TÍTULO: Experimentação no Ensino de Química: concepções dos estudantes

AUTORES: FADIGAS, J. C. (UFRB) ; SANTOS, F. R. DOS (UFRB) ; CHAVES, J. L. (UFRB) ; VIRIATO, L. A. (UFRB) ; SANTOS, N. O. DOS. (UFRB)

RESUMO: Este artigo foi desenvolvido com a finalidade de verificar a compreensão dos estudantes na disciplina de química com relação ao uso da experimentação no Ensino de Química. Para levantamento dos dados foi aplicado um questionário em 2 (duas) turmas da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Pedro Calmon. A realização de uma aula prática foi fundamental para que pudéssemos identificar se o uso da experimentação se faz necessário no ensino de conceitos químicos.

PALAVRAS CHAVES: experimentação, ensino de química.

INTRODUÇÃO: Uma reclamação usualmente feita pelos alunos que cursam o Ensino Médio é a dificuldade em compreender e assimilar conceitos básicos de Química. Essa dificuldade decorre da não relação entre os conteúdos estudados com as situações cotidianas vivenciadas pelos estudantes. O Ensino de Ciências deve proporcionar aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que despertem neles a inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando os estudantes a desenvolverem posturas críticas e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos, baseados em conhecimentos compartilhados por uma comunidade escolarizada [1]. Ao observar o objeto de seu estudo, o aluno entende melhor o assunto quando o que está sendo observado pode ser manipulado, tocado, permitindo que da observação concreta possa se construir o conceito e não apenas imaginá-lo. Ao experimentar o concreto, ocorre o desenvolvimento do raciocínio e a compreensão dos conceitos [2]. Tomar a experimentação como parte de um processo pleno de investigação é uma necessidade, reconhecida entre aqueles que pensam e fazem o ensino de Ciências, pois a formação do pensamento e das atitudes do sujeito deve ocorrer preferencialmente nos entremeios de atividades investigativas.

MATERIAL E MÉTODOS: Nesta pesquisa utilizou-se uma metodologia quantitativa e, como instrumento para levantamento de dados, questionários foram aplicados aos estudantes da 3ª série do Ensino Médio. Além da realização de uma atividade prática, não havendo a ação direta dos mediadores durante o processo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O trabalho foi desenvolvido com duas turmas de 3º ano do Colégio Estadual Pedro Calmon, localizado na cidade de Amargosa-BA. De um total de 65 alunos, 42 participaram da pesquisa que consistia em responder um questionário contendo cinco questões. Para o desenvolvimento do trabalho, os discentes responderam as duas primeiras perguntas do questionário que abordavam os conceitos de substância e mistura. Em seguida, estes alunos receberam uma garrafa de água mineral com rótulo e também participaram de uma experiência utilizando 04 béqueres de 50 ml contendo água destilada e cloreto de sódio (NaCl) em diferentes concentrações. Após a experimentação, os alunos responderam as outras perguntas do questionário que também abordavam os conceitos de substância e mistura. Observou-se que, sem o uso da experimentação, 73% dos alunos responderam que desconheciam os conceitos abordados e apenas 15% das respostas foram coerentes. Após a realização do experimento, 52% das respostas foram coerentes e apenas 22% dos alunos afirmaram que não sabiam a resposta (Fig. 1). Com a experimentação houve um aumento de 37% nas respostas coerentes, confirmando a observação feita por Cardoso e Colinvaux [3] de que a prática torna a aprendizagem mais fácil e atraente.

CONCLUSÕES: Os resultados indicam que atividades experimentais em sala de aula devem ser incluídas. Estas atividades têm como base a união da teoria com a prática, para que os alunos possam aprender como se constrói o conhecimento científico.

AGRADECIMENTOS: Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis da UFRB, aos alunos do 3º ano do EM e à Direção do Colégio Estadual Pedro Calmon.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil. Ed. Ática, São Paulo, SP, 1998. p. 144; [2] HOERNIG, A.M.; PEREIRA A.B. As aulas de Ciências Iniciando pela Prática: O que Pensam os Alunos. Revista da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v.4, n.3., set/dez 2004, p.19-28. [3] CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a motivação para estudar química. Química Nova. v. 23, n. 3, 2000, p. 401-404.