Autores
Souza, G.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS ANANINDEUA)  ; Saldanha, L.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS ANANINDEUA)  ; Durães, M.R.N.A. (SEDUC/PA)  ; Santos, J.K.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS ANANINDEUA)
Resumo
Fazendo analogia do Sars-Cov-2, bem como sua ação no organismo humano, com a 
importância de lavar as mãos de forma adequada, este trabalho buscou promover a 
aprendizagem de Química, de forma contextualizada, utilizando materiais 
alternativos em aulas experimentais no âmbito do Estágio Supervisionado, em uma 
Escola Estadual de Ananindeua/PA. Abordando o tema “A Teoria de Bohr” e os 
processos de emissão de luz do tipo fluorescência e, utilizando solução 
fluorescente (incolor a olho nu) com os alunos, foi possível demonstrar a  
importância da higienização correta no combate à propagação do Vírus da COVID-19. 
Assim, a proposta didática proporcionou a contextualização da disciplina de Química 
conectado com o tema transversal saúde presente na BNCC.
Palavras chaves
fluorescência; higienização; pandemia
Introdução
Dentre os modelos atômicos atualmente usados para ensinar fenômenos da matéria 
no ensino médio, como o de Dalton (1803), Thomson (1898), Rutherford (1911), 
Bohr (1913) e Quântico Heisenberg (1926), o de Bohr aborda a estabilidade do 
átomo, propondo que os elétrons giram ao redor do núcleo em um número limitado 
de órbitas com determinados níveis de energia (SILVA, 2014). 
Abordar modelos atômicos tem sua complexidade, pois tem muitas informações 
teóricas e abstratas, tornando-se muitas vezes maçante para os alunos (SILVA, 
2017). Estes também encontram dificuldade em absorver e compreender o assunto, 
principalmente pela baixa ênfase e relação com o cotidiano usando atividades 
diferenciadas (SILVA, BRAIBANTE e PAZINATO, 2013).
A raridade de experimentos nesse tema, faz com que ele seja ainda mais 
inacessível e sem significado para os discentes (NERY; FERNANDEZ, 2004). Chassot 
(1990), reforça a necessidade de associar os conceitos químicos com a vida 
cotidiana, pontuando que docentes de química devem buscar essa abordagem no 
ensino. 
Assim, este trabalho apresenta uma alternativa de ensino para o modelo atômico 
de Bohr, com enfoque no fenômeno de emissão de luz resultante de um processo de 
excitação eletrônica (fluorescência), que cessa ao desligar a fonte de energia 
(NERY; FERNANDES, 2004). Ademais, também aborda a higienização das mãos, um tema 
imprescindível perante o contexto pandêmico vivenciado devido a COVID-19 em 
2020. 
Logo, a pretensão do presente texto é evidenciar elementos de uma sequência 
didática experimental e contextualizada, desenvolvida com estudantes do 1º ano 
do ensino médio, como estratégia para uma prática de ensino de química de viés 
criativo e problematizador, sendo este pautado em situações do cotidiano, como a 
ação de lavar as mãos.
Material e métodos
Este trabalho foi desenvolvido de forma presencial em uma escola pública do 
município de Ananindeua-PA. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de 
experiência vivenciado por graduanda do curso de Licenciatura em Química, da 
Universidade Federal do Pará – Campus Ananindeua, no âmbito do Estágio 
Supervisionado Obrigatório, ocorrido no primeiro semestre letivo no ano 2022.
A sequência didática de cunho experimental foi aplicada com duas turmas de 1º 
ano do ensino médio, sendo uma constituída por 45 alunos e a outra por 44, com 
idades entre 15 e 17 anos. Em ambas, o procedimento realizado foi o mesmo, 
acontecendo em três fases. Para realizá-las, utilizou-se materiais de fácil 
aquisição, tais como: água, sabão, caneta marca texto amarela, álcool etílico 
70%, luz negra de uma lanterna, borrifador e um béquer, recipiente usado para o 
preparo da solução fluorescente, produzida a partir da mistura da ponta da 
caneta marca texto e do álcool etílico, conforme sugerido por Silva (2009).
Resultado e discussão
Na primeira fase, foi abordado o modelo atômico de Bohr, com informativas 
conceituais, explicando aos alunos concepções envolvidas nessa teoria. Na 
segunda fase, foi realizada a atividade experimental, relacionando os conceitos 
referentes aos processos de emissão de luz do tipo fluorescência, pautada 
teoricamente com o modelo atômico de Bohr, e contextualizada com o ato de lavar 
as mãos. No último ciclo da sequência, foi estabelecida uma exposição dialogada 
com os estudantes, a respeito da importância de higienizar as mãos, 
principalmente diante do contexto pandêmico, causado pelo novo coronavírus 
(Sars-Cov-2). Para aprofundamento das relações abordadas, mostrou-se a estrutura 
de um vírus, a ação no organismo humano, a importância de lavar as mãos e como 
fazer isso de forma adequada.
Para visualização da atividade desenvolvida, a Figura 1 ilustra alguns registros 
fotográficos realizados durante essa sequência didática.
Ao longo da atividade, notou-se nos estudantes curiosidade e entusiasmo com a 
proposta. Muitos se surpreenderam com o “resíduo brilhante” entre seus dedos ao 
verificar suas mãos com a luz negra, o que gerou interesse em saber o motivo da 
solução fluorescente “brilhar” apenas na presença dessa luz. Ao comparar esse 
fenômeno com a fosforescência, alguns alunos questionaram se pingentes e 
pulseiras que brilham no escuro são objetos fosforescentes. Quando demonstrado a 
forma correta de higienizar as mãos, segundo a Organização Mundial da Saúde, 
muitos reproduziam, de forma voluntária, os movimentos necessários para este 
ato. Logo, a experimentação no ensino de química pode ser uma estratégia efetiva 
para a criação de problemas reais que permitam a contextualização e o estímulo 
de questionamentos de investigação (GUIMARÃES, 2009).

Figura 1: Fase 1: aula teórica; Fase 2: atividade experimental; Fase 3: exposição dialogada
Conclusões
A sequência didática propiciou a contextualização do modelo atômico de Bohr, 
mostrando-se válida como estratégia para o auxílio na construção do conhecimento 
químico dos alunos. Através dela foi possível abordar a conscientização do ato de 
lavar as mãos, tema imprescindível, principalmente no período pandêmico da COVID-
19. Logo, foi possível contextualizar a disciplina de química com o tema 
transversal saúde presente na BNCC, demonstrando que o ensino de química pode ser 
explanado de forma transdisciplinar, oportunizando aos estudantes conhecimentos 
relevantes para a vida estudantil e social.
Agradecimentos
À Deus. À faculdade de Química do Campus de Ananindeua da UFPA. À Escola E.E.F.M. 
Prof.ª Izabel Amazonas, em Ananindeua/PA. E aos professores Janes Kened e Murilo 
Durães.
Referências
CHASSOT, A. I. A educação no ensino da Química. Ijuí: Unijuí, 1990.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
GUIMARÃES, C.C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola, v. 31, n. 3, 2009.
NERY, A. L. P.; FERNANDEZ, C. Fluorescência e estrutura atômica: experimentos simples para abordar o tema. Revista Química Nova na Escola, São Paulo, n. 19, p. 39-42, 2004.
SILVA, Angélica de Freitas. A abordagem do modelo atômico de Bohr através de atividades experimentais utilizando o método da fluorescência. 2017. 36f. Monografia (graduação em Licenciatura em Química) – Faculdade de Educação e Meio Ambiente, Ariquemes – RO, 2017.
SILVA, G. S; BRAIBANTE, M. E. F.; PAZINATO, M.S. Atividades experimentais para a abordagem do modelo atômico de Bohr. Anais... 33º EDEQ, 2013. Disponível em: https://www.publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/edeq/article/view/2638. Acesso em: 19 de julho de 2022.
SILVA, Leandro Londero da. O modelo atômico de Bohr e as abordagens para seu ensino na escola média. Gondola: ensenanza y aprendizaje de las ciencias, v. 9, n. 1, p. 13-37, 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/122579>. Acesso em 05 de setembro de 2022.
SILVA, Raquel. Você sabe lavar as mãos? Pontociência, 2009. Disponível em: http://www.pontociencia.org.br/. Acesso em: 19 de julho de 2022.








