Autores
Fiaros, E.V.M. (UFMA)  ; Ferreira, M.B.C. (UFMA)  ; Teles, A.M. (UFMA)  ; Mouchrek, A.N. (UFMA)
Resumo
As plantas de origem medicinal são amplamente importantes deste a antiguidade, 
seus efeitos no organismo vem sido estudado desde então, e sua substituição e 
combinações com medicamentos sintéticos vem mostrado um excelente resultado. O 
presente estudo teve como objetivo analisar e comparar essas ações frete a 
bactérias padrões de origem alimentar sendo elas Escherichia coli e Staphylococcus 
aureus, observou-se que os extratos obtiveram concentrações inibitórias mínimas 
entre 1050 a 9000uL sendo o extrato da Pariri bem mais eficiente, não só neste 
resultado, mas em relação a sua atividade antimicrobiana no geral, sendo observado 
também sua eficácia no método de difusão de disco, onde comparado com antibióticos 
utilizados para combater essas infecções como a Penicilina e Genifilina.
Palavras chaves
Atividade Antimicrobiana; Extratos; Plantas medicinais
Introdução
As antigas civilizações criaram seus competentes sistemas terapêuticos a partir 
da diversidade biológica, tendo como base a observação do meio ambiente. O uso 
de produtos naturais se deve ao fácil acesso da população as espécies vegetais 
disponíveis na biota inserida em um contexto cultural, em que a mesma representa 
por vezes opção terapêutica viável para comunidades com escasso recursos de 
assistência à saúde (Sharma & Sharma, 2007; Batista & Valença, 2012; Urso et 
al., 2016). A Maytenus ilicifolia Mart ex Reissek, conhecida popularmente como 
Espinheira Santa ou "Cancorosa", é a única planta medicinal nativa do bioma a 
ser conservada pelo banco de germoplasma mantido pela Embrapa Clima Temperado e 
integra na relação de plantas medicinais recomendadas para uso pelo Ministério 
da Saúde na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS 
(RENISUS), cujo uso foi regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, conforme a Resolução Normativa no 5, de 11 de dezembro de 2008 
(Mariot & Barbieri, 2010). Na região Nordeste do Brasil, folhas de A. chica são 
utilizadas em tatuagens pelos índios devido aos pigmentos carajurina e 
carajurona (CORRÊA, 1926; CHAPMAN et al., 1927; ZORN et al., 2001). No Estado do 
Maranhão, extratos hidroetanólicos de folhas de A. chica foram utilizados no 
tratamento de cálculos renais e da hipertensão arterial sistêmica (PESSOA et 
al., 2006). Diversas patologias que afetam a saúde pública são de origem 
microbiana, nas últimas décadas, ganharam um destaque preocupante, devido não só 
à medidas inadequadas no controle de disseminação, mas principalmente com a 
evolução da resistência a antibióticos,que acaba limitando as opções 
terapêuticas dos processos infecciosos (RAPP, 2004; WHO, 2015).
Material e métodos
As amostras (Pariri e Espinheira Santa) serão adquiridas no estado do
Maranhão. Serão coletadas amostras mensais durante dezesseis meses. Após
as coletas, as amostras serão conduzidas ao Laboratório de Química e
Microbiologia do Programa de Controle de Qualidade de Alimentos (PCQA),
localizado no Pavilhão Tecnológico do Departamento de Tecnologia Química – 
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da UFMA - Campus do Bacanga. Foram 
utilizadas duas cepas de bactérias provenientes da “American Type Culture 
Collection” (ATCC) doadas pelo Laboratório de Microbiologia do Controle de 
Qualidade de Alimentos e Água da Universidade Federal do Maranhão (PCQA-UFMA), 
sendo duas Gram-negativas: Escherichia coli (ATCC 25922) e uma Gram-positiva: 
Staphylococcus aureus (ATCC 25923).A técnica de disco foi realizada segundo 
Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2009) que padroniza os testes 
de sensibilidade de antimicrobianos por disco-difusão. Primeiramente foram 
preparadas soluções na concentração de 2.000μg/mL dos extratos. As soluções dos 
extratos foram preparadas utilizando-se dimetilsufóxido (DMSO) a 1% resultando 
nas concentrações de 2000 a 100.000μg/mL. A suspensão microbiana contendo 
1,5x108 UFC/mL das cepas (Escherichia coli e Staphylococcus aureus) foram 
adicionadas a cada concentração. O controle constituído apenas da solução de 
DMSO nas mesmas concentrações testadas foi realizado. Ainda foram reservados 
tubos para controle de esterilidade do caldo e de crescimento bacteriano. Logo 
após a realização das análises os tubos foram incubados a 35°C por 24 horas. 
Após o período de incubação, foi verificada a concentração inibitória mínima dos
óleos e extratos, sendo definida como a menor concentração que visivelmente
inibiu o crescimento bacteriano (ausência de turvação)
Resultado e discussão
Utilizou-se os seguintes antibióticos para comparativo aos extratos: Penicilina 
e
Genificina, em cada disco foi adicionado 100µL do extrato. Para a bactéria 
Staphylococcus aureus foi visto que o antibiotico que teria melhor eficiência 
seria a Genifilina, na qual apresentou um halo de inibição 1,7cm à 2,3cm, 
comparando aos extratos que obtiveram halos entre 0,7 a 1,4cm, tendo uma 
eficiência não muito boa, sendo o melhor extrato para inibir a bactéria foi o da 
Espinheira-Santa, ja para a bactéria Escherichia coli a Penicilina é a que 
melhor inibi o crescimento da bactéria onde obteve-se um halo de inibição de 3,2 
a 3,5cm, comparando aos halos dos extratos tivemos entre 1,2 a 2,0cm sendo o 
extrato da Pariri o mais eficiênte, chegando a um tamanho mais aceitável dos 
halos com relação ao antibiótico. A concentração Inibitória Mínima (CIM) obteve-
se valores de 1050uL a 9000uL, sendo o extrato da Pariri mais eficiente frente a 
essas bactérias padrões de origem alimentar. ALIGIANIS et al. (2001) propuseram 
uma classificação para materiais vegetais com base nos resultados do CIM, 
considerando como: forte inibição – CIM até 500 μg/mL; inibição moderada – CIM 
entre 600 e 1500 μg/mL e como fraca inibição - CIM acima de 1600 μg/mL. Já para 
Sartoratto et al. 2004, uma forte atividade de extratos vegetais seria para 
valores de CIM entre 50-500 μg/ml, CIM com atividade moderada entre 600-1500 
μg/mL e fraca atividade acima de 1500μg/mL. No entanto, vários autores 
encontraram extratos vegetais com atividade tanto para bactérias Gram positivas 
como para negativas (KHAN et al. 2009; KUETE et al. 2010; ABD AZIZ et al. 2011; 
STEFANOVIC & COMIC, 2012). RIBEIRO et al. (2009) demonstraram que extratos de 
folhas de goiabeira, pirarucu e pariri foram ativos contra cepas de ambos os 
grupos.
Conclusões
Diante do presente estudo podemos concluir que os extratos tem sim uma boa 
eficácia diante das bactérias padrões de origem alimentar, sendo o extrato da 
Pariri se mostrando mais eficaz e resistente diante das mesmas, utilizando uma 
concentração aceitável na sua atividade.
Agradecimentos
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A Fundação de Amparo a Pesquisa e ao 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) e ao Laboratório do 
Programa de Controle de Qualidade de Águas e Alimetos (PCQA).
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