TÍTULO: CONTEÚDOS DE QUÍMICA NOS CURSOS DE ENGENHARIA: OPINIÕES DOS DISCENTES

AUTORES: AGUILAR, M.S. (UNESA/FAETEC) ; MESSEDER, J.C. (IFRJ)

RESUMO: Neste trabalho realizou-se um levantamento sobre a visão que os alunos dos cursos de engenharia da Universidade Estácio de Sá/RJ possuem sobre a disciplina Química Geral. Objetivou-se verificar a importância que é dada à disciplina, às aulas práticas, como facilitadoras do entendimento as teorias e, principalmente à contribuição da química na formação do engenheiro. Após a análise dos resultados, constatou-se que os alunos dão uma grande importância à disciplina na sua formação como engenheiros e, também, à existência das atividades laboratoriais que realizam durante o curso da disciplina.

PALAVRAS CHAVES: diretrizes curriculares, cursos de engenharia, ensino de química.

INTRODUÇÃO: As Diretrizes Curriculares para os cursos de Engenharia do Ministério de Educação orientam que os currículos dêem condições a seus egressos para adquirir um perfil profissional compreendendo uma sólida formação técnica-científica-profissional geral que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e na resolução de problemas. É obrigatório que todos os Cursos de Engenharia, independente de sua modalidade, tenham no seu currículo um núcleo de conteúdos básicos, de no mínimo 35% da carga horária mínima, sendo fundamental que os conteúdos de Química sejam suportados sem atividades práticas (BRASIL, 2002). O pressuposto de tais resoluções é que o cumprimento da carga horária mínima nas matérias de uma determinada habilitação em Engenharia garanta a formação profissional do engenheiro. Verifica-se facilmente que os cursos de graduação no Brasil, em sua maioria, são baseados em conhecimento, com enfoque no conhecimento e centrados no professor. Existem sérias restrições a essa abordagem. O conhecimento pelo conhecimento e sua transmissão não tem sentido e sua transmissão do professor para o aluno pouco contribui para a formação do profissional e do cidadão (BORGES, 2000). Não é mais aceitável que os universitários vejam as aulas de Química simplesmente como “celeiros” de informação, como ocorre no Ensino Médio (CASTILHO,1999). Com essa premissa, o presente objetivou verificar como os alunos de Engenharia da UNESA vêem a importância da disciplina Química Geral e atividades laboratoriais em suas formações. Com isso, é possível identificar e resolver problemas com a construção de soluções envolvendo o conhecimento da Química e suas implicações no cotidiano.

MATERIAL E MÉTODOS: O levantamento de dados baseou-se na realização de uma pesquisa qualitativa com uso de questionários, segundo a metodologia preconizada na literatura (HILL, 2005). Foram realizadas entrevistas a 90 alunos matriculados na disciplina Química Geral nos cursos de Engenharia da Universidade Estácio de Sá (campus Praça XV/RJ), As perguntas feitas foram: Qual o seu curso na UNESA? Houve repetência em Química Geral? Quantas vezes? ( ) sim ( ) não; Quantos anos você estudou química no seu Ensino Médio? ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 anos ( ) não estudei; Quando você cursava o Ensino Médio, a química era considerada uma matéria importante? ( ) sim ( ) não; Quando você ingressou na UNESA você espera encontrar a disciplina Química Geral na sua estrutura curricular? ( ) sim ( ) não; Você gostaria de ter outras disciplinas de química além de química geral? ( ) sim ( ) não; Como você vê a importância da Química Geral no seu curso específico? ( ) muito importante ( ) relativamente importante ( ) pouco importante ( ) nenhuma importância; Como você vê a importância das aulas práticas no seu processo de ensino aprendizagem de química geral? ( ) muito importante ( ) relativamente importante ( ) pouco importante ( ) nenhuma importância ; Você consegue relacionar a teoria dada em sala de aula com os experimentos realizados? ( ) sim ( ) não.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No início do questionário identificou-se a alocação dos alunos, distribuídos entre os cursos de Petróleo e Gás, Produção, Elétrica e Civil, onde mais de 60 % encontra-se no o início do curso. Quanto à opinião acerca da importância da disciplina Química Geral, obteve-se: 66,6 % acham muito importante, 29 % relativamente importante e 4,4 % nenhuma importância. Tais respostas indicam que a disciplina contribui para o desenvolvimento profissional de cada área das Engenharias. Deve-se ressaltar que diante dos inúmeros avanços científicos e tecnológicos da atualidade, os egressos dos cursos de Engenharia necessitam de base sólida dos conceitos químicos para compreender, analisar e prever os fenômenos que ocorrem nas suas respectivas áreas de atuação, para que se tornem profissionais capazes de desenvolver e analisar novas tecnologias. 91,1% dos respondentes conseguem associar os conceitos teóricos aos experimentos realizados no laboratório. Na busca de uma homogeneidade para as aulas de química na Universidade Estácio de Sá, todos os alunos do diversos cursos de Engenharia realizam aulas práticas, de acordo com um roteiro único. Tal metodologia facilita a padronização das atividades consideradas técnica em laboratórios. Os resultados indicam que a disciplina Química Geral inserida nos currículos das Engenharia da UNESA (http://www.estacio.br/_cursos/graduacao/default.asp), está em consonância com as Diretrizes Curriculares, existindo a necessidade do aumento da transversalidade, tendo, inclusive, sido resultado das importantes reformulações da disciplina Química Geral, ao longo dos últimos dez anos. Existe a necessidade de repensar soluções próprias para tal disciplina, com novas perspectivas, de modo acompanhe os conhecimento pedagógico e as novas expectativas do mercado.

CONCLUSÕES: Indubitavelmente, os conhecimentos químicos são necessários para a formação profissional em Engenharia. É importante que esses conhecimentos essenciais sejam mantidos em um mínimo, além de serem continuamente repensados e planejados, juntamente com a existência de aulas práticas. O ensino de Química nos cursos de Engenharia deve ser reforçado pela busca de interdisciplinaridade e pela renovação dos métodos e da infra-estrutura de ensino, sendo concebido de forma abrangente e universal, com professores empenhados em conhecer os projetos pedagógicos dos cursos onde estão alocados.

AGRADECIMENTOS: À direção do campus Centro IV - Praça XI da UNESA e ao Prof. Padilha pelo apoio à pesquisa desenvolvida

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BORGES, M. N.; AGUIAR NETO, B. G. Diretrizes comparativas para os cursos de Engenharia: análise comparativa das propostas da ABENGE e do MEC. Revista de Ensino de Engenharia, Brasília, v.19, n. 2, p.1-7, dez. 2000.
BRASIL. Ministério da Educação - Conselho Nacional deEducação - Câmara de Ensino Superior. Resolução CNE/CES, de 11 de março de 2002, que institui Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação em Engenharia. Brasília: Ministério da Educação, 2002.
CASTILHO, D.L., SILVEIRA, K.P., MACHADO, A. H., As aulas de química como espaço de investigação e reflexão. Revista Química Nova na Escola, vol. 9, maio 1999, p. 14 -17.
HILL M, HILL A. Investigação por questionário. 6a ed. Lisboa: Edições Silabo. 2005.