TÍTULO: Charada Química: uma metodologia inovadora no projeto Ciências em Ação.

AUTORES: SANTOS, L.R.N.; LOBO, V.M.Q. (IFPA)

RESUMO: O ensino de química é uma proposta desafiadora para os educadores. Pensando nisso, este artigo tem o objetivo de mostrar um jogo criado por bolsistas do projeto Ciências em Ação que aborda a Tabela Periódica de uma maneira bem objetiva, como suporte didático para as aulas tradicionais.O jogo, em questão, denominado de Charada Química, permitiu um “duelo”, entre os alunos de química, através de conhecimentos sobre o assunto ministrado em sala de aula. Esse meio educativo foi aplicado para alunos do curso técnico do IFPA como atividade seguinte à aula, podendo concluir que, após algumas aplicações, a metodologia superou as expectativas até mesmo dos autores por conseguir atrair a atenção e a cooperação de todos os alunos presentes.

PALAVRAS CHAVES: proposta e metodologia

INTRODUÇÃO: Há uma enorme rejeição da disciplina pelos alunos devido à dificuldade na aprendizagem, absorção das idéias, falta de laboratórios nas escolas e até mesmo porque exigem habilidades cognitivas como pensamento lógico, noções de espaço tridimensional, abstração e competências em álgebra e aritmética, as quais geralmente os alunos não possuem por imaturidade intelectual. Alguns alunos atribuem o fato ao grau de complexidade que a disciplina apresenta, outros devido à falta da base educacional fundada nas séries iniciais ou à metodologia conservadora adotada por educadores. Entretanto, na verdade, o maior problema causador desta rejeição está na falta de boa vontade dos educadores em ministrarem aulas de qualidade, utilizando recursos didáticos opcionais que atraiam a atenção do aluno, estimulem a vontade dele em aprender e tornem o ensino prazeroso e divertido.
Uma proposta é a aplicação de jogos lúdicos em sala de aula. Segundo MELO (2005), estes se constituem em um importante instrumento de trabalho que auxilia o professor a oferecer possibilidades na construção do conhecimento, respeitando as singularidades. Essas atividades, quando bem exploradas e desenvolvidas, oportunizam a interlocução de saberes, a socialização e o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo. O jogo, além de ser uma fonte de prazer e descoberta, é a tradução do contexto sócio-histórico-cultural, contribuindo significativamente no processo de construção do conhecimento do aluno como mediador da aprendizagem.
Como, no momento da aplicação dessas atividades lúdicas, há grande desinibição, os educandos se desbloqueiam e descontraem, o que proporciona maior aproximação entre eles e melhoria na integração do grupo, facilitando, então, a aprendizagem.

MATERIAL E MÉTODOS: Baseando-se em SANTANA (2006), os jogos têm a intenção de contribuir para que os alunos se tornem familiarizados com a tabela periódica, os símbolos, os nomes correspondentes aos símbolos e às suas propriedades.
O jogo Charada Química foi criado com materiais bem acessíveis aos professores ou aos alunos que desejam treinar o assunto ministrado em sala de aula. Foram necessários: cinco cartolinas, tesoura, caneta esferográfica, canetinha, um dado e cinco pinos de jogos, podendo ser trocado por outro acessório parecido.O aplicativo explora o assunto Tabela Periódica e consiste num jogo de tabuleiro em que os jogadores devem percorrer um caminho formado por quadrados até o ponto de chegada. Uma pessoa fora do jogo ditará as regras e, por conseguinte, as charadas e o participante que decifrar o elemento químico, em questão, avança de quadrado em quadrado, de acordo com o número tirado no dado. O jogador que conseguir chegar ao fim, vence. Apenas quatro alunos podem jogar ao mesmo tempo.
A aplicação, deste, ocorreu nas turmas do curso técnico do IFPA e, ao começar o jogo, os alunos assistiram a uma aula acerca de Tabela Periódica para conhecer as famílias, os períodos, propriedades e aplicações. Por conseguinte, deram-se início ao jogo.




RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a aplicação do jogo, observou-se que o jogo conseguiu atrair atenção dos alunos, estimulando a vontade em conhecer e aprender sobre os principais elementos da tabela gerando alguns questionamentos, constatando-se que os participantes demonstraram muito interesse pelo jogo devido à rivalidade provocada, a fim de saber quem conseguiria ser o primeiro no local de chegada, havendo debates e euforia entre os alunos torcedores.
Dessa maneira, constata-se que a maioria dos alunos gosta de Química, mas tudo depende do modo como o educador aborda determinado assunto e o método utilizado pelo professor da disciplina em questão. De acordo com CABRERA & SALVI (2005), aprender e ensinar brincando enriquece as visões de mundo e as possibilidades de relacionamento, companheirismo, de socialização e troca de experiências, de conhecimento do outro, respeito às diferenças e de reflexão sobre as ações. Isso foi verificado nos alunos que participaram deste trabalho, devido a participação de todos.Segundo BERTOLDI (2003), isso se explica pelo fato de que elas possibilitam ao aluno aprender de forma prazerosa, desvinculado da situação de aprendizagem formal. Por intermédio da aprendizagem do próprio jogo, do domínio das habilidades e raciocínios utilizados, o aluno tem possibilidade de redimensionar suas relações com as situações de aprendizagem e com seu desejo de buscar novos conhecimentos. Além disso, tem a oportunidade de lidar com a frustração do não saber, com alternativas entre vitórias e derrotas. Estas mudanças na percepção de si próprio e do objeto de conhecimento podem se estender aos casos de aprendizagem formal na medida em que se restabelecem o desejo e a confiança do educando na sua capacidade de aprender.

CONCLUSÕES: O jogo aplicado foi um instrumento útil no processo de ensino-aprendizagem do conteúdo “Tabela Periódica” visto que, ao envolverem os alunos emocionalmente na ação lúdica, promovendo a sociabilização entre eles, incitam-nos a apropriarem o conhecimento requisitado mais facilmente.
Finalmente, é imprescindível que o educador ministre a aula correspondente ao assunto abordado, pois introduz o conteúdo aos alunos, fornecendo algum embasamento teórico para que eles manuseiem os jogos com mais propriedade; e explica alguns detalhes que, porventura, podem não ser citados durante a aplicação dos jogos.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Msc. Maria Olinda Dias de Lucena por toda contribuição durante as aulas de Química, Metodologia Prática, ministrada no IFPA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BERTOLDI. M. A Escolha dos Jogos Definida pelas Dificuldades Específicas de Cada Criança. Curitiba, 2003.
CABRERA, W. B. & SALVI, R. A Ludicidade no Ensino Médio: Aspirações de Pesquisa numa Perspectiva Construtivista. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 5. Atas , 2005.
MELO, C. M. R. As Atividades Lúdicas São Fundamentais para Subsidiar ao Processo de Construção do Conhecimento (continuação). Información Filosófica. V.2 nº1 2005 p.128-137.
SANTANA, E. M. & WARTHA, E. J. O Ensino de Química Através de Jogos e Atividades Lúdicas Baseados na Teoria Motivacional de Maslow. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 13, Campinas (Unicamp), 2006. Anais, Campinas– São Paulo, 2006.