TÍTULO: Avaliação dos livros de Química do Ensino Fundamental e Médio publicados no Brasil e do processo de atualização em cada edição.

AUTORES: SILVA (UECE) ; SILVA (UECE)

RESUMO: Toda esta discussão gerada a cerca do processo evolutivo dos livros de Química do Ensino Médio, juntamente com o seu levantamento histórico, vem suprir uma reclamação feita há décadas por alunos e professores, decorrente da falta de coerência com a reedição e atualização dos livros. Para a realização desse trabalho foram utilizados questionários para alunos e professores. O resultado da pesquisa mostrou a insatisfação de ambos com os livros e erros permanentes após novas edições. Este levantamento visa também avaliar se o processo de descobertas científicas têm sido intenso e saber quanto tempo leva uma idéia nova para ser difundida. Queremos viabilizar este processo, mantendo as informações sempre atualizadas, sem que haja discordância entre livros de edições recentes.

PALAVRAS CHAVES: atualização dos livros

INTRODUÇÃO: O projeto aqui apresentado visa prioritariamente avaliar as reedições dos livros de Química do Ensino Médio e, conseqüentemente, facilitar o processo de adoção dos mesmos em sala de aula pelos professores. Através de uma análise comparativa, levantaram-se dados de edições antigas que foram contrastados com a visão atual das edições. Assim, puderam-se identificar quais elementos realmente necessitaram de uma atualização e quais foram simplesmente negligenciados no decorrer das novas publicações. Avaliou-se que muitas edições novas apelam para um marketing exterior que visa melhorar a venda daquele produto, mas que no seu conteúdo, permanece quase que inalterado. Erros aparentemente evidentes passaram desapercebidos em até três (3) edições. Problemas de digitação, conteúdo, gráficos e de atualização perduram edição pós-edição. No segundo capítulo, Histórico do livro de Química, tentou-se fazer um resgate da história de como os livros foram chegando ao Brasil e para isso, o capítulo é introduzido com uma pequena biografia de Andreas Libavius que foi o primeiro a escrever um livro dedicado especialmente à química e, assim, foi o primeiro a isolá-la como ciência a ser estudada, com cuidados especiais e minuciosos. Já no Brasil, as literaturas seguem um rumo diferente com a chegada de D. João VI e sua comitiva ao Rio de Janeiro em 1808. E no decorrer do capítulo será possível conhecer o primeiro Químico brasileiro e suas publicações significativas para este estudo e para a compreensão da história da química. Por fim, nas considerações finais o trabalho é concluído de forma significativa para todos os docentes e discentes que precisarão escolher um livro para estudo. É de extrema importância também para as editoras que poderão ter acesso a uma pesquisa real.

MATERIAL E MÉTODOS: Os locais do estudo foram as Escolas que oferecem Ensino Médio, sendo algumas públicas e outras particulares, abordando alunos nas turmas de 1º Ano, 2º Ano e 3º Ano e seus respectivos professores. Foi selecionada a amostra de 100 alunos, 50 de escolas públicas e 50 de escolas particulares e 12 professores dessas escolas, 6 de escolas públicas e 6 de escolas particulares. A abrangência geográfica de atuação da pesquisa restringiu-se a zona urbana do município de Fortaleza, no Estado do Ceará. A seleção da amostra ocorreu da seguinte forma: •30 Alunos que utilizam o livro do Ricardo Feltre, sendo 10 alunos de duas escolas particulares e 20 de uma escola pública. •10 Alunos que utilizam o livro da Martha Reis, sendo os 10 de duas escolas particulares. •20 Alunos que utilizam o livro do Tito e Canto, sendo os 20 de escola pública. •10 Alunos que utilizam o livro do Lembo, sendo os 10 de escola Particular.
•10 Alunos que utilizam o Livro do Usberco e Salvador, sendo os 10 de escola Pública.
•20 Alunos que utilizam Apostilas da própria escola, sendo os 20 de escolas particulares. O universo trabalhado foi com alguns alunos do Ensino Médio de 1º ao 3º ano, resultando na amostra de 50 da rede estadual e 50 da rede privada. A seleção da amostra ficou da seguinte forma: 20 alunos do 1º ano do Ensino Médio, 20 do 2º ano , e 10 do 3º ano. Dado o tipo de pesquisa, adotaram-se os instrumentos mais freqüentemente utilizados nas ciências comportamentais, quais sejam: os formulários padronizados, utilizando-se os métodos racional e indutivo; e ainda a técnica da documentação (bibliografia) e a observação direta junto aos colégios da rede oficial e privada no período de janeiro e setembro de 2008.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi constatado que os livros estão perdendo espaço e deixando de ser exigidos em sala de aula. Além de os professores não estimularem que os alunos levem os livros, ainda acontece que estes não são usados no período de aula. Mesmo que o aluno leve o material, este não será utilizado. O livro serve mais como um caderno de exercícios que só é levado no dia de mostrar ou resolver questões, o que faz perder toda a função de fonte de informações para pesquisas e estudos em geral. Alguns livros mencionados aqui ainda são pontos de dúvidas para nós. As críticas claras deveriam fazer com que os autores e editoras repensassem no motivo pelo qual publicam um livro e mais ainda, porque chegam a reeditá-lo tantas vezes, se o conteúdo e qualidade são severamente reprovados. Acredita-se que a falta de pesquisas com alunos e professores como esta feita aqui é o que falta para as editoras se conscientizarem da opinião deles em relação ao livro que publica e ao autor. Por fim, acredita-se ter atingido a meta, a partir do instante que foi possível ouvir argumentos e contra-argumentos da forma mais ampla possível. Recorreu-se da escola pública à particular, de alunos a professores, de autores a editora, de forma quantitativa e qualitativa expressou-se de forma verossímil cada um dos resultados obtidos, bem como a opinião explicitamente expressa de cada um dos grupos. Junto com os resultados e discussões aqui apresentadas conclui-se esse trabalho, abrindo um leque para outras pesquisas nesse mesmo caminho, a fim de melhorarmos a qualidade dos livros e conseqüentemente do ensino.



CONCLUSÕES: Com a finalização deste trabalho, é notório o progresso obtido a cada nova edição dos livros didáticos. Porém, o alerta maior feito por alunos e professores e confirmados na discussão dos tópicos é que ainda se faz necessário dar uma atenção maior para linguagem utilizada, para os resultados dos exercícios e para o acréscimo de novas idéias de conteúdo. Os livros são ricos sim de conteúdo e de elementos gráficos, de exemplos cotidianos que facilitam a compreensão do aluno, mas ainda são muito limitados quando comparados à Internet que possibilita a veiculação das novidades científicas

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria. O que é História da Ciência. Coleção Primeiros Passos, no. 286. São Paulo, Brasiliense, 1994.