TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DE UM ENSINO DE QUÍMICA CONTEXTUALIZADO PARA A APRENDIZAGEM E A FORMAÇÃO DO EDUCANDO COMO CIDADÃO, EM ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE PICOS-PI

AUTORES: SOUSA, M.M. (SEDUC-PI)

RESUMO: Neste trabalho apresentamos uma visão dos alunos e relatos de professores de escolas públicas da cidade de Picos - PI, no tocante a uma viabilização da aprendizagem e melhoria da formação do educando para o exercício de sua cidadania, promovida pela contextualização dos conteúdos estudados. As informações estas obtidas através de questionários e entrevistas semi-estruturadas. Concluindo-se que o ensino de Química nas escolas pesquisadas não está conseguindo cumprir com a finalidade do ensino médio e há necessidade de uma contextualização eficaz para se obter uma aprendizagem significativa.

PALAVRAS CHAVES: ensino de quimica, contextualização, cidadania

INTRODUÇÃO: Motivado pelo conhecimento da importância de pesquisa em ensino de Química, é que se procurou verificar como se dar o ensino de Química nas escolas públicas da cidade de Picos - PI, no tocante à forma como os professores contextualizam os conteúdos ministrados. A idéia de contextualização surge com a reforma do ensino médio, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB-9.394/97). As diretrizes que estão definidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os quais visam um ensino de química centrado na interface entre informação científica e contexto social. Diante desta transformação consolidada pela publicação da Lei de Diretrizes e Base da Educação, o Ministério da Educação criou um novo perfil para o currículo do ensino médio, apoiado em competências básicas para a inserção dos jovens na vida adulta. Com isso, o ensino de Química perdeu a tendência de manutenção do “conteudismo” típico de uma relação de ensino tipo “transmissão-recepção”, limitado à reprodução restrita ao saber de posse do professor tradicional refém do exame vestibular (ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO; VOLUME 02 - 2006).
Sabendo que a contextualização é um recurso usado para dar significado ao conteúdo e diminuir a dicotomia entre a teoria e a prática, evitando que os alunos utilizem este conhecimento apenas para resolver exercícios, mas que sejam capazes de relacioná-los com o que ocorre à sua volta, no seu dia-a-dia (VAITSMAN, 2006). A não-contextualização da Química pode ser um dos fatores que contribui para o nível de rejeição do estudo desta ciência pelos alunos, o que pode assim dificultar o ensino e a aprendizagem (LIMA, 2000).


MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em quatro escolas públicas da cidade de Picos-PI.A mesma foi dividida em dois momentos:
1- Em primeiro momento aplicou-se em cada uma das escolas o mesmo questionário de doze perguntas, sendo onze objetivas e uma subjetiva (ver anexo). Foram escolhidos durante o horário de aula, pelo critério de interesse e disponibilidade, trinta e cinco alunos da terceira série do ensino médio para responder de forma individual ao questionário.
2- Em segundo momento realizou-se uma entrevista semi-estruturada com cada um dos professores de Química dos alunos das escolas selecionados.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa, realizada através de questionários aplicados aos alunos e entrevistas semi-estruturadas com professores, revela que, para 84% dos alunos pesquisados, uma boa aprendizagem está intimamente ligada a uma associação dos conteúdos ministrados com a sua realidade, ou seja, o seu cotidiano.
Mesmo os professores afirmando que fazem uma contextualização dos conteúdos em suas aulas. Observa-se que essa contextualização não está sendo realizada de forma eficaz, pois os alunos mostram não conseguirem efetuar uma relação dos conteúdos estudados com o seu cotidiano, haja vista, apenas 43% dos alunos pesquisados afirmam conseguir efetuar uma relação dos conteúdos estudados com o seu cotidiano. Esta constatação revela uma fragilidade na forma que é conduzido o ensino de Química nas escolas pesquisadas, pois se os alunos não estão conseguindo relacionar os conteúdos estudados com o seu cotidiano, difícil seria imaginar esses alunos se posicionarem de forma crítica e fundamentada quando estiverem diante de problemas que exijam o mínimo de conhecimento químico.


CONCLUSÕES: Os resultados da pesquisa nos levam a concluir que, o ensino de Química nas escolas pesquisadas, não está conseguindo fornecer aos alunos uma formação que os leve a entender os fenômenos que ocorrem ao seu redor e posicionar-se diante de fatos que requeiram esse conhecimento químico, exercendo assim a sua cidadania.
Para isso, deve-se buscar uma aprendizagem significativa, através de aulas contextualizadas e norteadas por temas centrais, que consigam aproveitar conhecimentos prévios trazidos pelo aluno. Facilitando assim uma apredizagem afetiva e não fraguimentada dos alunos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias / Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. (Orientações curriculares para o ensino médio; volume 2).
LIMA, Jozária de Fátima Lopes de. Etial.Velocidade de Reação: A Contextualização catalizadores no Ensino de Cinética Química. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Nº.11, s/p, maio 2000.
VAITSMAN, Enilce Pereira e VAITSMAN, Delmo Santiago. Química e meio ambiente: ensino contextualizado. Rio de Janeiro: Interciência, 2006. – (Interdisciplinar; 4).