TÍTULO: A utilização de defensivos agrícolas no ensino de Bioquímica para o curso de Agronomia

AUTORES: BELINELO, V.J. (UFES) ; BELINELO, P.G. (UNEC) ; NATALLI, V.D. (UFES) ; BONELLA, A.F. (UFES) ; GOUVEA, D.S. (UFES) ; MELLO, I.O. (UFES)

RESUMO: O curso de Agronomia do CEUNES/UFES tem as disciplinas de Química Analítica, Análise Instrumental e Bioquímica. Os tópicos Química Orgânica e Biomoléculas são ministrados em Bioquímica, porém a Química perpassa todo o curso como tema transversal à formação do agrônomo. Com o objetivo de contextualizar o ensino de Bioquímica utilizamos o tema defensivos agrícolas, porque o Norte Capixaba é o maior produtor brasileiro de café conilon, pimenta do reino, pimenta rosa e de maracujá e o segundo de mamão. Os acadêmicos pesquisaram nas lojas e cooperativas agrícolas de São Mateus a composição dos defensivos e o estudo das fórmulas químicas das substâncias presentes facilitou o ensino dos tópicos de ligações, isomeria, reações químicas e do metabolismo primário e secundário dos seres vivos.

PALAVRAS CHAVES: bioquímica; defensivos agrícolas; ensino de química

INTRODUÇÃO: A Química continua sendo algo distante do cotidiano para a maioria dos estudantes do ensino médio e superior, portanto, a sua contextualização por meio de temas da vida profissional do aluno torna o aprendizado, mais agradável e desperta o seu interesse. Deste modo, como o professor pode mudar esta visão, mostrando que a Química faz parte do nosso cotidiano? Com este questionamento, percebeu a necessidade de criar novas alternativas do ensino de Química Orgânica e de Biomoléculas, utilizando recursos didáticos que visem uma abordagem interdisciplinar e que instigue o aluno a participar, socializar suas aprendizagens e a ser um aluno pesquisador. Como os defensivos agrícolas são sempre questionados quanto a sua toxidez aos seres vivos, propomos a utilização de compostos agroquímicos para o estudo de ligações químicas, isomeria, reações químicas e do metabolismo primário e secundário dos seres vivos (BARBOSA, 2004; LENHINGER & NELSON, 2005, SIMÕES et al, 2003).

MATERIAL E MÉTODOS: Neste trabalho foi proposto levantar os defensivos agrícolas utilizados pelos agricultores, por meio de questionário, nas lojas e cooperativas agrícolas. Diante das bulas dos produtos, os acadêmicos, por meio de pesquisa em livros e em meio digital, levantou as propriedades químicas, bioquímicas, agronômicas e toxicológicas dos defensivos. Os resultados permitiram ministrar os conteúdos a partir da exploração científica de algum agroquímico, com entendimento da realidade do ocorre no metabolismo vegetal e animal, o professor explanou os tópicos para maior facilidade na absorção pelos acadêmicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As atividades propiciaram o conhecimento dos defensivos agrícolas utilizados na produção agrícola do Norte Capixaba e ainda, favoreceram a interação entre os saberes dos alunos e a socialização entre os indivíduos em classe, permitindo uma melhor compreensão da disciplina, e para o docente uma ferramenta facilitadora no processo de aprendizagem, tornando sua aula mais dinâmica, além de fornecerem informações sobre as mais diversas aplicações nas quais a química está inserida e de que forma elas se inter-relacionam, uma vez que a comercialização e utilização de defensivos agrícolas são intensas em culturas perenes como café conilon, pimenta do reino, pimenta rosa, macadânia, coco, mamoeiro e maracujá. Foi possível correlacionar os benefícios e malefícios que estes podem acarretar ao ser humano, desenvolvendo uma visão consciente e racional nos acadêmicos. O método proposto foi de simples execução, além de permitir uma discussão pautada no cotidiano dos alunos, visto que muitos são filhos de agricultores da região norte do Espírito Santo e do sul da Bahia. Além disto, esta ferramenta permitiu a discussão sobre o que é uma agricultura sustentável do ponto de vista ecológico.

CONCLUSÕES: Esta ferramenta de trabalho sensibilizou os alunos que a Química esta em todo lugar, integrando a educação, tecnologia e sociedade. A contextualização torna-se o processo de ensino-aprendizagem mais produtivo, permitindo a ampliação de novos métodos de ensino aos docentes, e aos alunos a oportunidade de entender a química com praticidade, portanto, foi comprovado que o presente trabalho provoca discussões e desperta a atenção ao explorar os agroquímicos no ensino dos conceitos químicos, bem como a discussão de temas do cotidiano e, sobretudo, a respeito do seu caráter interdisciplinar.

AGRADECIMENTOS: UFES, CNPq, FAPES e Secretaria Municipal de Agricultura de São Mateus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, L. C. A. Os pesticidas, o homem e o meio ambiente. Viçosa: UFV, 2004. 215 p.
BARBOSA, L.C.A. Introdução à química orgânica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004, 311 p.
LEHNINGER, A.L.; NELSON, K.Y. Princípios de Bioquímica. 3. ed. São Paulo : Sarvier, 2005, 975 p.
SIMÕES, C.M.O; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P. de. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Florianópolis : UFSC, 2003, 1104 p.