TÍTULO: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA QUÍMICA DOS ALUNOS QUE INGRESSARAM NO CURSO LICENCIATURA EM QUÍMICA NA UEPB.

AUTORES: BENTO, E. R. (UEPB) ; DIAS, J. (UEPB) ; CAMPOS, D.C. (UEPB) ; OLIVEIRA, M.J. (UEPB) ; SILVA, V.G. (UEPB)

RESUMO: Têm-se observado que o nível de aprendizagem dos alunos que incressam na universidade está decrescendo de forma assustadora, isso é preocupante e traçar um diagnóstico deste quadro se faz necessário. Desta forma, procuramos investigar o nível de aprendizagem na disciplina Química entre os alunos que ingressaram no curso de Licenciatura Plena em Quimica da Universidade Esatadual da Paraíba. Com esse objetivo, foi avaliado o nível de conhecimento em Química do ensino médio entre os alunos que ingressaram no curso de Licenciatura em Química diurno da UEPB nos períodos 2006.1 ,2007.1, 2008.1. A análise dos dados deste trabalho demonstraram que esses alunos apresentam baixíssimos níveis de aprendizagem na disciplina na qual pretendem lecionar.




PALAVRAS CHAVES: alunos, nível de conhecimento, licenciatura em química.

INTRODUÇÃO: O ensino superior no Brasil ampliou-se e diversificou-se de forma notável nas últimas décadas, mas ainda apresenta um grande desequilíbrio intelectual entre os jovens que ingressam nas universidades. Como produtora de saber e formadora de intelectuais a universidade contribui para a construção contínua do mundo e sua configuração presente. Por outro lado, sua amplitude e abrangência organizacional e possibilidade de ação resultam do modelo de país no qual se insere e das respectivas políticas educacionais. Vivemos em um país em que a educação não figura como meta principal de seus governantes, assim a Universidade brasileira precisa repensar-se, redefinir-se, instrumentalizar-se para lidar com um novo público com enormes defasagens educacionais do qual os alunos que ingressam no curso de Química (Licenciatura) não são exceçâo.
Segundo Zucco et ai., (1999) a grade curricular vigente no ensino médio esta transbordando de conteúdos informativos em flagrante prejuízo aos formativos, fazendo com que o estudante ingresse na graduação com "conhecimentos" já desatualizados e não suficientes para uma ação interativa e responsável na sociedade, seja como profissional, seja como cidadão. Dessa forma a universidade é extremamente penalizada pelo ingresso desses alunos em seus cursos de graduação, haja vista, que uma parcela desses alunos posteriormente serão avaliados pelo ENADE, e os resultados obtidos pelos mesmos servirão de parâmetros para avaliar a qualidade da universidade da qual eles são oriundos.
Diante dessa constatação, advoga-se a necessidade de criar um novo modelo de curso superior, que seja consciente do grande déficit educacional dos seus alunos, fornecendo assim, subsídios para que os mesmos consigam sanar suas deficiências, mas para que essa mudança se efetive não basta apenas uma mudança institucional, há que haver, igualmente, uma mudança de postura do corpo discente e docente das universidades brasileiras.


MATERIAL E MÉTODOS: Para a execução desse trabalho elaborou-se um questionário que foi entregue aos alunos que engressaram nos períodos 2006.1, 2007.1, e 2008.1 no curso diurno de Química (Licenciatura). Foram distribuídos 120 questionários, mas apenas 87 foram recolhidos. No questionário, além dos dados pessoais, os alunos foram interrogados sobre o seu conhecimento sobre a disciplina Química. Para obte, esses dados, foi exposto todo o conteúdo programático cobrado no vestibular da UEPB, e o aluno deveria revelar seu domínio em cada assunto exposto, informando-nos qual seu nível de aprendizagem em cado um. Desse modo o aluno deveria escolher dentre as três alternativas qual melhor representava sua situação, eles deveriam informar quais tópicos tinham total domínio, quais tópicos nunca tinham estudado no ensino médio, e quais tópicos eles tinham uma noção geral.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados da pesquisa revelaram que 68% dos estudantes pesquisados cursaram o ensino médio em escolas públicas, talvez essa seja a razão que levou 72% dos entrevistados a freqüentar cursinho pré-vestibular.
O gráfico abaixo representa a preparação dos alunos pesquisados para a prova de Química para o vestibular.
Analisando a Ilustração 1 percebe-se que apenas 12% dos estudantes estudaram todo o assunto programático do vestibular da UEPB. A possível justificativa é o fato de que 68% dos entrevistados serem oriundos da rede pública de ensino. Outro ponto significativo que deve ser considerado foi que 47% dos entrevistados afirmaram que escolheram a licenciatura em Química devido a sua baixa concorrência.
O conteúdo programático de Química da UEPB é dividido de maneira didática em três assuntos:Química Geral, Orgânica e Fisico-Química.
Percebe-se ao analisar a Ilustração 2 que os alunos tem um melhor aprendizado em Química Geral, 30%. O segundo assunto que os alunos afirmam que tem uma boa aprendizagem é Química Orgânica II, 25% dos alunos afirmaram que tem total domínio sobre este assunto.
Ao analisarmos o assunto Fisico-Química, percebe-se que a aprendizagem atinge um nível crítico, o tópico que os alunos pesquisados tem maior dificuldade é Equilíbrio Químico, 60% dos alunos afirmaram que nunca tiveram aula sobre o mesmo, e 25% dos entrevistados afirmaram que não tem domínio sobre o assunto. O tópico que apresenta menor índice de aprendizagem é Química Aplicada, 80% dos alunos afirmam que nunca tiveram aula sobre este assunto, caso semelhante ocorre com o assunto Bioquímica.
Analisando a situação geral de aprendizagem da disciplina Química,referente aos tópicos do vestibular(UEPB), constata-se que 51% não tem domínio sobre os conteúdo da disciplina.





CONCLUSÕES: Após analisar os resultados, percebe-se que a maioria dos alunos tem um baixíssimo nível de aprendizagem em relação à disciplina Química. Outro dado preocupante é a defasagem apresentada pelos alunos nos tópicos referentes ao assunto Físico-Química, grande parte dos alunos nunca assistiram aulas desse tópico no Ensino Médio, isso talvez explique os altos índices de reprovação nas disciplinas Físico-Química (l e II) e Química Analítica na UEPB.
Conclui-se através dos resultados da pesquisa que os alunos que do curso de Licenciatura em Química tem um baixo nível de aprendizagem em Físico-Química e apenas uma noção geral sobre os assuntos Química Geral e Química Orgânica (l e II), mesmo assim essa aprendizagem se mostra insatisfatória para alunos de graduação.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ZUCCO, C; PESSINE, F.B.T; ANDRADE, J,B. Diretrizes curriculares para os cursos de Química. Química Nova, v.22, n.3. 1999.