Autores
Domingues, L. (ETEC PROFESSOR JOSÉ CARLOS SENO JÚNIOR)  ; Albano, I. (ETEC PROFESSOR JOSÉ CARLOS SENO JÚNIOR)  ; Peguim, K. (ETEC PROFESSOR JOSÉ CARLOS SENO JÚNIOR)  ; Gil, M.E. (ETEC PROFESSOR JOSÉ CARLOS SENO JÚNIOR)
Resumo
A mamona é caracterizada como uma das plantas mais tóxicas do mundo, pois nela encontram-se toxinas 
como a ricinina e aglutinina, encontra-se nas sementes a ricina, proteína que pode levar a óbito mesmo em 
pequenas doses. em culturas de microrganismos, a ricina é capaz de inibir o crescimento de colônias de 
bactérias, constatando uma diminuição bacteriana visível pelo surgimento de zonas opacas não 
características do grupo de controle, provando assim a presença de uma aplicabilidade antibiótica. Partindo 
destes princípios, este trabalho, analisou o potencial antibiótico da ricina extraída da mamona a partir de sua 
alta toxidade. As análises realizadas tiveram resultados favoráveis que comprovaram o fator inibitório da 
ricina em colônias de bactériascomo diplobacilos e estreptobacilos.
Palavras chaves
Ricina; Bactérias; Antibióticos
Introdução
O cultivo da mamona possui uma grande importância econômica brasileira sendo o Brasil o terceiro maior 
produtor mundial. 85% da produção nacional concentra-se no estado da Bahia e cerca de 90% da 
produção mundial é responsável pela China e Índia. Sua importância se deve ao seu óleo possuir grande 
aplicabilidade e apresentar singularidades únicas comercialmente. (BELTRÃO et al., 2009). Sua toxicidade 
foi devidamente explicada apenas em 1971, quando Jung-Yaw Lin introduziu a ricina em culturas de 
microrganismos. Com o experimento foi possível perceber que a toxina induzia a inibição da síntese 
proteica das células (LIN et al., 1971). Houve um grande aumento nas pesquisas sobre as RIPs desde a 
descoberta da ricina.A ricina presente na mamona é uma glicoproteína que apresenta alta toxidade, seu 
mecanismo de ação inibe a síntese de proteínas por promover a depurinação da adenina A4324 da alça 28 
S do rRNA. As RIPs causam danos irreversíveis na síntese de proteínas das células(GIRBÉS et al., 2004). 
Receberam esse nome por conta de sua característica enzimática que promove a depurinação da A4324, 
impedindo que a alça 28 S interaja com os fatores de elongação evitando que se liguem na subunidade 
ribossomal 60 S (HARTLEY et al., 1991), o que trás o decréscimo da síntese proteica, comumente 
resultando em morte celular (OLSNES et al., 2004). Se inserida em culturas de microrganismos, a ricina é 
capaz de inibir o crescimento de colônias de bactérias, constatando uma diminuição bacteriana visível 
pelo surgimento de zonas opacas não características do grupo de controle, provando assim a presença de 
uma aplicabilidade antibiótica (LIN et al., 1971).
Material e métodos
As sementes de mamona foram coletadas da natureza e secas por 2 meses com o uso da luz solar como 
fonte de calor até a desidratação da casca (descartada) que envolvia as sementes; Foram pesadas 100 
sementes (17 g) e colocadas em um béquer, adicionou-se 50 mL de água ao béquer, submergindo 
totalmente as sementes que foram aquecidas em água por 20 minutos, até a fervura. Neste momento a 
solução apresentou coloração um leve tom amarelo-esverdeado; Retirou-se as mesmas da água e secou-
se com uma toalha de papel. Foi utilizado um pistilo para quebrar o tegumento que se encontrava 
amolecido, facilitando assim sua retirada. Em seguida, as sementes foram maceradas em um almofariz 
com o auxílio de um pistilo até a consistência pastosa; Improvisou-se uma prensa para a extração do óleo, 
usando latas de refrigerante e de embutidos, enrolando-se a pasta em papel toalha, trocando-o a cada 48 
horas por 4 meses até a extração total do óleo. Após prensagem, a polpa foi macerada novamente, 
tomando uma consistência arenosa. Despejou-se esta polpa em um béquer e adicionou-se 170 mL de 
água destilada e 20 g de NaCl; A mistura foi agitada até o líquido se mostrar em uma cor turva 
esbranquiçada. Armazenou-se em um recipiente de vidro tampado por 3 dias e, posteriormente, filtrou-se 
a mistura a vácuo. Seguiu-se, então, para as análises microbiológicas transferindo-se colônias de 
bactérias isoladas, retiradas de uma placa de controle, para as 4 placas de análise, das quais a placa 1 
possuía apenas a colônia de bactérias; a placa 2, 0,5 mL de solução de ricina; a placa 3, 1 mL de solução 
de ricina; e a placa 4 continha pequenos discos de papel que continham a solução de ricina. As placas 
foram incubadas a 36ºC por 24 horas e, finalmente, caracterizou-se as bactérias por coloração de Gram.
Resultado e discussão
O meio de cultura com 1ml de ricina inibiu totalmente a presença de bactérias e fungos. Observando as 
placas foi possível notar que, em regiões onde a ricina não foi aplicada há maior quantidade bacteriana 
comparada com a região na qual a ricina foi aplicada. Constatamos que em todas as placas em que foi 
aplicada a ricina há presença de um aspecto opaco, não característico do grupo controle, no qual 
determinou-se restos bacterianos. Não foi observado nenhuma formação fúngica nos testes realizados. 
Portanto, através dos testes, observou-se a sensibilidade de bactérias e fungos em relação ao material 
analisado. Deste modo, houve comprovação da ação da ricina extraída sob as bactérias analisadas.
Conclusões
Através dos testes realizados, foi possível constatar uma diminuição bacteriana visível por sua transparência 
e menor disposição. Todas as placas com ricina aplicada apresentaram um aspecto opaco, não característico 
do grupo controle. Nas regiões que não houveram sua aplicação foi possível observar maiores quantidades 
de formações bacterianas. As análises realizadas tiveram resultados favoráveis que comprovaram o fator 
inibitório da ricina em colônias de bactérias classificadas de acordo com a morfologia como bacilos 
agrupados como diplobacilos e estreptobacilos.
Agradecimentos
Agradecemos às colegas de trabalho Ana Antônio e Yasmin Baldan e toda equipe da Etec de Olímpia, 
especialmente aos professores, cujo os ensinamentos nos permitiram atingir o melhor desempenho no 
processo de formação acadêmica.
Referências
BELTRÃO, N. E. M.; OLIVEIRA, M. I. P. Detoxicação e aplicações da torta de mamona. Embrapa Documentos, Paraíba, v. 217, 35 p. 2009. Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/513552>. Acesso em: 16 set. 2022. 
GIRBÉS, T.; FERRERAS, J. M.; ARIAS, F. J.; STIRPE, F. Description, Distribution, Activity and Phylogenetic Relationship of Ribosome-Inactivating Proteins in Plants, Fungi and Bacteria. Mini-Rev. Med. Chem., v. 4, n. 5, 2004.
HARTLEY, M. R.; LEGNAME, G.; OSBORN, R.; CHEN, Z.; LORD, J. M. Single-chain ribosome inactivating proteins from plants depurinate Escherichia coli 23S ribosomal RNA. FEBS J., v. 290, n. 1,2, p. 65-68, 1991.
LIN, J.-Y.; LIU, K.; CHEN, C.-C.; TUNG, T.-C. Effect of Crystalline Ricin on the Biosynthesis of Protein, RNA, and DNA in Experimental Tumor Cells. Cancer Research, China, v. 31, n. 7, p. 921-924, 1971.
RANA, M.; DHAMIJA, H.; PRASHAR, B.; SHARMA, S. Ricinus communis L. – A Review. Int. J. Pharmtech Res., Índia, v. 4, n. 4, p. 1706-1711, 2012.








