• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

VERDELAB_IFRJ: USO DA MÍDIA SOCIAL PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DA QUÍMICA VERDE E SUSTENTABILIDADE

Autores

Nogueira da Silva, L. (IFRJ) ; Pereira de Andrade, T.A. (IFRJ) ; Muza Aversa, T. (IFRJ) ; Rodrigues de Almeida, Q.A. (IFRJ)

Resumo

Através da chegada da tecnologia, é unânime que a difusão das produções científicas passaram por diversos avanços, contribuindo na agilidade da transmissão de informações entre pesquisadores e a comunidade científica. Em um mundo altamente conectado, surge a necessidade de divulgar ciência utilizando as ferramentas disponíveis, principalmente nas redes sociais. Com o objetivo de democratizar o acesso às informações científicas, impulsionar discussões e prestar atenção no impacto dos aspectos tecnológicos e ambientais que mudam o mundo, resultou a ideia de promover a divulgação da Química Verde através do uso das mídias digitais disseminando como as tecnologias ambientais e o desenvolvimento sustentável estão ajudando a reduzir os prejuízos das ações poluidoras no planeta.

Palavras chaves

Química Verde; Educação Ambiental; Mídia Social

Introdução

A disseminação da Ciência, durante um longo período, esteve relacionada apenas aos periódicos científicos impressos. De fato, eles possuem um papel crucial tanto na propagação de pesquisas científicas quanto para a comunicação acadêmica, pois são considerados como “o principal canal formal de disseminação da Ciência” (AMBIENDER, 2012, p. 40). Entre os vários impactos causados pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), o uso de novas tecnologias auxiliaram na disseminação da informação apresentando maior interatividade e acompanhando as mudanças que o ambiente digital traz para as relações de comunicação, como as mídias sociais. Devido à crescente demanda pelo desenvolvimento de métodos ambientalmente seguros e sustentáveis por conta de diversos acontecimentos relacionados à crise ambiental, alguns perfis desenvolvidos nas mídias sociais está metodologicamente e didaticamente fundamentada nos parâmetros dos cuidados relacionados ao meio ambiente e da sustentabilidade, contribuindo assim, aos objetivos de uma Educação para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). Desta forma, é necessário que se tenham pesquisas que estejam fundamentadas nos princípios da Química Verde, que incluem, entre outros, a utilização de meios para divulgação científica sobre esse tema muito importante e ainda pouco disseminado na área da educação. A proposta deste trabalho é identificar experiências, problemas socioambientais, pesquisas e estudos na área da Química Verde e fornecer a sociedade esses conteúdos através das mídias digitais, ampliando assim o potencial de compreensão, acesso e popularização desses conteúdos científicos promovendo mudanças de comportamentos necessários para o alcance de um futuro mais sustentável.

Material e métodos

O perfil no Instagram foi criado em maio de 2021 e foi cadastrado como perfil educacional. Em seguida, foram selecionados os conteúdos relacionados diretamente com a temática proposta baseados em diversos materiais provenientes de fontes seguras como livros de autores renomados no assunto (Anastas e Warner, 2000; Côrrea e Zuin, 2012; Machado, 2014), artigos científicos da base de dados ScienceDirect (palavras chaves: quimica verde, sustentabilidade ou educação ambiental) e também artigos de divulgação de jornais e revistas que estão inseridas no nosso cotidiano. As postagens possuem cunho educativo/informativo e, a abordagem para plataforma foi escolhida de modo que as publicações sejam atrativas, com uma linguagem acessível e que estimule a interação do público com o conteúdo abordado. A seleção dos conteúdos e a elaboração das postagens é realizada pelos discentes envolvidos no projeto sob a supervisão dos orientadores do mesmo. A construção do design gráfico do perfil foi elaborado no programa Canva, uma plataforma disponível online integrada por diversas fontes, modelos e ilustrações utilizadas para o desenvolvimento dos conteúdos visuais de modo que as postagens sigam um padrão que facilite a compreensão das mesmas(Figura 1). Por fim, os dados relacionados a quantidade de comentários, curtidas, compartilhamentos, faixa etária e alcance são obtidos pelas métricas fornecidas pelo próprio aplicativo sendo base para as análises das ações de divulgação científica em redes sociais. Para além dos dados, a ideia do projeto consiste em desconstruir a imagem que muitas pessoas têm acerca da ciência como algo complicado, desinteressante e de difícil acesso atraindo cada vez mais pessoas que não tenham interesse por conteúdos relacionados à Química Verde e sustentabilidade

Resultado e discussão

A mídia social VerdeLab_IFRJ no período de maio de 2021 a agosto de 2022 possui 262 seguidores que com base nas métricas fornecidas pelo Instagram possui 72,8% de mulheres e 27,1% de homens. As faixas etárias são de 18 a 24 anos(35,7%), 35 a 44 anos (20,7%), 25 a 34 anos (27,3%) e entre 45 e 54 anos (10,3%) conforme visto na figura 2. Através da análise destes dados do perfil, observamos que as postagens conseguem atingir uma diversidade quanto à faixa etária dos seguidores de maneira satisfatória e possui majoritariamente um público feminino, chamando atenção exatamente por retratar o aumento do protagonismo da mulher no âmbito científico , segundo o relatório Gender in the Global Research Landscape de 2017 publicado pela Elsevier. Podemos ainda notar que o público é quase em sua totalidade brasileiro (98%),há grande interação com os membros do IFRJ e também membros de comunidades externas, incluindo profissionais de outras instituições de ensino. O perfil atualmente possui 110 publicações disponibilizadas aos seus seguidores, sendo compostas entre vídeos e fotos. Na série de publicações sobre os 12 princípios da Química Verde se observa uma constância entre 90 e 120 visualizações em todas as postagens, representando a importância de se manter uma ordem e constância entre os conteúdos abordados. Outras séries com sucesso de visualizações são hidrogênio verde e o futuro verde. O vídeo de maior alcance é intitulado como “solventes verdes” com 544 visualizações, que foi desenvolvido por um aluno da disciplina eletiva de Química Verde do IFRJ-Campus Duque de Caxias, disciplina esta que incentiva a participação e a contribuição dos alunos e estimula o papel protagonista ao produzir o próprio conteúdo científico oriundo de suas pesquisas.

Figura 1

Design gráfico usado no instagram com o uso da ferramenta Canva

Figura 2

Gráfico da faixa etária e gênero dos seguidores

Conclusões

A utilização das redes sociais pelas Instituições de Ensino vem se consolidando no âmbito educacional, o alcance e a velocidade dessas mídias proporcionam maior visibilidade, permitem e facilitam a interação direta com os alunos da IE e também de outros locais. A produção de conteúdo é enriquecedora contribuindo com iniciativas para transpor os conteúdos para além da sala de aula tradicional, estimulando a participação ativa dos alunos envolvidos no processo de ensino aprendizagem. A construção do conhecimento científico só é possível devido à divulgação e à discussão de seus resultados

Agradecimentos

IFRJ - CAMPUS DUQUE DE CAXIAS, VERDE LAB IFRJ, CNPQ

Referências

AMBIENDER, Déborah Motta. Artigos científicos digitais na web: novas experiências para apresentação, acesso e leitura, 2012. 165f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ, 2012.

ANASTAS, P. T.; WARNER, J. Green Chemistry: Theory and Practice. Oxford University Press: Great Britain, cap. 9, p. 94-95, 2000.

CORRÊA, A.G.; ZUIN, V.G. Química Verde: Fundamentos e aplicações. EdUFSCAR, 2012.

ELSEVIER RESEARCH INTELLIGENCE. Gender in the global research landscape: analysis of research performance through a gender lens across 20 years, 12 geographies and 27 subject areas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Disponível em: <https://www.elsevier.com/__data/assets/pdf_file/0008/265661/ElsevierGenderReport_final_for-web.pdf >. Acesso em: 12 agosto 2021.

MACHADO, A.A.S.C. Introdução às Métricas da Química Verde: uma visão sistêmica. 1 ed. Florianópolis: UFSC, 2014.

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