Autores
Farrapeira, R. (INCT)  ; Andrade, Y. (UNIT)  ; Schneider, J. (UNIPAMPA)  ; Bjerk, T. (UNIT)  ; Krause, L. (UNIT)  ; Caramão, E. (ITP/UNIT)
Resumo
O Brasil se destaca no campo da transformação de resíduos agroindustriais, 
principalmente devido à sua alta biodiversidade. Neste trabalho, fibras de coco 
verde foram utilizadas na produção de bio-óleo por pirólise. O bio-óleo foi 
fracionado por cromatografia líquida preparativa em sílica (PLC) utilizando 
solventes em diferentes polaridades. O bio-óleo e suas frações foram analisados 
por GC/qMS. O PLC do bio-óleo aumentou em cerca de 170% o número de compostos 
identificados em relação ao bio-óleo original (não fracionado), além de permitir 
o isolamento de compostos apolares (principalmente hidrocarbonetos), a partir de 
compostos polares (principalmente fenóis, aldeídos e cetonas). Dentre os 
compostos, destacam-se os fenóis, além de derivados de furfural e 
hidrocarbonetos.
Palavras chaves
Pirólise; PLC; GC/qMS
Introdução
A demanda mundial por energia tem impulsionado pesquisas sobre alternativas aos 
combustíveis fósseis, como o uso de biomassa, por exemplo. No entanto, a 
biomassa tem se destacado muito mais na produção de alternativas para uso não 
energético, ou seja, na produção de insumos para as indústrias química, 
alimentícia e farmacêutica. Todas as indústrias baseadas em combustíveis 
fósseis, além da energia, serão beneficiadas com o uso da biomassa. 
Bioplásticos, medicamentos, aditivos alimentares e outros produtos, derivados 
típicos da cadeia petroquímica, podem ser obtidos a partir de uma biorrefinaria 
baseada em diferentes biomassas. O equilíbrio mais promissor pode ser alcançado 
no aproveitamento de resíduos agroindustriais (como palha e bagaço de cana-de-
açúcar, fibra de coco, casca de arroz e outros), pois o ganho é aumentado pela 
redução do volume de material que seria descartado, impactando o meio ambiente, 
e o ganho econômico associado a esse uso.
Para ampliar o uso da biomassa, é necessário desenvolver tecnologias para o 
conhecimento e uso desses materiais, a partir de sua caracterização. Dados sobre 
as propriedades físicas e químicas dos materiais podem fornecer informações 
sobre sua toxicidade, qualidade e estabilidade e, posteriormente, serem 
utilizados para definir parâmetros de conversão e aplicação. Para caracterizar a 
biomassa e permitir seu manuseio, é fundamental conhecer propriedades como 
umidade, material volátil, carbono fixo, composição elementar e características 
de sua degradação térmica. Uma alternativa viável para a conversão da biomassa 
residual é a produção de bioóleo por pirólise. Nesse processo, o material é 
decomposto em uma atmosfera inerte, que vai gerar um sólido poroso (biochar), 
gases (que podem ser utilizados para gerar calor para o próprio processo) e 
produtos líquidos com imensa variedade de composição e aplicações.
O bio-óleo é uma mistura complexa de diferentes classes de compostos, como 
cetonas, fenóis, aldeídos, hidrocarbonetos e necessita de algumas tecnologias de 
aprimoramento (upgrade) que proporcionem um aumento em sua qualidade, 
principalmente para a produção de produtos químicos com alto valor agregado, ou 
mesmo em aplicações como biocombustíveis.
Dentre os processos de atualização para isolar compostos de interesse presentes 
no bioóleo, destacam-se aqueles utilizados para isolar classes de compostos, 
como fracionamento e extrações. O upgrading de bio-óleo via 
extração/fracionamento pode incluir extração com solvente orgânico, extração com 
fluido supercrítico, extração com líquido iônico, destilação fracionada, 
cromatografia líquida preparativa, separação por membrana, eletrossorção e 
outros. Todas as técnicas de upgrade visam melhorar a qualidade do bio-óleo, 
isolar grupos químicos de interesse e melhorar o processo de análise 
cromatográfica adicional (como GC/qMS).
A cromatografia líquida preparativa (PLC) utiliza colunas cromatográficas que 
separam os compostos por eluição com solventes orgânicos de diferentes 
polaridades, visando uma melhor separação das classes químicas presentes no bio-
óleo, permitindo a qualificação e quantificação dessas classes.
A utilização do coco verde, comumente encontrado nas praias do nordeste 
brasileiro por sua famosa “água de coco”, é uma constante preocupação ambiental, 
devido à grande quantidade de resíduos produzidos e descartados de forma 
incorreta (fibras de coco). A redução do volume desse material é uma necessidade 
urgente e, se somar a essa redução algum aproveitamento desses resíduos, 
estaremos colaborando para solucionar os dois problemas: ambiental e econômico.
Com este cenário, o presente trabalho tem como objetivo realizar a pirólise 
rápida da fibra de coco verde gerada em Aracaju (nordeste do Brasil), produzindo 
e analisando o bio-óleo gerado e aplicar uma metodologia de fracionamento PLC 
deste bio-óleo para facilitar a análise de os constituintes (via GC/qMS) 
permitindo possíveis aplicações industriais.
Material e métodos
MATERIAIS E REAGENTES
A biomassa utilizada neste trabalho foi a fibra de coco verde (Cocos nucifera L. 
var. anão), fornecida por uma fazenda particular em São Cristovão, Sergipe, 
Brasil (latitude 10°57'28''S e longitude 37°8'54 ''C). As fibras de coco verde 
foram moídas em moinho industrial (Fortalmag) e secas em forno elétrico (SPLabor 
Modelo SP-100) a 70 ºC por três dias. Após a secagem, as fibras foram novamente 
moídas, em moinho de facas tipo willye (SPlabor modelo SP-31), reduzindo suas 
partículas para cerca de 32 a 60 mesh. 
CONDIÇÕES DE PIRÓLISE
Foi utilizado um reator de aço inoxidável (30 cm de comprimento, 5,1 cm de 
diâmetro interno),fig1, e a metodologia de pirólise foi: temperatura de 
pirólise e o tempo de residência foram mantidos em 700 ºC e 15 min, 
respectivamente. Foram utilizados 20 g de biomassa. A taxa de aquecimento foi 
definida em 100 °C/min e o fluxo de nitrogênio de 100 mL/min, com as análises 
realizadas em triplicata, totalizando seis pirólises. Ao final de cada pirólise, 
as frações líquidas foram coletadas em um tubo de ensaio previamente pesado, 
sendo calculados os rendimentos das frações.
FRACIONAMENTO PLC
Cerca de 200 mg de bio-óleo foram solubilizados em 5 mL de diclorometano (DCM) e 
adicionados a 1 g de sílica gel previamente ativada, sendo vigorosamente 
misturados. Após a evaporação completa do solvente, esta sílica impregnada com o 
bio-óleo foi transferida para o topo de uma coluna de vidro (20 cm x 1 cm) 
previamente recheada com 10 g de sílica ativada, utilizando n-hexano. Em 
seguida, o bio-óleo foi eluído com os seguintes solventes de diferentes 
polaridades e as respectivas frações foram coletadas: Fração 1 (FR1): eluída com 
25 mL de n-hexano; Fração 2 (FR2): eluída com 20 mL de mistura n-hexano/tolueno 
(1:1); Fração 3 (FR3): eluída com 25 mL de mistura de diclorometano/tolueno 
(4:1); Fração 4 (FR4): eluída com 25 mL de mistura de acetona/diclorometano 
(4:1); Fração 5 (FR5): eluiuda com 25 mL de metanol. O procedimento foi 
realizado em triplicata, e os rendimentos em cada fração foram calculados após a 
evaporação do solvente com auxílio de um fluxo suave de N2.
ANÁLISES POR GC/QMS
O bio-óleo e frações foram analisadas em cromatógrafo gasoso acoplado a um 
espectrômetro de massas (GC/qMS), modelo GC/qMS-QP 2010 Ultra (Shimadzu, Japão). 
A coluna capilar utilizada foi uma DB-5 (polidimetilsiloxano com 5% de grupos 
fenil - J&W Scientific, Agilent Technologies, EUA) com 60 m de comprimento, 0,25 
mm de diâmetro interno e 0,25 μm de fase de espessura. Hélio com pureza de 
99,999% (White Martins, Aracaju, SE) foi utilizado na vazão de 1 mL min-1. O 
forno foi aquecido de 40 ºC a 3 ºC min-¹ até 300 ºC, onde foi mantido por 10 
min. Injetor, Detector e Interface foram mantidos a 280 °C e a energia de 
ionização por impacto de elétrons foi de 70 eV, com multiplicador de elétrons em 
0,82 kV. A injeção foi no modo splitless.Todos os dados foram processados pelo 
software GCMS-Solution versão2.0
Resultado e discussão
RENDIMENTOS
Os rendimentos de massa obtidos para a fração líquida (bio-óleo mais água), 
biocarvão e gases foram 31,66% ± 3,31, 29,15% ± 4,32 e 39,19% ± 1,04, 
respectivamente. Em geral, o rendimento de massa da pirólise neste trabalho foi 
satisfatório e semelhante a outras desenvolvidas com fibras de coco verde 
(Almeida et al., 2013; Schena, 2019; Bispo et al., 2016). O bio-óleo foi 
separado da água por decantação, obtendo-se 6,46% ± 0,52 de bio-óleo anidro. Os 
rendimentos dos produtos de fracionamento de bio-óleo, com seus respectivos 
desvios padrão para três determinações, podem ser vistos na tab1. Os 
fracionamentos foram realizados em triplicata, apresentando desvios padrão 
conforme o esperado para este tipo de experimento com amostra real. As 
recuperações para todos os experimentos foram superiores a 80% e podem ser 
consideradas aceitáveis devido à possibilidade de retenção irreversível da 
coluna mesmo após a passagem de um solvente forte, como o metanol. A 
distribuição seguiu aproximadamente a mesma tendência, com maior percentual na 
quarta fração (FR4), eluída com acetona e diclorometano, e menor percentual para 
a primeira fração (FR1) eluída com hexano. Esses resultados confirmam a grande 
quantidade de compostos polares e oxigenados presentes nas amostras de bio-óleo 
e apresentaram distribuição semelhante com mais de 80% de compostos polares e 
menos de 5% de compostos apolares. Esses valores estão de acordo com os obtidos 
no fracionamento desenvolvido por Cunha et al. (2013), que propuseram um 
fracionamento pressurizado do bio-óleo produzido a partir da palha da cana-de-
açúcar utilizando solventes com polaridades semelhantes aos utilizados no 
fracionamento PLC de coluna aberta proposto neste trabalho.
ANÁLISES POR GC/QMS
Os cromatogramas de íons totais (TIC), no modo SCAN do bio-óleo antes do 
fracionamento e suas respectivas frações, podem ser visualizados na Fig2. Alguns 
compostos principais são destacados nos cromatogramas. Em relação ao bio-óleo 
bruto, os resultados encontrados corroboram com os relatados por Almeida et al., 
(2013), Bispo et al., (2016) e Schena et al. (2020). Vários compostos foram 
identificados, pertencentes principalmente à classe química dos fenóis, cetonas 
e hidrocarbonetos, com um total de 98 picos identificados pelo índice de 
retenção.
A identificação completa dos compostos nas frações é apresentada e mostra a 
distribuição de acordo com a área relativa do pico% (que foi usada como análise 
semiquantitativa) e os dados do LPTRI. 240 compostos foram identificados 
provisoriamente nas frações de bio-óleo. Pode-se observar que alguns compostos 
de menor intensidade não apresentaram boa resolução cromatográfica, com picos 
parcialmente co-eluídos, demonstrando a complexidade da amostra. No entanto, 
muitos picos podem ser identificados a partir dos índices de retenção e 
espectros de massa.
Para uma melhor interpretação quantitativa dos dados após o fracionamento do 
bio-óleo, calculou-se a concentração de cada composto multiplicando a 
porcentagem de área de cada composto pelo rendimento de massa da respectiva 
fração (conforme fig3). Então, a concentração final de cada composto corresponde 
à soma desses valores encontrados em cada fração. Por exemplo, o composto 
Vanilina (4-Hidroxi-2-metoxibenzaldeído, RT = 39,11 min) foi encontrado nas 
frações FR-2 (com 0,55% ou 0,55 x 0,1905 = 0,10 g/100g =), FR-3 (4,98% ou 4,98 x 
0,1918 = 0,96 g/100 g), FR-4 (0,92% ou 0,92 x 0,3131 = 0,29 g/100 g) e FR-5 
(0,20% ou 0,20 x 0,2726 = 0,06 g/100 g). O total deste composto corresponde a 
0,10 + 0,96 + 0,29 + 0,06 = 1,41 g em cada 100 g de bio-óleo. Os compostos com 
maiores concentrações podem ser visualizados na tab2. Esses compostos podem ser 
considerados os mais importantes no bio-óleo e podem caracterizar esse tipo de 
bio-óleo indicando as possibilidades de usos.
O catecol e seus derivados destacam-se como os principais compostos de maior 
interesse do ponto de vista industrial nesta amostra, totalizando 23,06 g por 
100 g de bio-óleo. Ainda entre os fenóis, os alquilfenóis aparecem com 2,77 
g/100g, enquanto os derivados siringol aparecem com 7,81g/100g. Além dos fenóis, 
destaca-se a presença de hidroximetilfurfural (HMF) na concentração de 3,81 
g/100 g. É importante destacar que alguns compostos mais leves, principalmente 
fenol e alquil-fenóis, não aparecem nas frações, mas se destacam no bio-óleo 
bruto, provavelmente porque foram perdidos durante a evaporação do solvente.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é, por meio do fracionamento do bio-
óleo, demonstrar sua grande complexidade e a impossibilidade de identificar e 
quantificar seus constituintes sem um procedimento de fracionamento prévio. No 
entanto, é preciso considerar que esse processo pode levar a perdas normais nos 
processos laboratoriais, podendo incorrer em erros como os aqui considerados.
Para facilitar a visualização dos dados aqui obtidos, apresenta-se um resumo dos 
dados semiquantitativos (Fig 1): as classes químicas foram distribuídas de 
acordo com a área relativa do pico (%) em cada fração; Os compostos foram 
agrupados em apenas três classes principais: Fenóis, Não Fenólicos Oxigenados e 
Hidrocarbonetos. 
Analisando esta Figura, percebe-se que o teor de hidrocarbonetos (linha 
vermelha) é maior nas Frações F1 e F5, diminuindo significativamente para as 
demais frações, enquanto o teor de fenol é praticamente zero nestas frações, com 
valores maiores nas frações 2 e 4 , além de bio-óleo. A distribuição dos demais 
compostos oxigenados (não fenólicos) ocorre principalmente nas frações FR2 a 
FR5. O fracionamento do bio-óleo possibilitou a identificação de um grande 
número de hidrocarbonetos em FR1 e FR5. No FR1, 94,67% da amostra é representada 
por hidrocarbonetos sendo 49,11% de alcanos, 36,95% de alcenos e 8,61% de 
aromáticos mas é preciso notar que esta fração teve um rendimento muito baixo 
(cerca de 3%), então a presença de hidrocarbonetos não foi tão significativo. 
Esta fração apresentou 72 picos. Em um estudo de Bordoloi et al., (2016) [32] 
utilizando o fracionamento PLC-4 em sílica (solventes: hexano, tolueno, acetato 
de etila e metanol) de bio-óleo da pirólise da microalga Scenedesmus dimorphu, 
encontraram hidrocarbonetos e fenóis como compostos principais. Na primeira 
fração (hexano) predominaram os saturados (n-alcanos, olefinas e hidrocarbonetos 
ramificados). O FR2 apresentou maior rendimento e também maior número de 
compostos (109), se comparado ao FR1, e o teor de hidrocarbonetos foi baixo 
(~10%), com prevalência de compostos oxigenados (~90%), com 54,23% de fenóis. Do 
FR2 ao FR4, pode-se observar que os fenóis são, também, os compostos 
majoritários.
No FR3, houve algumas coeluições e contaminações, porém, obteve-se um total de 
76 picos provisoriamente identificados, distribuídos entre fenóis com 47,63% de 
área percentual, cetonas com 14,04%, ácidos com 11,17%, aldeídos com 9,59%, 
ésteres com 7,38% e hidrocarbonetos, principalmente alcanos, com 5,49%.
A fração FR4 foi caracterizada como uma das mais polares, e apresentou 44 picos 
identificados, sendo os fenóis a classe química mais proeminente. Apesar de ser 
a fração com menor número de picos identificados, o perfil da fração FR4 foi o 
que apresentou perfil mais semelhante ao bio-óleo bruto, em termos de 
porcentagem de área de grupos químicos, apresentando uma pré-concentração de 
fenóis ( 60,14%), seguido de aldeídos (10,47%), cetonas (9,02%), ácidos (9,32%), 
álcoois (5,50%), ésteres (4,91%).
A última fração (FR5) apresentou 63 picos identificados, com resultados mais 
heterogêneos em área percentual. A PLC permitiu aumentar o número total de 
compostos identificados: de 99 compostos encontrados em bio-óleos não 
fracionados, para 240 nas frações FR1, FR2, FR3, FR4 e FR5. Esse número é 
semelhante ao encontrado por Barros et al. usando cromatografia gasosa 
bidimensional abrangente. O fracionamento aplicado neste trabalho mostrou-se 
eficiente para analisar o bio-óleo por meio de GC/qMS.

Neste anexo estão a figura 1, figura 2 e figura 3

Nesta figura estão a tabela 1 e a tabela 2
Conclusões
Neste trabalho foi confirmado que a pirólise de resíduos agroindustriais, como a 
fibra de coco verde, pode ser um processo eficiente para a produção de compostos 
químicos de alto valor industrial. Produtos químicos valiosos como fenóis e 
metoxifenóis foram obtidos em bio-óleos, apresentando assim um excelente potencial 
para a produção de derivados utilizados nas indústrias química, farmacêutica e 
alimentícia. A análise por GC/qMS dessas frações comprovou a eficiência do 
fracionamento e também que vários compostos, principalmente hidrocarbonetos, não 
seriam identificados na amostra original, sendo analisados somente após o 
fracionamento. Os bio-óleos apresentaram altos teores de fenóis e uma composição 
complexa que foi simplificada através do processo de fracionamento. Neste 
processo, a separação das frações permitiu uma melhor caracterização dos 
compostos, aumentando o número de compostos identificados, além de identificar 
novos compostos que não seriam identificados sem o processo de fracionamento.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao apoio financeiro do CNPq, FAPITEC, CAPES e PETROBRAS.
Referências
L. Dai, Y. Wang, Y. Liu, C. He, R. Ruan, Z. Yu, L. Jiang, Z. Zeng, Q. Wu, A review
on selective production of value-added chemicals via catalytic pyrolysis of
lignocellulosic biomass, Sci. Total Environ. 749 (2020) 142386. DOI:
10.1016/j.scitotenv.2020.142386
[2] Qiu B, Yang C, Sho Q, Liu Y, Chu H (2022) Recent advances on industrial solid waste catalysts for improving the quality of bio-oil from biomass catalytic cracking: A review, Fuel 315: 123218. DOI: 10.1016/j.fuel.2022.123218
[3] Yaashika PR, Kumar PS, Varjan S (2022) Valorization of agro-industrial wastes for biorefinery process and circular bioeconomy: A critical review, Bioresour. Technol. 126126. DOI: 10.1016/j.biortech.2021.126126
[4] Cho EJ, Trinh LTP, Song Y, Lee YG, Bae HJ (2020) 560 Bioconversion of biomass waste into high value chemicals, Bioresour. Technol. 298: 122386. DOI: 10.1016/j.biortech.2019.122386 [5] Douvartzides S, Wang W, Papadakis VG, Polychronopoulou K, Goula MA, Charisiou ND (2022) Catalytic fast pyrolysis of agricultural residues and dedicated energy crops for the production of high energy density transportation biofuels, Part I: Chemical pathways and bio-oil upgrading, Renew. Energy 185: 483-505. DOI: 10.1016/j.renene.2021.12.083
[6] Luo Y, Li Z, Li X, Liu X, Fan J, Carrk JH, Hu C (2019) The production of furfural
directly from hemicellulose in lignocellulosic biomass: A review, Catal. Today: 14-24. 10.1016/j.cattod.2018.06.042
[7] Opia AC, Hamid MKBA, Syahrullail S, Rahim ABA, Johnson CAN (2021) Biomass as a potential source of sustainable fuel, chemical and tribological materials – Overview, Materials Today: Proceedings, 2020, Mater. Today: Proceedings 39: 922 - 928. 10.1016/j.matpr.2020.04.045
[8] Burhenne L, Messmer J, Aicher T, Laborie MP (2013) The effect of the biomass components lignin, cellulose and hemicellulose on TGA and fixed bed pyrolysis, J. Anal. Appl. Pyr. 184: 177 - 184. DOI: 10.1016/j.jaap.2013.01.012
[9] Mortensen PM, Grunwaldt JD, Jensen PA, Knudsen KG, Jensen AD (2011) A review of catalytic upgrading of bio-oil to engine fuels, Appl. Cat. A: General 407(1- 2): 1 - 19. DOI: 10.1016/j.apcata.2011.08.046 
[10] Lazzari E, Schena T, Marcelo MCA, Primaz CT, Silva AN, Ferrão MF, Bjerk TR, Caramão EB, (2018) Classification of biomass through their pyrolytic bio-oil composition using FTIR and PCA analysis, Ind. Crop. Prod. 111: 856-864. DOI: 10.1016/j.indcrop.2017.11.005
[11] Michailof CM, Kalogiannis KG, Sfetsas T, Patiaka 585 DT, Lappas AA (2016) Advanced analytical techniques for bio‐oil characterization, Wiley Interdisciplinary Reviews: Energy and Environment, 5(6): 614 - 639. DOI: 10.1002/wene.208 
[12] Kanaujia PK, Naik DV, Tripathi D, Singh R, Poddar MK, Konathala LSK, Sharma
589 YK (2016) Pyrolysis of Jatropha Curcas seed cake followed by optimization of liquid liquid extraction procedure for the obtained bio-oil, J. Anal. Appl. Pyr. 118: 202 204. DOI: 10.1016/j.jaap.2016.02.005
[13] Schena T, Lazzari E, Primaz CT, Krause LC, Machado ME, Caramão EB (2020)
Upgrading of Coconut Fibers Bio-Oil: An Investigation By GC× GC/TOFMS, J.
Environ. Chem. Eng. 2020: 103662. DOI: 10.1016/j.jece.2020.103662
[14] Chan YH, Loh SK, Chin BLF, Yiin CL, How BS, Cheah KW, Wong MK, Loy ACM, Gwee YL, Lo SLY, Yusup S, Lam SS (202) Fractionation and extraction of bio-oil for production of greener fuel and value-added chemicals: recent advances and future prospects, Chem. Eng. J. 397: 125406. DOI: 10.1016/j.cej.2020.125406 [15] Onorevoli B, Machado ME, Polidoro AS, Corbelini VA, Caramão EB, Jacques RA (2017) Pyrolysis of Residual Tobacco Seeds: Characterization of Nitrogen Compounds in Bio-oil Using Comprehensive Two-Dimensional Gas Chromatography with Mass Spectrometry Detection, Energy Fuels 31(9): 9402-9407. DOI: 10.1021/acs.energyfuels.7b00405 
[16] Sheng C, Azevedo JLT (2005) Estimating the Higher Heating Value of Biomass Fuels from Basic Analysis Data, Biom. Bioenergy 28: 99-507. DOI: 10.1016/j.biombioe.2004.11.008
[17] Barros JA, Schneider JK, Farrapeira RO, Andrade YB, Krause LC, Bjerk TR, Caramão EB (2021) Recovery of waste biomass: pyrolysis and characterization of sugarcane residues and their bio-oils, Biofuels 609 2021: 1 - 10. DOI:10.1080/17597269.2021.1992954 [18] Almeida TM, Bispo MD, Cardoso ART, Migliorini MV, Schena T, De Campos MCV, Machado ME, López JA, Krause LC, Caramão EB (2013) Preliminary studies of bio-oil from fast pyrolysis of coconut fibers, J. Agric. Food Chem. 61 (2013) 6812– 6821. DOI: 10.1021/jf401379s [19] Bispo MD, Barros JA, Tomasini D, Primaz CT, Caramão EB, Dariva C , Krause LC (2016) Pyrolysis of Agroindustrial Residues of Coffee, Sugarcane Straw and Coconut-Fibers in a Semi-pilot Plant for Production of Bio-oils: Gas Chromatographic
Characterization, J. Earth Sci.Eng. 235: 235-244. DOI: 10.17265/2159 581X/2016.05.001
[20] Da Cunha ME, Schneider JK, Brasil MC, Cardoso CA, Monteiro LR, Mendes FL, Pinho A, Jacques RA, achado ME, Freitas LS, Caramão EB (2013) Analysis of fractions and bio-oil of sugar cane straw by one-dimensional and two-dimensional gas chromatography with quadrupole mass spectrometry (GC× GC/qMS), Microchem. J. 110: 113 - 119. DOI: 10.1016/j.microc.2013.03.004 
[21] Van Den Dool H, Kratz DJ (1963) A generalization of the retention index system
including liner temperature programmed gas-liquid partition chromatography, J.
Chromatogr. A 11: 463-467. DOI: 10.1016/S0021-9673(01)80947-X
[22] Demirbas A (2004) Combustion characteristics of different biomass fuels, Prog. Energy Combust. Sci. 30: 219-230. DOI: 10.1016/j.pecs.2003.10.004
Sharma PR, Varma AL (2014) Thermal stability of cellulose and their nanoparticles: effect of incremental increases in carboxyl and aldehyde groups,
Carbohydr. Polym. 114: 339-343. DOI: 10.1016/j.carbpol.2014.08.032
[23] Moayedi, H., Aghel, B., Nguyen, H., Rashid, A. S. A. Applications of rice husk ash as green and sustainable biomass. Journal of Cleaner Production, 237, 117851, 2019.
[24] Vassilev, S. V., Baxter, D., Andersen, L. K., Vassileva, C. G. An overview of the chemical composition of biomass. Fuel. 89 (5), 913-933, 2010.
[25] Butler, E., Devlin, G., Meier, D., & Mcdonnell, K. A review of recent laboratory research and commercial developments in fast pyrolysis and upgrading. Renewable and sustainable energy reviews, 15(8), 4171-4186, 2011.
[26] Liu, Z., Balasubramanian, R. A comparative study of nitrogen conversion during pyrolysis of coconut fiber, its corresponding biochar and their blends with lignite. Bioresource technology, 151, 85-90, 2014.
[27] Rocha, G. J. M., Nascimento, V. M., Gonçalves, A. R., Silva, V. F. N., Martín, C. Influence of mixed sugarcane bagasse samples evaluated by elemental and physical–chemical composition. Industrial Crops and Products, 64, 52-58, 2015.
[28] IBRAHIM, H., HEBRIYAH, R. Fundamentals of torrefaction of biomass and its environmental impacts. University of Leeds,1-326, 2013. 
[29] Ali, I., Bahaitham, H., Naebulharam, R. A comprehensive kinetics study of coconut shell waste pyrolysis. Bioresource Technology, 235, 1-11, 2017.
[30] Carvalho, D. J., Veiga, J. P. S., Bizzo, W. A. Analysis of energy consumption in three systems for collecting sugarcane straw for use in power generation. Energy, 119, 178-187, 2017.
[31] Cunha, M. E., Schneider, J. K., Brasil, M. C., Cardoso, C. A., Monteiro, L. R., Mendes, F. L., Pinho, A., Jacques, R. A., Machado, M. E., Freitas, L. S., Caramão, E. B. Analysis of fractions and bio-oil of sugar cane straw by one-dimensional and two-dimensional gas chromatography with quadrupole mass spectrometry (GC× GC/qMS). Microchemical Journal, 110, 113–119, 2013.
[32] Bordoloi, N.; Narzari, R.; Sut, D.; Saikia, R.; Chutia, R. S.; Kataki, R. Characterization of bio-oil and its sub-fractions from pyrolysis of Scenedesmus dimorphus. Renewable Energy, 98, 245-253, 2016.
[33] Albuquerque, B. R., Heleno, S. A., Oliveira, M. B. P., Barros, L., Ferreira, I. C. Phenolic compounds: Current industrial applications, limitations and future challenges. Food & Function, 12(1), 14-29, 2021.
[34] Sanches Filho, P. J.; Silveira, L. A.; Betemps, G. R.; Montenegro, G. O.; Sampaio, D. M.; Caramão, E. B. Application of the SARA method for determination of hydrocarbons by GC/qMS in bio-oil obtained by fast pyrolysis of rice husk. Microchemical Journal, 135, 226-238, 2017.
[35] Henkel, C.; Muley, P.D.; Abdollahi, K.K.; Marculescu, C.; Boldor, D. Pyrolysis of energy cane bagasse and invasive Chinese tallow tree (Triadica sebifera L.) biomass in na inductively heated reactor, Energy Conversion and Management, 109, p. 175-183, 2016.
[36] Varma, A. K.; Mondal, P. Pyrolysis of sugarcane bagasse in semi batch reactor: Effects of process parameters on product yields and characterization of products. Industrial Crops and Products. 95, p. 704-717, 2017.
[37] Li, X., Strezov, V., Kan, T. Energy recovery potential analysis of spent coffee grounds pyrolysis products. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, 110, 79-87, 2014.
[38] KELKAR, S., SAFFRON, C. M., CHAI, L., BOOVE, J., STUECKEN, T. R., GAREDREW, M., LI, Z., KRIEGEL, R. M. Pyrolysis of spent coffee grounds using a screw-conveyor reactor. Fuel Processing Technology, 137, 170-178, 2015.
[39] Chen, W. H., Wang, C. W., Kumar, G., Rousset, P., Hsieh, T. H. Effect of torrefaction pretreatment on the pyrolysis of rubber wood sawdust analyzed by Py-GC/MS. Bioresource technology, 259, 469-473, 2018.
[40] Ghorbannezhad, P., Firouzabadi, M. D., Ghasemian, A., De Wild, P. J., Heeres, H. J. Sugarcane bagasse ex-situ catalytic fast pyrolysis for the production of Benzene, Toluene and Xylenes (BTX), Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, 131, p. 1-8, 2018.
[41] Zhang, S., Zhang, H., Liu, X., Zhu, S., Hu, L., Zhang, Q. Upgrading of bio-oil from catalytic pyrolysis of pretreated rice husk over Fe-modified ZSM-5 zeolite catalyst, Fuel Processing Technology, 175, p. 17-25, 2018.
[42] Cardoso A.R.T., Conrado., N.M., Krause, M. C., Bjerk, T. R., Krause, L. C., Caramão, E. B., Chemical characterization of the bio-oil obtained by catalytic pyrolysis of sugarcane bagasse (industrial waste) from the species Erianthus Arundinaceus. Journal of Environmental Chemical Engineering, 7, 102970, 2019.
[43] Aysu, T., Durak, H., Güner, S., Bengü, A. Ş., Esim, N. Bio-oil production via catalytic pyrolysis of Anchusa azurea: Effects of operating conditions on product yields and chromatographic characterization. Bioresource technology, 205, 7-14, 2016.








