Autores
Fernandes, J.H.S. (UNESP)  ; Costa, N.M. (UNESP)  ; Ribeiro, L.M.A. (USP)  ; Fertonani, I.A.P. (UNESP)  ; Fertonani, F.L. (UNESP)
Resumo
A qualidade do ar está ligada ao teor de material 
particulado (MP), além dos 
gases CO2, O3, etc. As frações de MP inaláveis, de 
impacto nas doenças 
respiratórias, cognitivas e cardiovasculares, estão 
atreladas as MP≤2,5µm 
(Querol et al., 2001) e 
MP10-2,5µm. Objetivou-se determinar os teores de 
MP10 e 2,5 internos e externos 
as salas de aula e compará-los aos da CETESB. As 
medidas obtidas para o MP10, de 
modo geral, se comparam aos da CETESB. As medidas 
do MP2,5, internas as salas, 
foram preocupantes por se aproximarem e ora 
ultrapassarem o limite da OMS 
(15µm/m3), somado a presença da MP10; e aquelas 
obtidas no exterior (MP2,5) se 
apresentaram superiores ao limite, acompanhadas 
pela MP10. Tais medidas 
corroboram à má qualidade do ar inalado e à 
insalubridade das atividades.
Palavras chaves
Material particulado; Qualidade do ar interno; Aerossóis atmosféricos
Introdução
A maioria das atividades humanas ocorre em ambiente interno expondo as pessoas a 
uma atmosfera de composição química complexa. Estima-se a permanência nesse 
ambiente por 90% do seu tempo diário, sendo a probabilidade de exposição aos 
poluentes maior em comparação com os do ar externo (Almeida et al., 2011). Os 
discentes das Universidades brasileiras passam a maior parte do tempo nestes 
ambientes confinados, porém, os estudos em relação aos efeitos dos aerossóis 
(MP2,5), CO2 e TVOC são limitados.  Nesse ambiente, passar 8 h/dia, torna a 
avaliação da qualidade do ar um importante tópico de pesquisa (OCDE, 2012; Chen 
et al., 2019). O PM2.5 é o mais preocupante, devido aos impactos negativos na 
saúde dos alunos (Kulkarni e Grigg, 2008; Liang et al., 2016). Estudos 
apresentados na literatura focam mais em salas residenciais e analisam questões 
como temperatura, umidade e valores externos de PM2,5 (Guangfei et al., 2021). 
Os trabalhos com salas de aula são limitados e sugerem que a limpeza de rotina 
possa diminuir a quantidade de partículas finas (MP<2,5) (Heo et al., 2021). Por 
outro lado, a organização mundial da saúde (OMS) constatou a ocorrência de mais 
de 4,2 milhões de mortes prematuras, (7,6% de todas as mortes) foram associadas 
aos níveis de MP2,5 (WHO, 2021). Tal aerossol impacta em doenças respiratórias, 
cardiovasculares, imunológicas e cognitivas (Querol et al., 2001, Yang et al., 
2009). Assim, é importante avaliar os níveis de PM2.5 nas salas de aulas. Este 
trabalho objetivou determinar a concentração de material particulado (MP10 e 
2,5) nos ambientes internos e externos ás salas de aula e a comparação com os 
fornecidos pela CETESB com o intuito de avaliar as condições de trabalho 
Docentes e Discentes.
Material e métodos
Para a efetivação das amostragens/medições foi utilizado o medidor 
multiparâmetro, New Air Quality Detector para MP10 e MP2,5 (laser detector), 
temperatura(oC) e umidade relativa do ar (UR%). As medições foram conduzidas a 
1,2 m do chão, aproximadamente a distância entre o chão e o nariz dos discentes, 
em dois períodos de 4 h (manhã e tarde) por 4 dias na semana (Segunda, terça, 
quarta e quinta-feira). A amostragem foi realizada em 6 diferentes salas de 
aulas 
em dois níveis, primeiro e segundo pavimentos. Para os dias de amostragem, foram 
também coletados os dados fornecidos pela estação local da CETESB, para 
comparação entre os parâmetros iguais. As estações encontram-se praticamente na 
mesma altura.
Resultado e discussão
A Gráfico 1 mostra as medidas mensais para as amostragens/medições dos MP10 e 
MP2,5, no interior/exterior das salas de aulas, comparadas aos dados da CETESB. 
Em geral, os valores são concordantes, porém, o: 1-MP10, interno e externo, 
permanece abaixo de 45μg m-³(OMS) exceto em 20/06 (corte da área verde) sem 
reflexo nos interiores; 2-MP2,5, em 28/06, os valores interno/externo foram 
superiores a 15μg m-³(OMS), devido a limpeza externa com sopradores, e na média 
o MP2,5 permaneceu em 9μg m-³. Na Gráfico 2, a coleta foi de 60/60min (dia 
31/05) foram feitas para avaliar o MP10 e MP2,5 ao longo de 1 dia, mostrando que 
o acesso às salas/movimentação das cortinas e ventiladores o MP2,5 tende ao 
limite, diminuindo com a condição estática dos discentes no decorrer da aula 
para mínimo as 10h (intervalo); igual comportamento é observado à tarde. Os 
valores do MP2,5 internos acompanham aos da CETESB, exceto as 14h, devido a 
movimentação de alunos/motos/carros. Os valores de máximo atingem 13μg m-³ as 9, 
12, 14 e 16h e estão próximos ao limite da OMS, corroborados pelos MP10 que 
seguem igual tendência, não oportuno às atividades didáticas. As medidas 
externas do MP2,5 são superiores aos da CETESB, reflexo do trânsito local e das 
atividades dos serviços gerais.
Concentrações médias dos particulados no mês de junho, externos e interno ao ambiente acadêmico comparado aos dados da CETESB de MP 10 e MP 2.5.
Valores das medidas dos MP 10 e MP 2,5 (Interno/Externo) obtidos de 60 em 60 min, comparados aos valores da CETESB em 31/05/2022.
Conclusões
De modo geral, as medidas obtidas para o MP10 e MP2,5 acompanharam os valores 
disponibilizados pela CETESB, tanto para as avaliações diárias quanto para a 
semanal e mensal. No entanto, as medidas internas as salas de aula para o MP2,5 
são preocupantes, por estarem próximas ao limite da OMS e devido a presenças das 
MP10. A constatação de medidas elevadas, para o MP2,5, externos, e as vezes 
superiores ao limite OMS, corrobora para a má qualidade do ar durante o período 
de aulas, contribuindo para a insalubridade das atividades diárias de docentes e 
discentes.
Agradecimentos
Agradecemos a empresa parceira SPR Soluções Metrológicas pelo aporte de 
equipamentos calibrados e treinamentos.
Referências
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GUANGFEI, Yang; YUHE, Zhou; XIANNENG, Li. Indoor PM2.5 concentrations and students’ behavior in primary school classrooms. Journal of Cleaner Production, Institute of Systems Engineering, Dalian University of Technology, Dalian, China, n. 318, p. 1-14, 2 ago. 2021. DOI https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2021.128460. Acesso em: 21 ago. 2022. 
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KULKARNI, Neeta; GRIGG, Jonathan. Effect of air pollution on children. Paediatrics and Child Health, [S. l.], v. 18, n. 5, p. 238-243, maio 2008. Acesso em: 21 ago. 2022.
Liang, C.S., Duan, F.K., He, K.B., et al., 2016. Review on recent progress in observations, source identifications and countermeasures of PM2.5. Environ. Int. 86 (JAN.), 150–170. Acesso em: 21 ago. 2022.
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Querol, X., Alastuey, H., Rodriguez, S., Mantilla, E., Ruiz, C.R., 2001b. Monitoring of MP10 and MP2.5 around primary particulate anthropogenic emission sources. Atmos. Environment. 35, 845–858. Acesso em: 21 ago. 2022.
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Yang, W., Sohn, J., Kim, J., et al., 2009. Indoor air quality investigation according to age of the school buildings in Korea. J. Environ. Manag. 90 (1), 348–354. Acesso em: 21 ago. 2022.








