TÍTULO: UMA VISÃO ALTERNATIVA AO SEGUNDO VOLUME DO 1º ANO DA PROPOSTA PEDAGOGICA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

AUTORES: SANTOS,R.L.S. (SEEDUSP)

RESUMO: Em 2008, com a implantação na rede pública do Estado de S. Paulo, de uma proposta unificada de ensino, cujas características marcantes, são os chamados cadernos do professor e cadernos do alunos.
É possível uma visão alternativa sobre o caderno distribuído ao primeiro ano, segundo volume. Nele (S.Paulo, 2009) a reação de combustão, em seus diversos aspectos, é considerada tema principal. Mas, apresentado de forma indireta, através do estudo do uso de combustíveis na produção de ferro e cal, que foi tema do primeiro volume. Assuntos que não mobilizaram os alunos, pois a fabricação de cal e aço lhes é muito distantes. Percebe-se o grande interesse dos alunos por tudo que se refere ao setor automotivo e, a partir daí, dar maior ênfase à parte de combustíveis.


PALAVRAS CHAVES: propostas pedagógica, combustão, aulas temáticas

INTRODUÇÃO: As observações de Costa (2008) aplicavam-se também ao nosso aluno, pois os menos não tem uma idéia clara do que seja combustão, ou até mesmo do que seja uma transformação química. As pesquisas de Silva (2006) sugerem também que o entendimento dos estudantes a respeito do processo de queima, fundamentado no senso comum e em suas concepções prévias, é fragmentado, inconsistente e divergente em relação ao conhecimento científico, além de serem resistentes às mudanças conceituais, mesmo para aqueles aprendizes que estudam a queima de maneira formal. Destaca ainda: “Percebeu-se que essas representações sociais revelaram como os alunos conceberam o seu conhecimento e não os impediram de adquirir idéias mais elaboradas, como as de combustão”.
Para Mortimer (1996), deve-se, independentemente das idéias prévias, ser construída uma nova explicação. Permitido assim a iniciação dos estudantes nas práticas da comunidade científica, em sua maneira de pensar e ver o mundo.
Os alunos estavam muito interessado nas notícias (Ishikawa, 2009), sobre inspeção veicular, e a possibilidade de retirada de veículos de circulação, que estejam fora de parâmetros de emissão de gases.


MATERIAL E MÉTODOS: Foi apresentado um texto do livro didático de PEQUIS (2005) explicando os conceitos de combustível, comburente, produtos da reação, combustão completa e incompleta, bem como bases da nomenclatura orgânica. O aluno, dessa forma, também é informado que: a maioria dos combustíveis utilizados são compostos de carbono, e que números de átomos de carbonos difere de acordo com o composto, inclusive dentro de uma mesma função química. Tendo assim o conhecimento teórico, para construir uma idéia mais claras sobre combustão e de reações químicas.
Utilizamos um fogareiro a GLP, cadinhos de porcelana, um azulejo branco, uma vela e fita isolante. Normalmente o fogareiro que produz uma chama azul não fuliginosa, típica de fogões bem regulados. Mas, ao ter sua entrada de ar, localizada abaixo do queimador, vedada por fita isolante, produz uma chama amarela muito luminosa, e com grande quantidade de fuligem. Essa muito idêntica, a chama da vela, que tem a parafina como combustível, um hidrocarboneto cuja principal diferenciação do GLP, é o número de átomos de carbono.
Demonstra-se assim, junto ao aluno, a relação direta entre o número de átomos de carbono e a quantidade de átomos de oxigênio consumida na reação de combustão. Assim o produto final dessa combustão poderá variar, se a for combustão completa, com produção de gás carbônico não perceptível, mas de chama azul pouco luminosa, ou combustão incompleta, de chama amarela luminosa, com produção de fuligem, que pode ser percebida manchando de preto o azulejo.
Executou-se o experimento proposto por Gracetto (2006), utilizando cadinhos de porcelana, e três tipos de alcoóis: Etanol, propan-2-ol, butan-1-ol. Percebeu-se que o etanol não produz fuligem, o propan-2-ol um pouco de fuligem, enquanto o butan-1-ol muita fuligem.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O experimento com os alcoóis confirma o anterior, já que não foi alterada a quantidade de oxigênio, mas sim a quantidade de átomos de carbono do combustível, conforme o álcool utilizado. Além disso, ao abafarmos a combustão do etanol com um copo, esse ficar embaçado, indicando a produção de água na reação.
Utilizando o “Modelo de Pau e Bola”, proposto por Santos (2001), representações de moléculas de combustíveis, e de moléculas de oxigênio, construídas de massa de modelar e palitos de dente, permite comparar com equações químicas, escritas tanto em fórmulas moleculares, como fórmulas estruturais.
É possível desmontar essas representações das moléculas do combustível e comburente, em seguida montando as moléculas dos produtos da reação. Demonstrando o mecanismo de uma reação química, onde os átomos são os mesmos rearranjados.
De essa maneira explicar os princípios das Leis Ponderais (Proust e Lavoisier). Pois se demonstra que o gás carbônico e a água, produtos de uma combustão completa formam-se a partir das moléculas de combustível e oxigênio, presentes nos reagentes. Tornando concreta a Lei de Lavoisier.
Perceber também que ter mais átomos de carbono, ou falta de moléculas de oxigênio, quando fechada à entrada de ar do fogareiro, resulta em uma combustão incompleta, caracterizada por fuligem, que é carbono não oxidado. Discuti-se assim, a Lei de Proust, pois a proporção entre carbono e oxigênio foi quebrada, sobrando carbono não oxidado, na forma de fuligem.
Para isso, é necessário trabalhar os símbolos químicos, tabela periódica, índices e coeficientes estequiométricos. Dessa forma tornar concreto o mecanismo de transformações químicas, e sua representação gráfica. Facilitando para atribuir um significado.


CONCLUSÕES: Gonçalves (2006) afirma: “É preciso aprender a observar, e os experimentos em sala de aula podem ser planejados de modo a favorecer a explicitação dos conhecimentos de quem observa”.
Assim as atividades propostas, pretendem direcionar a observação do aluno, a perceber detalhe do seu dia-a-dia. Coisas como: a fumaça preta deixada por um ônibus que arranca, a chama amarela de uma vela, em contraposição da azul, de um fogão a gás, são manifestações visíveis, de fenômenos impossíveis de serem visualizados que ocorrem durante as transformações químicas.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Costa, A.O.C.; Sá,I.C.G.; Andrade A. de F.: “Combustão X Queima: Concepções de Alunos da 1ª Série do Ensino Médio” - XIV Encontro Nacional de Ensino de Química - Curitiba (2008). Disponível em : < HTTP:www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/ > acessado em: 17/11/2009.

Gonçalves, F.P.; Marques, C.A.: “Contribuições Pedagógicas e Epistemológicas em Textos de Experimentação no Ensino de Química” – Investigações em Ensino de Ciências – Porto Alegre, Vol.11, Nº2, p.: 219 -238, agosto de 2006. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID151/v11_n2_a2006.pdf > acessado em: 22/01/2010

Gracetto, A.C.; Hioka, N.,Filho, O.S.: “Combustão, Chamas e Testes de Chama para Cátions: Proposta de Experimento” – QUÍMICA NOVA NA ESCOLA . S. Paulo, Nº23, p.: 43 – 48, maio de 2006.

Mortimer, E. F.: “Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: Para onde Vamos?” INVESTIGANDO EM ENSINO DE CIÊNCIAS. UFRGS: 1996, n1. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID151/v11_n2_a2006.pdf acessado em:22/01/2010.

PESQUIS (Projeto de Ensino de Química e Sociedade): “QUÍMICA E SOCIEDADE: volume único, ensino médio” – S. Paulo: Nova Geração (2005).

Santos, H.F.: “O Conceito de Modelagem Molecular” – QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. (Cadernos temáticos) – S. Paulo, nº4, p.: 4 – 5, maio de 2001.

Silva,M.A.E.; Pitombo,L.R.M.: “Como os Alunos Entendem Queima e Combustão: Contribuições a Partir das Representações Sociais” – QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. S. Paulo, nº23, p. 23 – 26, maio de 2006.

S.Paulo (Estado) Secretaria da Educação: “Caderno do Professor”; química - 1ª série, volume 2 – S. Paulo: SEE, 2009.

Ishikawa, M.: “Inspeção Veicular começa com Problemas em SP” QUATRO RODAS. S. Paulo,
Ed. Abril – 06/01/2009. Disponível em: http://quatrorodas.abril.com.br/noticias/139751_p.shtml#topo acessado em: 18/01/2010