Autores
Silva, E.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Medeiros, P.B.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Ribeiro, A.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
O ensino de química em aulas práticas muitas vezes necessitam de materiais, 
equipamentos e reagentes de alto custo que nem sempre estão disponíveis. O objetivo 
do trabalho foi apresentar uma proposta de elaboração de aulas com materiais de 
baixo custo para serem utilizados em aulas práticas. Foram realizadas adaptações de 
experimentos clássicos bem como a criação de roteiros para turmas de graduação. O 
componente curricular trabalhado foi Laboratório de Química Geral Experimental para 
uma turma de Engenharia de Energia. As adaptações e criação dos roteiros fizeram 
parte do programa PGRAD-MONITORIA da Universidade Federal do Pará. Dessa forma, 
constatou a importância monitoria para os discentes da graduação e das aulas 
laboratoriais com com materiais de baixo custo.
Palavras chaves
ensino de química; materiais de baixo custo; práticas laboratoriais
Introdução
Muitas vezes no ensino de química as aulas experimentais são vistas como um 
desafio, seja por falta de espaços adequados, materiais e equipamentos 
inexistentes ou até mesmo a falta de determinados reagentes. Tal fato ocorre não 
só no nível fundamental e médio como também no ensino superior. 
As aulas laboratoriais são de suma importância para o ensino-aprendizagem de 
química, pois observa-se os conceitos científicos teóricos estudados em sala de 
aula, analisando como a química se desenvolve e o correlaciona com o cotidiano do 
aluno, permitindo assim a confirmação dos conceitos técnicos, tornando a 
interpretação e a fixação dos conceitos mais visíveis e dinâmicos de compreender 
(ZIMMERMANN, 1993; apud SALESSE, 2012). 
A monitoria em aulas experimentais se torna cada vez mais necessária, tendo em 
vista que os monitores compreendem as dificuldades dos alunos em determinados 
conteúdos e visam adequar práticas e materiais que mais se adequem a essas 
dificuldades, sejam financeiras, estruturais ou educacionais, a monitoria é uma 
modalidade de ensino e aprendizagem que contribui para a formação integrada do 
aluno nas atividades de ensino, pesquisa e extensão dos cursos de graduação 
(LINS, et al., 2009).
A importância da monitoria nas disciplinas do ensino superior extrapola o caráter 
de obtenção de um título. Sua importância vai mais além, seja no aspecto pessoal 
de ganho intelectual do monitor, seja na contribuição dada aos alunos monitorados 
e, principalmente, na relação de troca de conhecimentos, durante o programa, 
entre professor orientador e aluno monitor, uma vez que a evasão nos cursos de 
Química é observada por reprovações em disciplinas situadas nos primeiros anos 
dos cursos de licenciaturas e bacharéis. (CUNHA, et al., 2001).
Assim, este trabalho visou relatar as atividades práticas elaboradas e realizadas 
no PL3 (Ensino remoto e híbrido) no período da pandemia de COVID-19 que foi, de 
fato, o primeiro contato das turmas de engenharia de energia com o laboratório de 
química, trazendo assim vários desafios, como a adaptação e elaboração de 
roteiros e experimentos importantes para a formação acadêmica do aluno utilizando 
materiais alternativos que não altere os principais conceitos por trás dos 
experimentos, deixando assim o custo-benefício da disciplina viável para futuras 
Material e métodos
O projeto de monitoria teve como objetivo o auxílio das turmas de engenharia de 
energia em aulas práticas da disciplina Laboratório de Química Geral Experimental 
I, na Universidade Federal do Pará – Campus Ananindeua. A experiência ocorreu no 
período 2021.4, período no qual as aulas práticas estavam sendo retomadas de 
forma híbrida (Presencial e on-line) em decorrência da pandemia de COVID-19. As 
turmas de engenharia de energia teriam o primeiro contato com as práticas no 
laboratório de química e de fato seria o primeiro contato dos alunos de forma 
presencial no ensino superior. 
Segundo Silva, et al., (2017) as aulas em laboratório, seja ela com manipulação 
do material pelo aluno ou demonstrativa, não precisa e nem deve estar ligada à 
instrumentos caros e sofisticados, mas sim, à sua organização, discussão e 
análise, possibilitando interpretar os fenômenos químicos e a troca de 
informações entre os grupos que participa da aula. 
No primeiro momento, foi analisado os experimentos presentes nos roteiros 
utilizados em aulas práticas ministrado a turmas passadas de laboratório de 
química geral experimental I, em seguida, foi feito um levantamento de quais 
experimentos eram possíveis realizar seguindo o referente roteiro, após esse 
levantamento, foi feito adaptações de alguns experimentos dos roteiros utilizados 
nas práticas laboratoriais, como experimentos de pressão, volume, temperatura, 
titulação ácido-base, filtração simples, entre outros. A priori, foi utilizado 
materiais disponíveis no laboratório bem como matérias e reagentes de baixo custo 
e fácil acesso como: bicarbonato de sódio, ácido acético, balões, detergente, 
seringas e canudos plásticos. 
Em seguida iniciou-se então uma série de testes utilizando diferentes 
concentrações dos materiais selecionados, vidrarias que mais se adequassem às 
adaptações, quantidades de materiais utilizados para melhor realização do 
experimento e o tempo e velocidade das reações com os materiais substituídos. 
Tais testes realizados foram de suma importância para identificar quais 
concentrações, vidrarias e reagentes utilizar visando o melhor aproveitamento dos 
experimentos, bem como identificar a melhor forma de executar os mesmos com 
segurança e com confiança e certeza de que ocorreria as reações previstas.
Após os testes, identificamos quais materiais, quantidades e concentrações seriam 
ideal para o sucesso dos experimentos e realizamos as adaptações necessárias nos 
roteiros substituindo os materiais padrões por materiais e reagentes alternativos 
selecionados.
Resultado e discussão
Seguindo de acordo com o cronograma do projeto, todas as atividades foram 
concluídas, desse modo, os objetivos previstos no projeto foram alcançados, 
primeiramente, houve uma pesquisa sobre os experimentos que iriam ser utilizados 
com a turma e logo após houve as adaptações necessárias para a realização das 
aulas e quando necessário a criação de um roteiro para auxiliar os alunos nas 
práticas laboratoriais. 
Segundo Barbosa (2011) Às atividades experimentais no ensino de química somente 
têm relevância na formação dos alunos se houver uma boa elaboração e articulação 
entre os conceitos teóricos e práticos abordados. Tendo em vista que os alunos 
poderiam ter dificuldades nas aulas experimentais por ser o primeiro contato com 
o laboratório, a adaptação dos experimentos foi explicada da forma mais clara 
possível nos roteiros elaborados, o intuito era sanar o máximo de dúvidas 
referente aos experimentos, citando os materiais, reagentes e equipamentos a ser 
utilizados de forma direta, conciliando assim o referencial teórico químico com 
os experimentos práticos. 
Os experimentos realizados nas aulas laboratoriais facilitam a compreensão dos 
conceitos químicos teóricos, auxiliam no desenvolvimento de atitudes científicas 
e no diagnóstico de concepções não-científicas e contribuem para despertar o 
interesse pela ciência, com isso as disciplinas de laboratórios nos primeiros 
anos da graduação em cursos como química, física, engenharias é de suma 
importância. Ao final do componente curricular foram analisados os conceitos que 
os discentes obtiveram, a turma foi aprovada, como pode ser observado na tabela 
1.
Dessa forma, o programa PGRAD–MONITORIA foi de extrema importância não só para os 
monitorados, como também para os monitores, tendo em vista que a monitoria cria 
oportunidades de aprimorar os conhecimentos na disciplina monitorada, fomentando 
os alunos e monitores a pesquisa e produção acadêmica. O maior contato com 
professores agrega maiores níveis de habilidades docentes aos monitores, 
contribuindo de inúmeras formas na vida profissional e acadêmica do monitor, ou 
seja, a monitoria se faz expressiva na formação do estudante (BELO; SILVA, 2012).

Fonte da imagem: Autores.

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Conclusões
Segundo Freire (1997), para compreender a teoria é preciso experimenta-la. E é 
nesse contexto que propomos uma atividade pratica aos alunos utilizando materiais 
alternativos, fazendo com que os mesmos se sintam motivados e interessados pelos 
conceitos científicos teóricos, instigando assim a pesquisa e produção cientifica 
especificamente no ensino de ciências, dessa forma, as aulas experimentais faz-se 
necessária na aprendizagem dos alunos.
O programa PGRAD-MONITORIA possibilitou que os monitores realizassem atividades de 
suma importância para a formação acadêmica dos monitorados e dos monitores, para os 
monitores, o contato aprofundado na disciplina bem como o início da docência se faz 
extremamente importante no contexto profissional, para os monitorados, o contato 
com experimentos de química utilizando materiais alternativos de baixo custo faz a 
compreensão da química ser mais simples e associada com o cotidiano. Outro fator de 
suma importância foi a experiência de como desenvolver um material alternativo de 
custo reduzido para a disciplina laboratório de química geral I, visando auxiliar 
as práticas laboratoriais futuras e a melhor compreensão da disciplina. 
Agradecimentos
A Universidade Federal do Pará, Campus Ananindeua e ao programa PGRAD-MONITORIA.
Referências
BARBOSA, E. F. Aulas práticas de química na formação profissional: uma abordagem da importância e alguns aspectos relevantes. Enciclopédia Biosfera, v. 7, n. 12, 2011.
BELO, M. L. M., SILVA, R. N. Experiências e reflexões de monitoria: contribuição ao ensino-aprendizagem. Scientia Plena, v. 8, n. 7, 2012.
CUNHA, A. M., TUNES, E., SILVA, R. R. da. Evasão do curso de química da Universidade de Brasília: a interpretação do aluno evadido. Química Nova, v. 24, n. 2, p. 262-280, 2001.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. 
LINS, L. F. et al. A entrada da monitoria na formação acadêmica do monitor. Jornada de ensino, pesquisa e extensão, IX, 2009.
SALESSE, A. M. T. A experimentação no ensino de química: importância das aulas práticas no processo de ensino aprendizagem. Monografia (Pós-graduação) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, p. 11. 2012.
SILVA, J. N., AMORIM, J. S., MONTEIRO, L. P., FREITAS, H. G. Experimentos de baixo custo aplicados ao ensino de química: contribuição ao processo ensino-aprendizagem. ScientiaPlena. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.14808/10.14808/sci.plena.2017.012701. Acesso em 04 de setembro de 2022.








