Autores
Serrão, C.R.G. (IEMCI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Parente, A.G.L. (IEMCI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
O presente trabalho buscou realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema 
Tecnologias Digitais e o Ensino de Química para compreender de que 
maneira as pesquisas tem abordado esta temática e como as tecnologias são 
empregadas no contexto da formação de professores. Para obtenção de dados, 
utilizamos as plataformas SciElo e Portal de Periódicos Capes. Utilizamos os 
descritores “Tecnologias de Informação e Comunicação”, “TIC” e “Tecnologias 
Digitais” combinados com “Química” e “Ensino de Química” no período de 2011-2021 
para que fossem criadas as categorias de análise. Os dados apontam para a 
necessidade de avanço nas pesquisas sobre formação continuada de professores e 
práticas de ensino no contexto das TDIC, além da necessidade de construir e 
refletir junto ao professor.
Palavras chaves
Ensino de química; Tecnologias digitais; Formação de professores
Introdução
A expansão das tecnologias digitais (TD) na sociedade contemporânea alterou os 
modos de ser/estar no mundo (ALMEIDA; VALENTE, 2012). As TICs (Tecnologias de 
Informação e Comunicação) e TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e 
Comunicação) apresentam potencial reestruturador do currículo e de práticas 
pedagógicas. As TIDCs precisam valorizar práticas pedagógicas, proporcionando 
acesso à informação, flexibilidade e diversidade de suportes (GIORDAN, 2015). 
Rossato (2014) afirma que a utilização das ferramentas tecnológicas tem 
promovido uma transformação cultural e tem interferido diretamente nos processos 
humanos. Para Prensky (2001), existe um conflito entre dois sujeitos: os nativos 
digitais (nascidos a partir de 1980 e totalmente inseridos no contexto 
tecnológico e digital) e os imigrantes digitais que segundo o autor são falantes 
de uma língua ultrapassada. O conflito de gerações fica evidente em se tratando 
de educação, visto que os imigrantes digitais são os responsáveis por ensinar os 
nativos digitais (ROSSATO, 2014). Com isso, este trabalho buscou realizar um 
levantamento bibliográfico sobre o tema Tecnologias Digitais e o Ensino de 
Química de forma a compreender o que tem sido pesquisado sobre o tema e sobre 
como tem sido empregado na formação de professores de química.
Material e métodos
Realizamos um levantamento bibliográfico sobre o tema Tecnologias Digitais e o 
Ensino de Química. Buscamos saber sobre o que tem sido pesquisado. O trabalho de 
Giordan (2015) serviu de base e apresentou um panorama inicial sobre o tema de 
interesse. Recorremos as plataformas SciElo e Portal de Periódicos Capes. 
Utilizamos os descritores “Tecnologias de Informação e Comunicação”, “TIC” e 
“Tecnologias Digitais” combinados com “Química” e “Ensino de Química” no período 
de 2011-2021. Os artigos encontrados foram organizados em uma tabela contendo 
informações como o ano, autores, título, revista e qualis do periódico. Os 
resumos dos trabalhos foram lidos para seleção das obras. Após a leitura dos 
resumos, selecionamos 21 para análise. Procedemos com a leitura da introdução, 
registro do objetivo geral, metodologia e organizamos uma tabela contendo 
informações como: foco e tipo de pesquisa, análise, instrumentos de coleta e 
contexto da pesquisa. A partir da construção da tabela, criamos 3 categorias de 
análise para os artigos: TD como ferramentas (softwares, aplicativos e 
técnicas); TD na aprendizagem de química e TD na formação de professores de 
química.
Resultado e discussão
A análise dos trabalhos nos mostrou que 47,6% tratava as TD como ferramentas 
(análise e o uso de aplicativos, softwares, simulações, redes sociais e 
técnicas), 23,8% abordava as TDICs para a melhoria da aprendizagem em química. 
Quanto aos trabalhos relacionados à formação inicial e continuada de professores 
de química, obtivemos um total de 6 trabalhos, o que corresponde a 28,6% do 
total de artigos. Dos 6 trabalhos selecionados, 4 se concentraram em tratar 
sobre a formação inicial de professores de química e defendiam a integração das 
tecnologias digitais no ensino de química, a utilização de ferramentas digitais 
para promover uma aprendizagem dinâmica, a aplicação das TD para a promoção de 
educação inclusiva e análise de documentos oficiais que destacam o papel das TD 
na formação inicial de professores. Os trabalhos encontrados sobre formação 
continuada investigaram as representações docentes da disciplina química sobre a 
utilização das TD no ensino (ROSA et al., 2015) e a formação continuada de 
professores de química brasileiros no âmbito de um programa de formação ofertado 
pela Capes ocorrida em Portugal (AMARAL-ROSA e EICHLER, 2017).
Conclusões
Destacamos a necessidade de se construir junto ao professor materiais que apoiem e 
favoreçam suas práticas. Novos modos de aprender com o uso das tecnologias não 
pode desconsiderar a subjetividade em que imigrantes e nativos digitais ou 
professores e alunos sejam agentes e sujeitos do processo, aprendendo 
compreensivamente e criativamente. No contexto dos materiais analisados, nenhum 
trabalho utilizando a Teoria da Subjetividade foi encontrado no levantamento, o 
que reforça uma necessidade de avanço nas pesquisas envolvendo a teoria, a 
formação de professores e as tecnologias digitais.
Agradecimentos
Referências
ALMEIDA, M. E. B.; VALENTE, J. A. Integração currículo e tecnologias e a produção de narrativas digitais. Currículo Sem Fronteiras, v.12, n. 3, p. 57-82, 2012.
GIORDAN, M. Análise e Reflexões sobre os Artigos de Educação em Química e Multimídia Publicados entre 2005 e 2014. Química Nova na Escola, v.37, Nº especial 2, p.154-160, 2015.
PRENSKY, M. Digital Natives, Digital Imigrants. On the Horizon, MCB University Press, v.9, n.5, October 2001.
ROSSATO, M. A aprendizagem dos nativos digitais. In: MARTÌNEZ, A.; ÁLVAREZ, P. (Org.). O sujeito que aprende: diálogo entre a psicanálise e o enfoque histórico-cultural. Brasília: Liber Livro, 2014. p.151–178.








