TÍTULO: A INDISCIPLINA COMO FATOR NEGATIVO NA APRENDIZAGEM DA QUÍMICA

AUTORES: SILVA, A.M. (UECE) ; OLIVEIRA, E.F. (UECE)

RESUMO: Este trabalho apresenta os resultados obtidos por uma pesquisa realizada sobre os problemas de indisciplina em sala de aula. A pesquisa foi desenvolvida nas Escolas de Ensino Fundamental e Médio Dom Aloísio Lorscheider e Edson Corrêa, localizadas em Caucaia-CE. O público-alvo se constituiu de professores e alunos. O objetivo foi verificar a percepção dos corpos docente e discente sobre indisciplina e sua repercussão na prática pedagógica. A metodologia utilizada foi descritiva. Optou-se por trabalhar com a totalidade dos sujeitos pesquisados: 10 professores e 100 alunos, que responderam questionários com perguntas objetivas e subjetivas. De acordo com Estrela (1992), as influências da indisciplina no processo pedagógico começam a ser sentidos nos seus efeitos sobre o professor.

PALAVRAS CHAVES: indisciplina na escola

INTRODUÇÃO: No que se refere ao modo de interação professor-aluno, compreende-se que, em parte, ele já se encontra estruturado pelo sistema educacional e definido por diretrizes norteadoras da gestão, organização curricular, prática pedagógica e didática, bem como pela nova configuração escolar decorrente da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB. Apesar disso, em função de sua posição sócio-educacional, é ao docente que ainda cabe dar o tom, seja ele democrático, autoritário, burocrático, pessoal, afetivo, impessoal,... de como serão construídas as relações sócio-educacionais em sala de aula. Aos discentes resta reagir dos mais diversos modos, motivados ou não por razões pedagógicas, pessoais ou culturais, fato que exige negociações constantes entre os sujeitos educacionais. É nesse contexto que emergem as reações contraditórias, que normalmente são qualificadas como condutas indisciplinares e invariavelmente são responsabilizadas por acarretar impactos à prática pedagógica, fato que nos levou a questionar o que significa indisciplina para professores e alunos e como estes relacionam suas implicações no processo ensino e aprendizagem. A indisciplina no ambiente escolar vem se concretizando como um dos maiores obstáculos pedagógicos e é um dos grandes desafios da escola e dos profissionais da educação na sociedade brasileira. Com o intuito de compreender esse fenômeno que cada dia se torna mais preocupante em todas as escolas públicas e privadas do Brasil, foi realizado este estudo a partir de um questionário realizado com alunos e professores do ensino fundamental e médio e com alunos e professores do ensino fundamental e médio e com a utilização de conceitos já estudados por pesquisadores da educação.

MATERIAL E MÉTODOS: A idéia deste trabalho surgiu quando estava cursando a turma de segundo ano da escola Dom Aloísio Lorscheider e foram observados problemas indisciplinares com vários alunos, que sempre estavam juntos e formavam um “grupinho” de bagunça. Problemas para controlá-los durante o ano letivo de 2009 foram enfrentados, e desta forma foram elaborados métodos para envolvê-los nas aulas. A partir deste pressuposto iniciou-se a elaboração deste trabalho. Durante 8 semanas foi realizado o trabalho de pesquisa em artigos na internet e em alguns livros, para se ter uma pequena noção sobre o que trabalhar e o que outros autores já haviam dissertado sobre este tema. Foram elaborados 2 questionários, um para professores de química e o outro para ser aplicado com alunos ambos do ensino médio de escolas públicas estaduais. Após a coleta e tratamento dos dados, o trabalho de análise das respostas dadas pelos entrevistados foi realizado. Para a obtenção destes resultados foram entrevistados 10 professores de química e 100 alunos dos três níveis do ensino médio de duas escolas públicas do município de Caucaia-CE. A primeira é a Escola de Ensino Fundamental e Médio Dom Aloísio Lorscheider e a segunda a Escola de Ensino Fundamental e Médio Edson Corrêa. Boruchovitch e Bzuneck (2001) diz que normalmente os professores consideram como indisciplina aqueles comportamentos que, no seu entender, atrapalham sua aula, ou seja, a não dedicação do aluno de forma desejável aos estudos.




RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os dados obtidos no questionário respondido pelos alunos, cerca de 60% dos alunos afirmam não gostar da disciplina de química. Pode-se relacionar este resultado a diversos fatores, um deles pode-se dizer que era a metodologia adotada por professores em suas aulas, que obrigava os alunos a terem uma elevada capacidade de abstração e aceitação do que era dado em sala. Tem-se ainda a idéia passada para os alunos recém ingressados no curso de química, de que esta disciplina é um “bicho papão” e que não tem utilidade nenhuma. Aproximadamente 80% dos entrevistados gosta do professor de química, o que revela que esta havendo uma tentativa de sensibilizar os alunos por parte do professor para a necessidade de um bom relacionamento entre as partes para o melhor aproveitamento das aulas. Para 93% dos discentes, o professor está estimulado e gosta de ministrar a aula na turma. Isto implica que os professores estão mudando a forma de ministrar a aula, acredita-se que tentam trazer curiosidades e novidades com materiais alternativos para a sala, como forma de chamar a atenção e tornar a aula mais lúdica e didática. 74% dos entrevistados considera o professor como colega e facilitador do trabalho de aprendizagem e afirmam que o mestre está sempre disposto a ajudar e tenta de todas as maneiras cabíveis ajudar todos os alunos sem ser injusto com nenhum e que já foram ajudados algumas vezes. Os demais afirmam que o professor não faz nada para ajudá-los e não se importa com as suas dificuldades e tenta de todas as maneiras dificultar o trabalho em sala, havendo ai uma contradição. Para 55% dos alunos, a escola não oferece condições apropriadas ao aprendizado satisfatório. Esta afirmação se encontra também concretizada na preocupação dos professores.

CONCLUSÕES: Foi observado que os alunos não apresentam maturidade suficiente para entender o quão importante é esta disciplina em sua vida e não sabem responder perguntas básicas sobre a química e sociedade, levando para o lado pessoal as decisões tomadas pelos professores em sala de aula na questão disciplinar. Apresentam “preconceito” mesmo sem conhecer a beleza deste curso. Assim o ensino da química é muito prejudicado e causa aos discentes um verdadeiro trauma de estudar esta disciplina alegando que para nada tem serventia estes conhecimentos.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BORUCHOVITCH, E. & BZUNECK, J. A. (orgs). A motivação do aluno: contribuições da psicologia contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2001.

ESTRELA, Maria Teresa. Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na aula. Portugal: Porto Editora, 1992.