Autores
Santos, K.A. (UFPA)  ; Pantoja, S.S. (UFPA)  ; Araujo, A.C. (UFPA)  ; Nascimento, J.P.S. (UFPA)  ; Lima, A.D.N. (UFPA)  ; Alves, C.N. (UFPA)  ; Pinto, E.G. (UFPA)  ; Marinho, C.V.S. (UFPA)  ; Filho, J.C.G.G. (UFPA)  ; Soares, F.L. (UFPA)
Resumo
A poluição farmacêutica é dita 
popularmente como uma poluição 
"silenciosa", visto que ocorre por meio do 
descarte irregular de medicamentos no meio 
ambiente e por substâncias nocivas que 
estão presentes nesses remédios e são 
excretados pelo nosso organismo. Dessa 
forma, a falta de percepção e informação 
sobre o assunto no âmbito popular, torna-
se um empecilho para a resolução dessa 
adversidade. Em um estudo realizado em 
Belém e região metropolitana constituinte 
por 54 participantes sendo 37 mulheres e 
17 homens, através de um questionário 
contendo 8 perguntas sobre o tema 
sugerido, com o objetivo de saber sobre o 
conhecimento popular sobre o devido modo e 
descarte de medicamentos, concluindo assim 
de qual maneira o tema em questão é 
abordado em meio a população.
Palavras chaves
Poluição ; Meio ambiente ; Farmacêutica 
Introdução
O Brasil consome mais de 90% da produção 
farmacêutica e 50% de todos os 
medicamentos não são prescritos e por 
consequência, utilizados de forma 
inadequada, de acordo Organização Mundial 
da Saúde. Além das irregularidades no uso, 
uma das problemáticas é que alguns desses 
medicamentos possuem resistência a 
processos de degradação naturais no meio, 
ficando perdurados no ambiente, 
proveniente do descarte incorreto dos 
fármacos. (NUNES, 2010; EVEGNIJ et al.. 
2015).
Muitas substâncias residuais dos fármacos 
são encontradas, principalmente, no meio 
aquático. Contudo, torna-se possível o 
monitoramento em Estações de Tratamento de 
Esgoto (ETES) e em águas pluviais. 
Entretanto, muitos desses elementos 
químicos resistem vários processos desse 
tratamento, mantendo suas propriedades 
moleculares que geram um alto índice de 
contaminação. (Daniele, 2003)
Desse modo, haja vista os malefícios aos 
animais marinhos, como a diminuição na 
eclosão de ovos, a feminização de peixes 
machos, problemas no sistema reprodutivo 
dos répteis, pássaros, mamíferos e no 
sistema imunológico de mamíferos marinhos. 
(Bila e Dezotti, 2007)
Em concordância, os seres humanos são 
impactados por malefícios causados pela 
incidência dessas substâncias derivadas, 
sendo umas das causas da endometriose, 
redução da quantidade de esperma, o 
aumento da incidência de câncer de mama, 
no testículo e próstata, entre outros. 
(FERREIRA, 2008; MANIERO et al., 2008; 
BILA E DEZOTTI, 2007)
Vale salientar, que os analgésicos são a 
classe de fármacos, mais preocupantes para 
o meio ambiente, por seu desenvolvimento 
em potencial e liberação de bactérias 
resistentes, ou seja, que não conseguem se 
degradar com as reações químicas naturais, 
uma vez que são excretados praticamente 
inalterados pelo organismo. (WILDE et al., 
2014).
Material e métodos
Amostra do estudo foi constituída por 54 
participantes, sendo 37 mulheres e 17 
homens para a coleta de dados foi 
empregado um questionário (DUARTE, 2004) 
por meio do google forms,  objetivando 
analisar o conhecimento que os indivíduos 
possuem sobre a Poluição farmacêutica. O 
questionário foi constituído por 8 
perguntas, que serão analisadas a seguir. 
Resultado e discussão
Na análise do formulário foi questionado 
aos entrevistados se estes sabiam oque era 
poluição farmacêutica. Com estes 
resultados se comprova a urgência de 
divulgações do assunto, pois apesar de 
grave, uma parte da comunidade desconhece 
sobre. Portanto, o descarte inadequado de 
medicamentos causa danos ambientais, 
devido o contato com o solo e a água 
tornando esses resíduos contaminantes.
Referente ao entendimento sobre a 
Logística Reversa de Medicamentos a partir 
dos dados, reforça-se a necessidade de 
divulgação sobre a técnica utilizada para 
a coleta e destinação final de fármacos em 
desuso ou inválidos, com a finalidade de 
preservar o meio ambiente e a vida. 
Questionados a respeito das legislações 
ambientais e sanitárias, metade dos 
entrevistados afirmam não entender sobre 
as leis vigentes.
Ao questionar se o entrevistado costumava 
se automedicar, o resultado comprova que a 
automedicação é comum na vida dos 
brasileiros, logo, ingerir remédios sem 
prescrição médica pode trazer efeitos 
colaterais maléficos ao organismo, como 
por exemplo, a intoxicação. Em relação ao 
entendimento sobre os remédios que são 
ingeridos pelo organismo, é necessário 
entender que os resíduos que 
são eliminados através da urina, vão parar 
em esgotos, provocando concentrações de 
drogas na água dos rios e por conseguinte 
uma crise global na vida selvagem. Quando 
perguntados sobre os serviços de descarte 
de medicamentos vencidos, observou-se que 
é fundamental medidas para certificar a 
correta destinação desses produtos, 
assegurando a correta manutenção e 
garantindo a proteção ambiental. Por fim, 
foi avaliado se a Química Ambiental possui 
recursos para reverter essa questão que 
corrobora a importância da química para a 
composição e desenvolvimento dos 
medicamentos. Visualiza-se na tabela a 
seguir:

Tabela 1: Perguntas e Porcentagens: Fonte: Santos, K.A; Filho, C…; Pinto, E.G
Conclusões
Através do questionário aplicado este 
trabalho objetivou saber sobre o 
conhecimento popular em questão a poluição 
farmacêutica e se na opinião dos 
entrevistados, a química ambiental poderia 
diminuir os impactos causados pelo 
descarte indevido de fármacos. Também 
ressaltou o uso dos POAS (Processos 
Oxidativos Avançados) que são combinações 
de agentes oxidantes, irradiações e 
catalisadores dando possíveis soluções 
como o processo de ozonização. Além de 
salientar uma solução ligada à logística 
reversa de medicamentos, que no Brasil, 
apenas alguns estados aderem ao modo de 
recolhimento. Com os resultados, nota-se a 
precisão de mais informações para o 
público sobre o tema tratado, 75% dos 
entrevistados foram ou são universitários 
que ainda sim não tinham total 
conhecimento sobre o assunto.
Agradecimentos
A todos que realizaram esse trabalho 
comigo,a UFPA, a equipe experimental do 
Laboratório de Pesquisa e desenvolvimento 
de Fármacos, familiares e amigos.
Referências
BILA, D.M. Degradação e Remoção da Atividade Estrogênica do Desregulador Endocrino 178-Estradiol pelo Processo de Ozonização. Tese Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2005.
Bila, D. M.; Dezotti, M. Farmacos no meio ambiente. Quimica Nova.2003; 26: 523-530. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gn/v26n4/16435.pdf.
DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativa. Educar Curitiba, n. 24, p. 213-225, 2004. Editora UFPR
INSTITUTO AKATU. Descarte de Remédios: uma questão muito grave. Disponível em: http://www.akatu.org.br/central/especiais/2008 /descarte-de-remedios uma-questao-muito-grave. Acessado em dias uteis
BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Quim. Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530, 2003. Acessado em dias uteis
NUNES, B. Fármacos no ambiente: implicações ecotoxicológicas. CAPTAR-ciência e ambiente para todos, v. 2, n. 1, p. 9-20. jan. 2010. Acessado em dias uteis.
GOTHWAL, R.; SHASHIDHAR, T. Antibiotic Pollution in the Environment: A Review. Clean-Soil, Air, Water, v. 43 (4), p. 479-489, 2015. Acessado em dias uteis.
GOZLAN, I.; ROTSTEIN, A.; AVISAR, D. Amoxicillin degradation products formed under controlled environmental conditions: identification and determination in the aquatic environment. Chemosphere, v. 91, p.985-992, 2013. Acessado em dias uteis.
SILVA, A. Marketing em unidades de informação: estudo de caso na biblioteca do Centro De Pesquisa Agropecuária dos Cerrados, CPAC, da Embrapa : pesquisa qualitativa de Opinião. 1998. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade de Brasília.








