Autores
Lima, J.M.S.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO)  ; Silva, A.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO)
Resumo
A erva-cidreira [Lippia alba (Mill.) N.E.Brown], é um arbusto aromático da 
família Verbenaceae, encontrado em todo o Brasil e muito usado na medicina 
popular devido às ações antiespasmódica, antipirética, anti-inflamatória, 
diaforética, analgésica e sedativa. Tais propriedades devem-se aos seus 
constituintes ativos presentes em seu óleo essencial que auxiliam no combate de 
diversos males. O presente trabalho tem como objetivo descrever a erva-cidreira-
brasileira, conhecer a composição química dos constituintes voláteis e comparar 
seus efeitos fitoterápicos dos três componentes majoritários citral, linalol e 
carvona.   Foram analisados com base bibliográfica que existe uma variação 
desses componentes de acordo com suas respectivas localidades, bem como variação 
na qualidade das plantas.
Palavras chaves
Lippia Alba; óleo essencial; efeitos fitoterápicos 
Introdução
O desenvolvimento de um fitoterápico envolve diversas etapas e processos, tanto 
interdisciplinar como multidisciplinar. As áreas de conhecimento científicos 
envolvidas vão desde a antropologia, química, até a tecnologia farmacêutica 
(BUFFON et al., 2003). Sendo assim, destaca-se a Lippia Alba (Mill.) N. E. 
Brown, da família Verbanaceae, conhecida como Erva cidreira, a qual possui um 
grande potencial farmacológico e é utilizada no tratamento de diversos males 
como por exemplo: dores, náuseas, espasmos, etc. (HEINZMANN; BARROS, 2007). 
A Lippia alba, encontra-se distribuída em todo o território brasileiro e na 
América, podendo ser cultivada em terrenos abandonados, como cultivada em hortas 
medicinais (AGUIAR; COSTA, 2005). No que se refere a composição química de seu 
óleo essencial, estima-se uma variação, com maior presença dos compostos 
químicos citral, carvona e linalol como constituintes majoritários, encontrados 
na literatura (BARBOSA et al., 2006). Os fatores ambientais interferem na 
variação da composição do óleo essencial e em suas características morfológicas 
(TAVARES et al., 2005). Por outro lado, o teor de princípio ativo de uma planta 
medicinal pode variar, com a idade e época de colheita (OLIVEIRA et al., 2014).
O óleo essencial é uma mistura complexa de substâncias voláteis lipofílicas, 
geralmente odoríferas e líquidas. Podem ser chamados de óleos voláteis, ou 
essências, devido a algumas de suas características físico-químicas e aroma 
intenso, muitas vezes agradável (JANUZZI et al., 2011). 
Desta forma, o presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento 
bibliográfico da variação dos constituintes majoritários presentes no óleo 
essencial da planta Lippa alba, além de identificar as atividades fitoterápicas 
dos mesmos.
Material e métodos
A metodologia utilizada neste trabalho consistiu em uma perspectiva qualitativa, a 
qual foi feita uma revisão de literatura, através de levantamentos bibliográficos 
realizados entre os meses de agosto a outubro de 2022. 
A pesquisa documental que foi conduzida a partir de consulta ao Portal de 
Periódicos Capes, onde foram utilizados dados de livros, artigos e periódicos 
científicos.
Resultado e discussão
Dentre os vários constituintes químicos presentes em Lippia alba, o grupo dos 
terpenos está presente de forma majoritária, tornando-se assim o principal 
composto por seus efeitos fitoterápicos. Dito isto, diversos fatores podem 
influenciar a composição de óleo essencial, como por exemplo temperatura, 
altitude, sazonalidade, composição atmosférica, entre outros (GOMES, 2017). 
Desta feita, os valores encontrados na literatura sofrem uma variação de acordo 
com seus respectivos locais de cultivos. 
O citral (C10H16O), é um monoterpeno, no qual sua presença encontra-se em níveis 
elevados com base na literatura estudada. O mesmo está presente em diversos 
óleos essenciais de várias espécies de plantas. Suas principais propriedades 
farmacológicas são anti-tumoral, broncodilatador, inseticida e antimicrobiana 
(CALDAS et al., 2016). Já quando falamos do linalol (C10H18O), temos como 
principais propriedades farmacológicas a sua utilização em efeitos anti-
inflamatórios, hipotensores e analgésico (CAMARGO; VASCONCELOS, 2014). A carvona 
(C10H14O) que também é encontrada no óleo essencial da Lippia alba, é uma 
substância amplamente utilizada na indústria farmacêutica, pois a carvona 
apresenta propriedades, fungicida, carminativa, bactericida, ação nematicida, 
bacteriostática, bactericida e fungicida bem como, atividade alelopática 
(CAMILLO, 2016).
A composição do óleo essencial da Lippia alba tem sido descrita, mas com muita 
variação química devido a existência de quimiotipos (TAVARES, 2005; AGUIAR, 
2008). Além disso, existem as variações sobre o local de cultivo e sobre a 
qualidade no melhoramento das plantas.
Conclusões
Esta revisão sistemática, apontou para a importância dos fatores bióticos 
(variabilidade genética; fenologia,  etc), quanto fatores abióticos (tipo de solo; 
altitude; temperatura, etc.), bem como, aspectos relacionados ao cultivo (parte 
utilizada; tempo e hora de colheita, etc), como fatores que influenciam na 
composição dos componentes majoritários e, o que ressalta para a importância da 
necessidade do Zoneamento Ecológico-Econômico de espécies medicinais, como a 
Lippia alba entre outras, quando se pensar em termos de industrialização dos 
compostos secundários pela indústria de fitoterápicos.
Agradecimentos
À Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, e ao orientador Prof.Dr Alessandro 
Costa da Silva. 
Referências
AGUIAR, J. S.; COSTA, M. C. C. D. Lippia alba (Mill.) NE Brown (Verbenaceae): levantamento de publicações nas áreas química, agronômica e farmacológica, no período de 1979 a 2004. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n. 1, p. 79-84, 2005.
AGUIAR, J. S. et al. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) NE brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, p. 436-440, 2008.
BARBOSA, F. D. F. et al. Influência da temperatura do ar de secagem sobre o teor e a composição química do óleo essencial de Lippia alba (Mill) NE Brown. Química Nova, v. 29, p. 1221-1225, 2006.
BUFFON, M. et al. Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta, Bragança Paulista, v. 21, n. 1/2, p. 7-13, 2003.
CAMARGO, S. B.; VASCONCELOS, D. F. S. A. D. Atividades biológicas de Linalol: conceitos atuais e possibilidades futuras deste monoterpeno. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 13, n. 3, p. 381-387, 2014.
CAMILLO, F. D. C. Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson uma espécie nativa promissora para a introdução em programas nacionais de plantas medicinais e fitoterápicos. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2016.
CALDAS, C. P. D. M. et al. Atividade antifúngica in silico e in vitro do monoterpeno citral. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 14, n. 2, p. 905-912, 2016.
GOMES, A. F. Nova metodologia analítica para análise qualitativa e quantitativa de metabólitos bioativos de Lippia alba e do seu produto fitoterápico desenvolvido. Tese (Doutorado - Programa de Pós-graduação em Química) Universidade Federal da Bahia, instituto de Química, 2017.
HEINZMANN, B. M.; BARROS, F. M. C. D. Potencial das plantas nativas brasileiras para o desenvolvimento de fitomedicamentos tendo como exemplo Lippia alba (Mill.) NE Brown (Verbenaceae). Saúde (Santa Maria), p. 43-48, 2007.








