TÍTULO: Importância da contextualização ecopedagógica no ensino de química

AUTORES: SOUSA, P. A DE A. E. (UFPI) ; SILVA, R.A.O. (UFPI) ; GOMES NETO, A. F. (UESPI) ; TORRES, J. R. DE O. (UESPI) ; TORRES, T. D. (UFPI)

RESUMO: A ecopedagogia em seus princípios requer uma abordagem inserida de forma didático-pedagógico em todas as disciplinas curriculares resultando assim, na modificação de comportamento consciente do cidadão em sua integridade, tornando-o crítico e participativo numa cultura de sustentabilidade. O objetivo do trabalho foi identificar as principais dificuldades: a formação inicial deficiente da abordagem ecopedagógica, ausência da contextualização nos livros didáticos, inexistência de cursos de capacitação e outros. O ensino contextualizado em todas as áreas da ciência permite envolver educação dinâmica na melhoria da qualidade de vida, destacando-se o ensino de química através dos conteúdos pertinentes à água em suas fontes naturais e utilização em termos de preservação e conservação.

PALAVRAS CHAVES: ecopedagogia, ensino de química, cidadania.

INTRODUÇÃO: A poluição da água, uma intervenção humana, trata-se de um problema ambiental de todos, logicamente as soluções, desafios e responsabilidade social atribui-se à educação de forma geral. Assim, reconhecendo a importância da água para os seres vivos reside no fato de todas as substâncias absorvidas pelos seres vivos e todas as reações do seu metabolismo são feitas por via aquosa. Dessa forma, a contextualização da ecopedagogia no ensino de química amplia o campo de reflexão e de ação da educação ambiental, a partir do cotidiano, e neste sentido ligado ao futuro de toda humanidade e da própria Terra. Essa preocupação com a cotidianidade desde os primeiros escritos de Paulo Freire: “É nesse sentido que se pode afirmar que o homem não vive autenticamente enquanto não se acha integrado com sua realidade” (FREIRE, 1997). O desenvolvimento sustentável tem um componente educativo formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação. Nesse sentido, a educação para a sustentabilidade aponta para uma renovação educacional que inclui a transdisciplinaridade e o holismo, que propõe reflexões sobre os excessos decorrentes do estilo de vida poluidor e consumista, alertando para a necessidade de se criarem novas formas de comportamento, enfim, uma nova concepção de educação que incite a população a mudar as relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje (GADOTTI, 1998). Para Francisco Gutiérrez, parece impossível construir um desenvolvimento sustentável, este requer quatro condições básicas: economicamente factível, ecologicamente apropriado, socialmente justo e culturalmente equitativo, respeitoso e sem discriminação de gênero (GUTIÉRREZ, 1998).

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado com gestores e professores do ensino fundamental e médio em algumas escolas, na cidade de Teresina-PI através de um levantamento bibliográfico seguido da aplicação de questionários e entrevistas, os quais foram analisados produzindo o diagnóstico das dificuldades encontradas na formação educacional dos profissionais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após o diagnóstico dos questionários e uma socialização entre os gestores e professores pôde-se perceber a importância da inserção da ecopedagogia como uma nova abordagem curricular a fim de nortear a concepção de conteúdos e a elaboração de material instrucional sobre o gerenciamento e tratamento de resíduos, tanto no ambiente escolar quanto o não-escolar. Considerando a diferença da amplitude de divulgação entre o material instrucional e o livro texto como instrumentos didáticos, observou-se a necessidade de atingir os objetivos da ecopedagogia, no qual proporcionou discussões, reflexões e reorientação da aprendizagem inicial e continuada a partir da vivência cotidiana, significativa para o aprendiz, promovendo a mudança de comportamento, propiciando a sua interação com o meio em que esteja inserido no local e, consequentemente, planetário buscando a harmonia e a sustentabilidade. Dentre as principais dificuldades diagnosticadas, tais como: a formação inicial deficiente da abordagem ecopedagógica, ausência da contextualização nos livros didáticos, inexistência de cursos de capacitação e outros; destaca-se a contribuição do professor de química na contextualização do consumismo e poluição da água, uma vez que a química é a ciência das transformações.

CONCLUSÕES: A relação homem x ambiente, de suma importância na formação educacional e/ou profissional do cidadão, destacando-se o múltiplo efeito na docência envolvendo preservação e conservação da água como substância imprescindível à vida (TORRES, 1997). Embora, os conhecimentos específicos na disciplina Química e Educação Ambiental na licenciatura requer ampliar conhecimentos fundamentados na ecopedagogia. Assim, propomos soluções, tais como: reorientação dos currículos, reformulação nos livros didáticos e desenvolver programas de capacitação para os diferentes profissionais da educação.



AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao apoio e contribuição dos professores Dr. José Roberto de Oliveira Torres e MSc. Tecla Dias Torres.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 1997.
GADOTTI, Moacir, Pedagogia da terra: Ecopedagogia e educação sustentável. São Paulo: Fundação Peiropolis, 2005.
GUTIÉRREZ, Francisco; PRADO, Cruz. Ecopedagogia e cidadania planetária, São Paulo: IPF/ Cortez, 1998.
TORRES, T. D. 1997.; Contribuição da Química Analítica à Educação Ambiental (Dissertação de Mestrado) Piauí: Universidade Federal do Piauí.