• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Estudo teórico dos compostos químicos majoritários do óleo essencial de Lippia alba e seus efeitos fitoterápicos

Autores

Lima, J.M.S.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO) ; Silva, A.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO)

Resumo

A erva-cidreira [Lippia alba (Mill.) N.E.Brown], é um arbusto aromático da família Verbenaceae, encontrado em todo o Brasil e muito usado na medicina popular devido às ações antiespasmódica, antipirética, anti-inflamatória, diaforética, analgésica e sedativa. Tais propriedades devem-se aos seus constituintes ativos presentes em seu óleo essencial que auxiliam no combate de diversos males. O presente trabalho tem como objetivo descrever a erva-cidreira- brasileira, conhecer a composição química dos constituintes voláteis e comparar seus efeitos fitoterápicos dos três componentes majoritários citral, linalol e carvona. Foram analisados com base bibliográfica que existe uma variação desses componentes de acordo com suas respectivas localidades, bem como variação na qualidade das plantas.

Palavras chaves

Lippia Alba; óleo essencial; efeitos fitoterápicos

Introdução

O desenvolvimento de um fitoterápico envolve diversas etapas e processos, tanto interdisciplinar como multidisciplinar. As áreas de conhecimento científicos envolvidas vão desde a antropologia, química, até a tecnologia farmacêutica (BUFFON et al., 2003). Sendo assim, destaca-se a Lippia Alba (Mill.) N. E. Brown, da família Verbanaceae, conhecida como Erva cidreira, a qual possui um grande potencial farmacológico e é utilizada no tratamento de diversos males como por exemplo: dores, náuseas, espasmos, etc. (HEINZMANN; BARROS, 2007). A Lippia alba, encontra-se distribuída em todo o território brasileiro e na América, podendo ser cultivada em terrenos abandonados, como cultivada em hortas medicinais (AGUIAR; COSTA, 2005). No que se refere a composição química de seu óleo essencial, estima-se uma variação, com maior presença dos compostos químicos citral, carvona e linalol como constituintes majoritários, encontrados na literatura (BARBOSA et al., 2006). Os fatores ambientais interferem na variação da composição do óleo essencial e em suas características morfológicas (TAVARES et al., 2005). Por outro lado, o teor de princípio ativo de uma planta medicinal pode variar, com a idade e época de colheita (OLIVEIRA et al., 2014). O óleo essencial é uma mistura complexa de substâncias voláteis lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. Podem ser chamados de óleos voláteis, ou essências, devido a algumas de suas características físico-químicas e aroma intenso, muitas vezes agradável (JANUZZI et al., 2011). Desta forma, o presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico da variação dos constituintes majoritários presentes no óleo essencial da planta Lippa alba, além de identificar as atividades fitoterápicas dos mesmos.

Material e métodos

A metodologia utilizada neste trabalho consistiu em uma perspectiva qualitativa, a qual foi feita uma revisão de literatura, através de levantamentos bibliográficos realizados entre os meses de agosto a outubro de 2022. A pesquisa documental que foi conduzida a partir de consulta ao Portal de Periódicos Capes, onde foram utilizados dados de livros, artigos e periódicos científicos.

Resultado e discussão

Dentre os vários constituintes químicos presentes em Lippia alba, o grupo dos terpenos está presente de forma majoritária, tornando-se assim o principal composto por seus efeitos fitoterápicos. Dito isto, diversos fatores podem influenciar a composição de óleo essencial, como por exemplo temperatura, altitude, sazonalidade, composição atmosférica, entre outros (GOMES, 2017). Desta feita, os valores encontrados na literatura sofrem uma variação de acordo com seus respectivos locais de cultivos. O citral (C10H16O), é um monoterpeno, no qual sua presença encontra-se em níveis elevados com base na literatura estudada. O mesmo está presente em diversos óleos essenciais de várias espécies de plantas. Suas principais propriedades farmacológicas são anti-tumoral, broncodilatador, inseticida e antimicrobiana (CALDAS et al., 2016). Já quando falamos do linalol (C10H18O), temos como principais propriedades farmacológicas a sua utilização em efeitos anti- inflamatórios, hipotensores e analgésico (CAMARGO; VASCONCELOS, 2014). A carvona (C10H14O) que também é encontrada no óleo essencial da Lippia alba, é uma substância amplamente utilizada na indústria farmacêutica, pois a carvona apresenta propriedades, fungicida, carminativa, bactericida, ação nematicida, bacteriostática, bactericida e fungicida bem como, atividade alelopática (CAMILLO, 2016). A composição do óleo essencial da Lippia alba tem sido descrita, mas com muita variação química devido a existência de quimiotipos (TAVARES, 2005; AGUIAR, 2008). Além disso, existem as variações sobre o local de cultivo e sobre a qualidade no melhoramento das plantas.

Conclusões

Esta revisão sistemática, apontou para a importância dos fatores bióticos (variabilidade genética; fenologia, etc), quanto fatores abióticos (tipo de solo; altitude; temperatura, etc.), bem como, aspectos relacionados ao cultivo (parte utilizada; tempo e hora de colheita, etc), como fatores que influenciam na composição dos componentes majoritários e, o que ressalta para a importância da necessidade do Zoneamento Ecológico-Econômico de espécies medicinais, como a Lippia alba entre outras, quando se pensar em termos de industrialização dos compostos secundários pela indústria de fitoterápicos.

Agradecimentos

À Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, e ao orientador Prof.Dr Alessandro Costa da Silva.

Referências

AGUIAR, J. S.; COSTA, M. C. C. D. Lippia alba (Mill.) NE Brown (Verbenaceae): levantamento de publicações nas áreas química, agronômica e farmacológica, no período de 1979 a 2004. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n. 1, p. 79-84, 2005.
AGUIAR, J. S. et al. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) NE brown (Verbenaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, p. 436-440, 2008.
BARBOSA, F. D. F. et al. Influência da temperatura do ar de secagem sobre o teor e a composição química do óleo essencial de Lippia alba (Mill) NE Brown. Química Nova, v. 29, p. 1221-1225, 2006.
BUFFON, M. et al. Fitoterápicos: uma abordagem farmacotécnica. Revista Lecta, Bragança Paulista, v. 21, n. 1/2, p. 7-13, 2003.
CAMARGO, S. B.; VASCONCELOS, D. F. S. A. D. Atividades biológicas de Linalol: conceitos atuais e possibilidades futuras deste monoterpeno. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 13, n. 3, p. 381-387, 2014.
CAMILLO, F. D. C. Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson uma espécie nativa promissora para a introdução em programas nacionais de plantas medicinais e fitoterápicos. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2016.
CALDAS, C. P. D. M. et al. Atividade antifúngica in silico e in vitro do monoterpeno citral. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 14, n. 2, p. 905-912, 2016.
GOMES, A. F. Nova metodologia analítica para análise qualitativa e quantitativa de metabólitos bioativos de Lippia alba e do seu produto fitoterápico desenvolvido. Tese (Doutorado - Programa de Pós-graduação em Química) Universidade Federal da Bahia, instituto de Química, 2017.
HEINZMANN, B. M.; BARROS, F. M. C. D. Potencial das plantas nativas brasileiras para o desenvolvimento de fitomedicamentos tendo como exemplo Lippia alba (Mill.) NE Brown (Verbenaceae). Saúde (Santa Maria), p. 43-48, 2007.

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