLO & NUNOMURA, 2014; SILVA, 2018). O 
resultado encontrado para o índice de saponificação indica a presença de ácidos 
graxos em sua formação de peso molecular semelhante a maior parte dos óleos 
vegetais, que possuem índices de saponificação superiores a 181 mg. KOH/g-1” 
(OLIVEIRA  et al 2016).

Diagrama de extração do óleo de andiroba

Resultado da análises aplicadas no óleo de andiroba(Carapa guianensis)
Conclusões
Depreende-se que o óleo de andiroba (Carapa guianensis) possui diversas aplicações 
além do seu uso medicinal. Em relação ao óleo analisado neste trabalho, os 
resultados estão em conformidade com a literatura e com os padrões de qualidade 
estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Compreende-se ainda 
que, o óleo analisado está em ótimo estado de conservação, devido ao seu baixo 
índice de acidez. 
Agradecimentos
A Univesrsidade Federal do Pará e ao Laboratório de Planejamento e Desenvolvimento 
de Fármacos.
Referências
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BRASIL, Agencia Nacional De Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada- RDC nº 270 de 22 de setembro de 2005. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0270_22_09_2005.html> Acessado em 30  jul. 2022.
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