Autores
Sabbatini Capella Lopes, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; Zanon de Moraes Goes de Oliveira, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; dos Santos Fernandes, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; Oliveira Fernandes, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; Augusto Rolim Bernardino, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; Ferreira Braz, B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; Erthal Santelli, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)  ; Cincotto, F.H. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)
Resumo
Neste trabalho, foi realizado um comparativo entre diferentes materiais 
eletroquímicos a base óxido de grafeno reduzido (RGO), para avaliar sua performace 
eletrocatálítica, e permitir o desenvolvimento de um eletrodo impresso descartável 
(SPE) modificado para a determinação de piroxicam (PRX).Foram realizadas as 
técnicas de voltametria cíclica e de pulso diferencial,à uma taxa de varredura de 
100 mV s-1/pH 7,0.O modificador RGO-SbNPs, conferiu maior sensibilidade para PRX 
de acordo com os ensaios de voltametria cíclica. A eletro-oxidação irreversível 
próxima a +0,3 V sugere que o método em desenvolvimento é viável para a 
quantificação do analito. Espera-se que este novo material permita a determinação 
de PRX em uma faixa linear de 8 a 150 μmol e um limite de detecção de 0.40μmo L-1
Palavras chaves
Piroxicam; Nanomaterial de antimônio; eletrodo impresso descart
Introdução
Recentemente no Brasil, tem ocorrido uma mudança na percepção do bem estar de 
animais de produção, não somente por proprietários rurais mas também  
consumidores, aumentando assim o uso de AINEs como por exemplo em  gado 
leiteiro, a fim de minimizar efeitos dolorosos de procedimentos clínicos 
(ENGELKING et al, p. 4144, 2022), contribuindo para um potencial aumento da 
contaminação do meio ambiente por AINEs (ESCHER et al, p. 143, 2019). O 
piroxicam (PRX) é um AINE não-seletivo que controla a dor e a inflamação, de uso 
humano (EARNET et al, p. 156, 1992) e veterinário (AKOGWUet al, p. 1,2017). A 
contaminação de leite e água potável com resíduos de PRX pode gerar danos a 
saúde humana (EUROPEAN MEDICINES AGENCY, 2008). Em comparação com os métodos 
cromatográficos a possibilidade de realizar a quantificação de PRX por métodos 
eletroanalíticos pode representar uma estratégia mais rápida e barata, para 
determinação deste AINE. Nos últimos anos, as propriedades eletrocatalíticas do 
grafeno vêm despertando a possibilidade em desenvolver senores eletroquímicos 
para determinação de contaminantes químicos. O grafeno posui uma única camada de 
átomos de carbono sp2, dispostos em uma rede organizada como colméia, que possui 
alta mobilidade eletrônica (2,0 x 105 cm2 V-1 s-1) (GEIM p.324,2009). Com a 
finalidade de aperfeiçoar as características elétricas e eletrônicas, faz-se 
necessário remover os grupos oxigenados da superfície do GO, isto é, reduzir o 
GO para produzir a forma óxido de grafeno reduzido (RGO) e modificar com 
nanomateriais eletrocondutivos visando aumentar a desempenho analítico para 
quantificação de PRX. Finalmente, propõe-se a construção de um sensor de 
eletrodo de carbono impresso (ECI) modificado por um naomaterial que aumente a 
sensibilidade na quantificação de PRX.
Material e métodos
Os eletrodos foram construídos a partir do método screenprinting sobre uma folha 
de acetato: imprimiu-se o molde, projetado pelo grupo de pesquisa GPEAA da UFRJ, 
por meio da impressora Silhouette CAMEO 4 em vinil; pintaram-se os eletrodos de 
trabalho, de referência e o contra-eletrodo com tinta condutiva de carbono, que 
foram secos em estufa a 50 º C por 40 minutos, e as folhas foram descansadas por 
um dia; após, pintou-se o eletrodo de referência com tinta de prata, repetindo-
se os métodos de secagem e descanso.
A preparação e caracterização do óxido de grafeno reduzido com óxido de 
antimônio (RGO-Sb2O5) ocorreu de acordo com a literatura (CINCOTTO et al, p. 
333, 2015) e do óxido de grafeno reduzido com nanopartículas de antimônio (RGO-
SbNPs) também de acordo com a literatura (CESARINO et al, p. 454, 
2015).Prepararam-se suspensões aquosas modificadorasna proporção 1:2 (g L-1), 
que foramsonicadas em ultrassom por 20 minutos e por 1 hora 
respectivamente.Preparou-se uma suspensão com óxido de grafeno (GO), adquirido 
da Sigma-Aldrich, pelo mesmo procedimento, com sonicação em ultrassom por 20 
minutos.
Para a preparação dos eletrodos, a área eletroativa foi lavada com água Milli-Q 
e seca ao ar à temperatura ambiente. Por gotejamento, modificaram-se os 
eletrodoscom 10 µL de determinada suspensão previamente sonicada, sendo secos 
pelo mesmo procedimento.
Para as análises, a solução-estoque de PRX, adquirido da Sigma-Aldrich, foi 
preparada em isopropanol. As medições com o analito foram realizadas com mistura 
isopropanol/(0,2 M tampão BR 7,0) por gotejamento de 50 µL na superfície 
eletroativa do eletrodo de trabalho. Utilizaram-se as técnicas voltametria 
cíclica (CV) e de pulso diferencial (DPV) por meio do potenciostatoµAUTOLABIII 
com o auxílio do software NOVA 2.1.
Resultado e discussão
Escolheu-se o eletrodo de carbono impresso para o desenvolvimento do sensor, 
porque ele apresenta uma série de vantagens, como baixo custo, pouco volume de 
análise, alta sensibilidade além de descartáveis. O óxido de grafeno têm 
sido muito empregado em trabalhos por causa da sua estrutura planar 
bidimensional, que pode ser funcionalizada, e de sua capacidade de interagir com 
outras substâncias, formando nanomateriais compósitos (CINCOTTO et al, p. 333, 
2015). As nanopartículas de antimônio (SbNPs), ao serem utilizadas em eletrodos, 
conferem características químicas semelhantes ao bismuto. Essas nanopartículas, 
juntamente com óxido de grafeno reduzido, realizam um efeito sinérgico, 
pois este último apresenta-se como nanofolhas que se depositam sobre a área 
eletroquimicamente ativa do eletrodo, gerando  um aumento na condutividade e 
área superficial, além de conter mais sítios ativos em relação ao GO, que 
apresenta sítios ativos bloqueados devido a interações п – п(CESARINO et al, p. 
454, 2015). Adicionalmente, os dados obtidos pela volatametria cíclica
 corroboram com dados prévios da literatura (Feizollahi et al.2020), que relatam 
maior  sensibilidade  do modificador RGO-SbNPs para determinação de piroxicam  
devido à maior velocidade conferida na transferência de elétrons na reação de  
oxirredução. Além disso, a análise presente no gráfico também revela que a 
oxidação do analito ocorre irreversivelmente próximo a + 0,3 V, o que é uma  
vantagem do sensor proposto, pois despende-se menos energia para a eletro- 
oxidação em relação a outros trabalhos presentes na literatura, conforme  
relatado por Feizollahi (2020) o qual obteve uma oxidação próximo a + 0,5 V , ao  
utilizar um eletrodo de carbono vítreo modificado com nanopartícula de cobre em 
0,1 M PBS pH 7.0.

Voltamograma cíclico de 0,029 mmol L-1 de PRX em 0,2 M tampão BR (pH 7,0) a 100 mV s-1
Conclusões
Um novo sensor eletroquímico para a determinação de PRX está sendo desenvolvido à 
base de eletrodo de carbono impresso modificado com o material RGO-SbNPs. Os 
resultados apresentados pela análise mostram que o modificador SbNPs gera uma 
oxidação irreversível do analito, conferindo uma maior sensibilidade para o sensor 
em relação aos outros materiais explorados neste trabalho baseado no maior pico de 
corrente obtido para este modificador. Posteriormente, serão realizados estudos de 
pH, de otimização da DPV, construção de curva analítica (DPV) e quantificação de 
PRX em amostras de leite e água.
Agradecimentos
ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoeTecnológico;Coordenaçãode 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;Fundação Carlos Chagas Filho de 
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio deJaneiro;Universidade FederaldoRio 
deJaneiro
Referências
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