TÍTULO: ANÁLISE DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA DO ENSINO MÉDIO EM COMUNIDADES DE TERESINA-PI

AUTORES: ARAÚJO,E.L (UESPI) ; MORAES,B.C (UESPI)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar a concepção de avaliação da aprendizagem que permeiam os instrumentos avaliativos utilizados pelos professores de Química do Ensino Médio em comunidades de Teresina-PI. A pesquisa foi realizada com (18) professores de Química, através de questionários e um check-list para verificar a realidade dos fatos. Os resultados mostraram um predomínio dos aspectos quantitativos sobre os qualitativos na atribuição de nota e que os métodos intensificadores da avaliação são: dinâmicas e realização de trabalhos, seminários/debates e práticas experimentais. Uma das maiores dificuldades na resolução de problemas de química por parte dos alunos é a falta de domínio matemático. Todavia, constatou-se através da realidade captada que a concepção de avaliação praticada por estes não está integrada aos objetivos propostos pelo PCNEM.

PALAVRAS CHAVES: avaliação.instrumentos.química

INTRODUÇÃO: No decorrer dos anos, mesmo com toda a evolução do processo ensino-aprendizagem, o ato de avaliar se configura em algo extremamente questionável por diversos educadores, devido às possibilidades de falhas docentes como, por exemplo: má elaboração de provas ou testes que não procuram diagnosticar o grau de conhecimento dos discentes em relação ao conteúdo ministrado ou até mesmo imparcialidades no momento de correção das provas. No entanto, outros a utilizam como forma de punição ou rotulação, servindo como algo banal e não como instrumento de análise e de aperfeiçoamento das suas práticas avaliativas (RAMAL,1998). Uma vez que a avaliação no ensino de Química deve ser coerente com a proposta pedagógica sugerida pela escola e que esta deve estar centrada no desenvolvimento de atitudes e valores, competências e habilidades a serem adquiridas pelos alunos tornando-se viável propor uma análise e/ou reflexão sobre possíveis mudanças no processo avaliativo de forma que venha contribuir para o ensino-aprendizagem de química (SANTOS, 2002).
Portanto, o presente trabalho tem por objetivo analisar a concepção de avaliação da aprendizagem que permeiam os instrumentos avaliativos utilizados pelos professores de Química do Ensino Médio da rede pública estadual de diferentes comunidades da cidade de Teresina-PI.


MATERIAL E MÉTODOS: A ação metodológica foi realizada de forma empírica por meio de trabalho de campo com a aplicação de questionários e entrevistas e uma espécie de check list para verificar a veracidade das respostas.A pesquisa será enriquecida com a visão de diversos autores como: HOFFMANN, PERRENAUD, SANTOS e RAMAL, interpolados na temática “Análise de Instrumentos de Avaliação do Ensino-aprendizagem de Química do Ensino Médio em comunidades de Teresina-PI”. Os campos de pesquisa analisados foram escolas estaduais de diversas comunidades da Capital das zonas: Norte, Centro/Norte, Sul, Leste e Sudeste da Capital e a amostra de estudo é composta inicialmente por 16 professores de Química das localidades acima citadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da investigação científica proposta obteve-se os seguintes resultados como mostra a Tabela 1 a seguir. Dez professores (55,56%) alegaram que o principal motivo para um menor rendimento em suas práticas avaliativas, se dá por imposição do sistema educacional vigente. 27,77% dizem que tem pouco tempo para preparar as suas aulas devido ao excesso de trabalho. 16,67% declararam ter dificuldade de elaborar testes contextualizados e inter-relacionados a outras disciplinas e nenhum deles afirmou não ter tido um bom preparo no que se refere à produção de testes em sua graduação (tab.01).

PERRENAUD e HOFFMANN relatam que em muitos casos onde a estrutura da sala de aula (superlotadas), jornada de trabalho exaustiva, somadas ao fato de que algumas escolas nem sempre oferecem os recursos mínimos necessários, além de limitar a autonomia dos professores fazem com que estes adotem metodologias de ensino diferentes das idealizadas.
De acordo com a tabela 02, no que diz respeito às práticas avaliativas 77,78% relataram não utilizar os aspectos qualitativos como nota no boletim escolar e alegaram nunca ter utilizado a avaliação como forma de punição para os seus alunos. O restante 22,2% utilizam o aspecto qualitativo e já deram algum tipo de punição em suas avaliações.
Os métodos mais utilizados pelos professores ao avaliar são: dinâmicas e realização de trabalhos sobre o tema abordado em sala de aula (55,56%), seguidos de seminários e debates com 22,2% e práticas experimentais com 16,67%. É preciso destacar alguns pontos no que diz respeito a instrumentos avaliativos, tais como provas e testes. Segundo dos entrevistados afirmaram que a maior dificuldade de seu alunado está na falta de domínio matemático, na leitura e interpretação dos dados, gráficos e tabelas e na representação das reações através de fórmulas.






CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, pôde-se constatar que os instrumentos mais utilizados pelos docentes para intensificar a avaliação são: seminários, debates dentre outros. E verificou-se que os possíveis motivos para o menor rendimento da prática avaliativa do professor de química são: imposição do sistema educacional; elevada jornada de trabalho dos docentes; dificuldade na interpretação e falta de domínio matemático por parte dos alunos. Constata-se que a concepção de avaliação praticada por muitos docentes, não está integrada aos objetivos propostos pelo PCNEM.


AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafio, uma perspectiva construtivista. 24 ed. Porto Alegre, Mediação, 1998.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ensino Médio. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília, Ministério da Educação, 1999.
PERRENAUD, P. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.
SANTOS, W.L.P et al. Química e Sociedade: Modelos de partículas e a poluição atmosférica. Módulo 2, editora Nova Geração,2002.
RAMAL, A.C. Lendo no viés das palavras:Concepções de Avaliação na LDB.Revista de Educação CEAP-ano 6,nº.21, p.33-47,Salvador,Junho,1998.