TÍTULO: UTLIZAÇÃO DE MODELOS EXPLICATIVOS DA CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA PARA ALUNOS DA 8ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

AUTORES: SILVA. T. C. (UNICSUL) ; AMARAL, C. L. C. (UNICSUL)

RESUMO: Neste trabalho descrevemos a utilização de modelos explicativos utilizados com alunos da oitava série do ensino fundamental como uma ferramenta para aprendizagem de constituição da matéria. Para o desenvolvimento dessa ferramenta foram utilizados o primeiro e segundo bimestre das aulas de Ciências. Os modelos foram construídos com bolinhas de gudes, onde estas representariam os átomos e as ligações químicas eram representadas por cola de silicone. A partir desta proposta os próprios alunos começaram a propor a constituição de várias moléculas. Ao final do segundo bimestre, 90% dos alunos conseguiam interpretar e representar por meio dos Modelos Explicativos as propriedades dos materiais.

PALAVRAS CHAVES: modelos explicativos; propriedades e constituição da matéria.

INTRODUÇÃO: Na 8ª série é iniciado a Química, o professor não sabendo instigar o aluno, terá um aluno desinteressado. Percebemos ao longo dos anos, que estes apresentam dificuldades em elaborar um esboço para o átomo. Levando a interpretação errônea de conceitos. Para auxiliar a desenvolver esse esboço propomos a utilização de modelos explicativos, visando à interpretação das propriedades dos materiais. O aluno reconhecerá à natureza corpuscular da matéria, propondo explicações para o comportamento dos materiais e associará os resultados de suas interações com diferentes agentes ao comportamento das partículas. Os modelos permitem interpretar e realizar explicações sobre o fenômeno estudado (SOLSONA, IZQUIERDO, GUTIÉRREZ, 2000). De acordo com Grega e Moreira (1996) a capacidade para entender uma teoria científica estará determinada pela capacidade de formar modelos e a partir deles possam explicar fenômenos de acordo com as concepções aceitas cientificamente. A finalidade é facilitar a construção de modelos mentais acerca do conteúdo que está sendo estudado, é possibilitar ao aluno a vivência com assuntos que podem ser interessantes e tornar as aulas menos monótonas e com troca de informações (BALBINOT, 2003).A construção de modelos, de forma lúdica, proporciona ao aluno oportunidade de conhecimento, através de desafios, reflexões, interações e ações. Por meio do lúdico, o aluno passa a construir sua concepção de mundo de forma mais prazerosa e estimulante, e obtém melhores resultados no seu desenvolvimento emocional, cognitivo, social, e em outras áreas do crescimento humano (ROBAINA, 2008). Acreditamos que o ensino de constituição da matéria é importante para a aprendizagem dos alunos porque ele serve de ponto de partida para a discussão posterior de modelos mais sofisticados.

MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho caracteriza-se como um estudo exploratório com abordagem qualitativa e foi desenvolvido em uma escola da rede estadual do Estado de São Paulo, com uma classe de oitava série do Ensino Fundamental, constituída por trinta e cinco alunos, do período noturno no decorrer do primeiro e segundo bimestre do ano de letivo de 2009. Foi utilizada como base de apoio para a construção dos modelos explicativos a apostila do aluno fornecido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Para que os alunos pudessem ter uma idéia da constituição da matéria, foi proposta a construção dos esboços das figuras da apostila com bolinhas de gudes, onde estas representariam os átomos, com suas ligações representadas por cola de silicone. Com estes Modelos Explicativos, pudemos interpretar as propriedades dos materiais, relacionados à natureza corpuscular da matéria, e explicar alguns fenômenos.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: No Estado de São Paulo os alunos recebem apostilas que trazem exercícios, mapas, tabelas, indicadores bibliográficos. Para explicar a constituição da matéria, propusemos a construção de modelos com bolinhas de gude, que representam os átomos. Ao construir seus modelos solicitamos que imaginassem as partículas constituintes dos materiais esferas minúsculas, invisíveis para os mais potentes microscópios. Que numa porção muito pequena de material, existem milhões de partículas e, os modelos representariam algumas dessas partículas. Sendo levantados alguns questionamentos. Que aconteceria com as partículas que representavam à matéria, se ocorresse uma interação com forças mecânica?Conforme os alunos conseguiam interpretar as propriedades dos materiais, respondiam as questões existentes na apostila com maior segurança e menos erros. A partir dos modelos, propuseram explicações para as diversas propriedades dos materiais, como a flexão e o polimento. Conseguiram perceber onde ocorre à desorganização das partículas no local da dobra para a flexão, no polimento, descrevem que o brilho do material se torna mais intenso quanto mais for distribuída às partículas constituintes em sua superfície. No processo de avaliação foram consideradas as idéias para a interpretação das observações, sendo estimulados a elaborar desenhos, relatos escritos e orais. Ao final do segundo bimestre, 90% dos alunos conseguiam interpretar e representar por meio dos Modelos Explicativos as propriedades dos materiais, o que serve para reforçar a idéia que trabalhar com o lúdico, leva os alunos, através da imaginação, a interagir com a realidade vivenciada e construir sua concepção de mundo de forma mais prazerosa e obter melhores resultados no campo de seu desenvolvimento cognitivo, social, emocional.

CONCLUSÕES: Foi interessante observar à aprendizagem e a conseqüente construção e desenvolvimento do saber cognitivo dos alunos, os conteúdos sendo entendidos e aprofundados pelos mesmos. Quando havia dúvidas, os próprios alunos faziam questão de esclarecê-las.
Durante o desenvolvimento dessa ferramenta percebeu-se a satisfação do aluno ao responder as questões com um conhecimento desenvolvido exclusivamente por ele. Essa atitude foi gratificante, e só nos dá a certeza de estarmos no caminho certo, portanto, trabalhar com os modelos é muitas vezes favorável e plausível, desde que tenhamos um objetivo definido de aprendizagem.


AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BALBINOT, M. C. Uso de modelos, numa perspectiva lúdica, no ensino de ciências, IV Encontro Ibero-Americano de Coletivos Escolares e Redes de Professores que fazem Investigação na sua Escola. 2003.
Disponível em http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/historicoquatro.htm

GRECA, I., MOREIRA, M.A. Un estudio piloto sobre representaciones mentales, imágenes,Proposiciones y modelos mentales respecto al concepto de Campo electromagnético en alumnos de física general, estudiantes de postgrado y físicos profesionales. Investigações em Ensino de Ciências, v.1. n.1, p.95-108, 1996.

SOLSONA, N. IZQUIERDO, M. GUTIÉRREZ, R. El uso de razonamientos causales en relación con La significatividad de los modelos teóricos. Enseñanza de las Ciencias, 18 (1), 15-23, 2000.

ROBAIANA, J. V. L. Química através do lúdico: brincando e aprendendo. Canoas; ed. ULBRA, 2008. 286p.
SÃO PAULO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Ciências/ Coord. Maria Inês Fini. – São Paulo: SEE, 2008.
SÃO PAULO. Caderno do Professor: Ciências, Ensino Fundamental – 8ª série, volume 1. Secretaria da Educação; Coordenação-geral, Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008.