Autores
Bezerra, M.N.S. (UFRN)  ; Pereira, C.A. (UFRN)  ; Moura, M.F.V. (UFRN)  ; Rocha, I.A.C. (UFRN)  ; Rocha, Z.M.S. (UFRN)
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo a caracterização térmica do extrato 
aquoso liofilizado de alecrim-pimenta (Lippia sidoides), que é arbusto silvestre 
comum no Nordeste (semiárido) do Brasil, podendo alcançar até três metros de 
altura. Comumente é utilizada como anti-inflamatória, antifúgica e 
antibacteriana, em decorrência, principalmente, de apresentar em sua composição 
fenóis como o timol e cravacol, além de apresentar também flavonoides, quinonas, 
lignanas, triperpenos, esteroides livres e glicosados e ácidos orgânicos. 
Apresentando bons resultados no combate a acne, aftas, caspa, piolhos e fungos, 
além de outras. Suas propriedades incluem ações antioxidantes, antissépticas, 
anti-inflamatórias, antimicrobiana e antifúngica. 
Palavras chaves
ALECRIM-PIMENTA; EXTRATO; LIOFILIZADO
Introdução
Popularmente conhecido como alecrim-pimenta, a Lippia sidoide Cham é um arbusto, 
com nomenclatura botânica Lippia origanoides Kunth, pertencente à classe 
Equisetopsida C. Agardh, subclasse Magnoliidae Novák ex Takht, superordem 
Asteranae Takht, ordem Lamiales Bromhead, família Verbenaceae e gênero Lipppia. 
Presente no Nordeste brasileir, encontrado principalmente nos estados do Ceará e 
Rio Grande do Norte, contém em sua composição um óleo essencial rico em 
Carvacrol e Timol, que apresenta propriedades bactericida, fungicida, 
moluscicida e larvicida. Na medicina popular tem sido relatados alguns usos de 
preparações obtidas a partir de L. sidoides. Entre eles está seu uso na forma de 
chá ou tintura das folhas, raízes ou talos por via oral ou tópica como 
antisséptico e antimicrobiano. De acordo com os relatos da literatura, as partes 
da planta utilizada incluem folhas, talos ou caules, cascas, 
flores e raízes, além de também haver relatos do uso de brotos, cernes, partes 
aéreas, ramos, como da planta inteira. Contém em sua composição um óleo 
essencial rico em ativos naturais como o timol e o carvacrol (50-70 %). Esses 
compostos fenólicos são dotados de atividade antibacteriana e antifúngica, 
conferindo à planta grande importância econômica. São usados principalmente como 
aromas, fragrâncias, fixadores de fragrâncias, em composições farmacêuticas e 
orais e comercializados na sua forma bruta, proporcionando substâncias 
purificadas como o linalol, éter metílico do timol, timol, α-copaeno, 
quimiotipos ricos em carvacrol, p-cimeno, 1,8-cineol.No presente trabalho se 
estudou as propriedades térmicas do extrato hidroalcólico liofilizado de 
alecrim-pimenta a fim de estabelecer os parâmetros térmicos úteis ao controle de 
qualidade.
Material e métodos
O extrato hidroalcólico liofilizado de alecrim-pimenta utilizado neste trabalho 
foi adquirido da Plantus Indústria e Comércio de Óleos Extratos e Saneantes 
localizada no estado do Rio Grande do Norte, obtido por maceração hidroalcoólica 
por cerca de 6 horas, seguida de filtração e liofilização do extrato. Para 
obtenção dos parâmetros térmicos foi utilizado o equipamento que consiste de um 
sistema SDT Q600 V20.9 Build 20 da fabricante TA Instruments. A técnica baseia-
se em depositar a amostra em um cadinho de alumina suspenso por um fio metálico 
de platina a uma balança. Este conjunto é inserido em um forno onde a curva de 
aquecimento é programada em função tempo e temperatura para se obter medidas de 
massa e de diferença de temperatura da amostra obtidas automaticamente. O 
equipamento possui, além do forno e da balança já mencionados, controladores de 
temperatura e um sistema computadorizado de aquisição de dados.
Resultado e discussão
Dessa forma, os dados relativos às curvas TG, DTG, DSC e DTA foram analisados 
com o auxílio do software da própria TA Instruments, fabricante do equipamento. 
O experimento foi conduzido com razão de aquecimento de 10 °C/min, o aquecimento 
foi conduzido no intervalo de 30°C a 600°C, sob atmosfera oxidante, com um fluxo 
de ar de 50 mL min-1 e a massa de amostra utilizada foi de cerca de 4 mg e 
cadinho de alumina. As escalas de temperatura e massa foram calibradas 
utilizando-se como padrão o elemento índio utilizando-se como parâmetro de 
calibração seu ponto Curie.
As curvas TG, DTG, DSC e DTA obtidas para o extrato hidroalcólico liofilizado de 
alecrim pimenta são apresentadas na Figura 01, onde pode-se identificar cinco 
etapas de variação de massa. Sendo a primeira de 2,75% relativa a perda de 
umidade, a segunda de 14,5% relativa à perda de material lipídico volátil, a 
terceira de 69,75% relativa à perda da maior parte da matéria orgânica como 
carboidratos e matéria protéica, a quarta etapa de 9,25% possivelmente devido à 
queima de óleos fixos e por a quinta etapa de 1,5% obtendo-se um teor de matéria 
mineral de cerca de 2,25%.

Na Figura 01, estão representadas as Curvas TG, DTG, DSC e DTA para o extrato seco hidroalcólico do alecrim-pimenta

Na Tabela 01 estão os resultados obtidos a partir das curvas de Análise Térmica para o extrato hidroalcoólico liofilizado de alecrim-pimenta.
Conclusões
Assim, o extrato hidroalcoólico liofilizado do alecrim-pimenta apresentou-se com 
um teor de umidade de 2,75%, e após desidratado apresentou estabilidade até 180 o 
C. Após a decomposição da matéria orgânica com uma perda de massa total de 93,5%; 
ainda obteve-se um resíduo de 2,25%, estável a 600 oC, correspondente à matéria 
mineral que será analisada em trabalhos futuros.
Agradecimentos
Ao CNPq pelo apoio financeiro para a realização dessa pesquisa.
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