• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

CONTEXTUALIZANDO OS CONCEITOS DE ÁTOMO E ELEMENTO QUÍMICO A PARTIR DA LEITURA DE RÓTULOS/EMBALAGENS

Autores

Palheta Rodrigues Chaves, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; da Silva Souza, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Magno Costa da Siva, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Trindade Valente, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Sousa Oliveira, B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Araujo, C.F.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Leal Moraes, G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

A compreensão do conceito de átomos e a definição de elemento químico são conceitos fundamentais para a compreensão das propriedades dos diferentes materiais presentes no cotidiano. A estrutura atômica e a definição de elemento químico foi contextualizada com a leitura de rótulos de alimentos consumidos cotidianamente por adolescentes durante uma exposição interativa com o objetivo de despertar o interesse dos estudantes em compreender as indicações de elementos químicos presentes nos produtos. Mesmo se tratando de conceituações de difícil assimilação devido ao alto grau de abstração, nossos resultados indicam que essa estratégia de contextualização possibilitou melhor conhecimento sobre os objetos de estudo e foi percebida pelos estudantes como facilitadora da aprendizagem.

Palavras chaves

Aprendizagem ; Estrutura atômica ; Interesse dos Estudantes

Introdução

A área de ciências da natureza tem como objetivo possibilitar a compreensão do mundo natural, social e tecnológico, bem como a capacidade de alterá-lo baseando-se nos aportes teóricos e processuais das ciências. (BRASIL, 2018). Segundo Chassot (2003, p. 94), o ensino de química mais do que facilitar a leitura do mundo em que vivemos deve sensibilizar o aprendiz da necessidade de “transformá-lo – e, preferencialmente, transformá-lo em algo melhor”. De fato, o objetivo final do processo de ensino deve ser a atuação no/ sobre o mundo. Para tanto, no contexto do ensino de química, duas coisas parecem essenciais: 1º trazer esse mundo real para dentro da sala de aula, para que a forma como o aprendiz o compreende seja tomado como ponto de partida para novas interpretações; 2º um ensino que ao tomar o mundo (natural, social, tecnológico) como objeto de estudo possibilita novas formas de apreensão da realidade que servirão de base sólida para instilar novos comportamentos. Neste ponto, a contextualização como estratégia de aproximação dos conteúdos curriculares à realidade próxima do aluno ganha destaque (BRASIL, 1999). Neste contexto, em vista apresentar de maneira contextualizada a estrutura atômica e a definição de elemento químico, foi mediada a leitura de rótulo salgadinhos, achocolatado, leite e uma marca de água mineral comercializada na região metropolitana de Belém com o objetivo de despertar o interesse dos estudantes em compreender as indicações de elementos químicos presentes na água mineral, o entendimento de que átomos são a estrutura básica que compõem toda a matéria e de que a química pode ajudar em um consumo mais consciente.

Material e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido no contexto da atividade curricular de Práticas Pedagógicas de ensino de Química V, no curso de licenciatura em química da Universidade Federal do Pará, do campus de Ananindeua. Foi realizada uma exposição interativa sob a temática “A química na leitura de rótulos/embalagens” na EEEFM Luiz Nunes Direito para estudantes do ensino médio. Foi escolhido dialogar sobre a estrutura básica da matéria e a definição de elemento químico e todo trabalho foi desenvolvido sobre as questões motivadoras “O que é átomo?”, “O que é elemento químico?”, “O que é Sódio, Cálcio, Ferro, Estrôncio?”, “Onde estão os átomos/elementos químicos?”. Sendo que a pergunta “O que é Sódio, Cálcio, Ferro, Estrôncio?” foi realizada apontando informações contidas no rótulo de salgadinhos, achocolatado, leite e uma marca de água mineral comercializada na região metropolitana de Belém. Em seguida, foram apresentados de forma dialogada conceitos/definições que respondem a cada uma destas perguntas. Ao final da exposição interativa os estudantes eram convidados a responder novamente as quatro questões motivadoras iniciais e a pergunta “O uso das embalagens e rótulos ajudou a perceber que os átomos/elementos químicos estão presentes no seu dia a dia?”. Concordaram em participar voluntariamente da coleta de dados 5 estudantes sendo essa amostra selecionada por acessibilidade (GIL, 2008). As respostas às quatro perguntas motivadoras foram escaladas em quatro níveis de conhecimento conforme Figura 1. O tratamento dos dados considerou o alto nível de abstração do assunto que dificulta interpretações mais aprofundadas e que as representações, associações e interpretações realizadas pelos estudantes podem fornecer indícios sobre a compreensão deles sobre o ob

Resultado e discussão

Os princípios da química baseiam-se no comportamento dos átomos e moléculas e a forma como interagem entre si (ATKINS; JONES, 2012). A compreensão da estrutura básica da matéria (os átomos), facilita o entendimento das propriedades dos materiais e dos fenômenos, já a definição de elemento químico ajuda a compreender as propriedades dos diferentes elementos químicos, explicando a forma como os átomos se ligam e as características das substâncias e misturas existentes no cotidiano. Contudo, muitos dos modelos explicativos da química são abstratos e dependem da capacidade de interpretação e formas de representações. É consenso entre professores de química a importância do assunto modelos atômicos e a necessidade de capacidade de interpretar o subjetivo decorrente da abstração que o assunto exige do aluno do Ensino Médio (DUTRA, 2019). Isso ajuda a entender o número pequeno de estudantes que aceitaram participar da coleta de dados. Conforme informações apresentadas na Figura 2, pode-se observar que, de forma geral, os participantes passaram de um nível de menos para outro de maior conhecimento sobre o assunto. Porém, não significa que houve construção sólida acerca dos objetos de questionamentos. Em relação a percepção, pelos estudantes, da contribuição da contextualização do tema a partir da leitura de rótulos/embalagens de produtos consumidos por eles cotidianamente, todos indicaram o uso de embalagens e rótulos ajudou a perceber que os átomos/elementos químicos estão presente no seu dia a dia. Esse resultado é relevante porque mostra que a estratégia escolhida permitiu aproximação dos conteúdos curriculares à realidade próxima do aluno, conforme preconizado nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio (BRASIL, 1999).

Figura 1:

Níveis de conhecimento baseado em associações.

Figura 2:

Análise das associações indicadas pelos estudantes considerando os níveis de conhecimento estabelecidos.

Conclusões

No que diz respeito ao trabalho desenvolvido com os alunos é possível concluir que a contextualização é importante para o ensino de química. A estratégia de contextualização a partir da leitura de rótulos/embalagens, por exemplo, possibilitou melhor conhecimento sobre os objetos de estudo e foi percebida pelos estudantes como facilitadora da aprendizagem, mesmo em conceituações de difícil assimilação devido ao alto grau de abstração. A experiência vivenciada pelas licenciandas possibilitou oportunidade de participação e criação em situação de compartilhamento de conhecimento criativa.

Agradecimentos

A Profa. Dra. Gleiciane Moraes por ter nos ajudado e incentivado a realizar esse trabalho, a Universidade Federal do Pará por ter proporcionado essa vivência e aos alunos da EEEFM Luiz Nunes Direito.

Referências

Arlene Alves Dutra. O ENSINO DE MODELOS ATÔMICOS POR MEIO DE
METODOLOGIAS ATIVAS. Dissertação DE MESTRADO. UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/37345/1/2019_ArleneAlvesDutra.pdf.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
CHASSOT, Attico, (2003). Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social.
Rev. Bras. Educ. [online], n.22, 2003.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de pesquisa social. 6º Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Arlene Alves Dutra. O ENSINO DE MODELOS ATÔMICOS POR MEIO DE
METODOLOGIAS ATIVAS. Dissertação DE MESTRADO. UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA. https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/37345/1/2019_ArleneAlvesDutra.pdf.

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