TÍTULO: CRIAÇÃO DE UM CLUBE DE CIÊNCIAS E CULTURA: AUXILIANDO O APRENDIZADO DE ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA II ATRAVÉS DA REALIZAÇÃO DE EXPERIMENTOS DE FÁCIL ACESSO E BAIXO CUSTO

AUTORES: OLIVEIRA, T.A.S (IFSP) ; RODRIGUES, N.N (IFSP) ; OLIVEIRA, R.D (IFSP) ; SOUZA, R.F.V (IFSP)

RESUMO: A criação de um Clube de Ciências e Cultura foi desenvolvida a partir do Programa Educacional de Iniciação à Docência, (PIBID), que tem como objetivos principais contribuir para o melhoramento no ensino em escolas públicas da educação básica II e auxiliar na formação dos futuros docentes da licenciatura em química. Os encontros no Clube de Ciências acontecem uma por semana no período oposto das aulas regulares e neles são abordadas teorias vistas também durante o período letivo, possibilitando aos alunos um reforço de aprendizagem ou até mesmo descobertas de novos conhecimentos.

PALAVRAS CHAVES: experimentação, aprendizagem, educação.

INTRODUÇÃO: Apesar de muitos professores reconhecerem a importância das aulas práticas, a maioria das instituições públicas não possui atividades experimentais em suas grades escolares, pois há falta de segurança, tempo insuficiente na preparação de materiais e indisponibilidade de equipamentos e instalações adequadas (GUIMARÃES, 2009). Diante desta situação, torna-se viável a realização de um projeto que busca incentivar a formação de profissionais aptos a esta rotina e em contrapartida auxilia no processo aprendizagem.
Como é já é do conhecimento, a experimentação no ensino básico é de suma importância, uma vez que favorece a qualidade e melhora o índice de aprendizagem em todos os níveis de ensino (GIORDAN, 1999). Levando em consideração essa ideia, o Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – Campus Sertãozinho, desenvolve Clubes de Ciências e Cultura em três escolas municipais dessa cidade, contando com a atuação dezoito bolsistas licenciandos em química, 3 professores-supervisores da rede municipal de ensino, 4 professores orientadores do IFSP e 1 coordenador.
O trabalho que será apresentado neste resumo está sendo desenvolvido na Escola Municipal Antônio Cristino Cabral, localizada na cidade de Sertãozinho-SP, sendo que a mesma possui 120 alunos matriculados no último ano do ensino fundamental (8ª série / 9º ano) e nota 5,7 nos anos iniciais (4ª série / 5º ano) e 5,4 nos anos finais (8ª série / 9º ano) de acordo com o IDEB 2009. A média do IDEB de Sertãozinho é 5,3 nos anos iniciais e 4,7 nos anos finais.


MATERIAL E MÉTODOS: Os encontros no clube de ciências e cultura são realizados uma vez por semana em horário diferente das aulas regulares e a duração é de aproximadamente uma hora e meia.
A linha pedagógica seguida no clube de ciências e cultura da escola Cabral é construtivista, método este que leva em consideração o conhecimento prévio do aluno (JÓFILI, 2002). As experiências aplicadas são, na maioria das vezes, baseadas no plano de ensino dos alunos participantes do clube, desta forma é possível contribuir para uma complementação dos conteúdos ministrados em sala de aula.
Em todas as reuniões, são aplicadas atividades relacionadas ao que será abordado no clube e elas apresentam a teoria que já foi vista em período letivo, deste modo é possível avaliar o que os estudantes realmente sabem e descobrir as dificuldades e facilidades de cada um no tema em questão.
Nas práticas são utilizados materiais de fácil acesso e de baixo custo, despertando assim o maior interesse dos estudantes, além de compreenderem a teoria de um modo mais dinâmico.
Sempre que possível, é aplicado jogos didáticos, envolvendo matérias de química, física e biologia. Essas atividades fazem com que os alunos aprendam de maneira rápida e descontraída. Os próprios alunos que executam as práticas, pois se percebeu que o manuseio feito por eles facilita o aprendizado. As orientações de segurança são sempre lembradas no início de cada prática.
No final das reuniões, é aplicada uma avaliação relacionada com o conteúdo que foi desenvolvido no encontro, a qual tem como objetivo verificar se o conteúdo desenvolvido foi realmente compreendido.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Clube de Ciências está em desenvolvimento a pouco mais de oito meses, porém, alguns resultados satisfatórios já podem ser verificados:
Nota-se que com a experimentação, os alunos conseguem associar facilmente a prática com os acontecimentos do dia a dia e muitas vezes, entendem melhor a teoria depois que fazem a aula experimental.
Numa reunião com a professora responsável pela disciplina de Ciências da turma do nono ano, a mesma relatou que os alunos estavam encontrando bastante dificuldade no entendimento dos modelos atômicos. Baseando-se nesse levantamento prévio, esse tema foi desenvolvido durante duas semanas no Clube de Ciências.
Na primeira semana, foram apresentados aos alunos os modelos atômicos de Dalton, Thomson e Rutherford, mostrando o motivo do desenvolvimento destes e explicando os experimentos feitos pelos cientistas. Notou-se que, durante a exposição teórica, os alunos ficaram dispersos, mas quando se iniciou a atividade de construção dos modelos utilizando materiais simples como arames e massa de modelar caseira, houve o aumento de interesse.
Na aula seguinte, os alunos assistiram a alguns vídeos mostrando os modelos atômicos, quando compreenderam a importância de relacionar esse tema e com o seu cotidiano. Então, foi aplicada uma avaliação aos alunos e a mesma mostrou melhor domínio do tema por eles.
Segundo Guimarães, “o uso do laboratório pode estimular a curiosidade dos alunos, mas para isso, é necessário que estes sejam desafiados cognitivamente“ fato constatado na aplicação desta aula, quando o questionamento anterior induziu a curiosidade e direcionou a um resultado satisfatório.
De acordo com a professora de ciências, os alunos tornaram-se mais participativos e questionadores em sala de aula, havendo uma evolução nas avaliações escolares.

CONCLUSÕES: Com o desenvolvimento do projeto até o presente momento é possível concluir que os métodos de ensino aprendizagem utilizados no clube de ciências têm contribuído de maneira significativa para o rendimento dos alunos em sala de aula, o que confirma a eficácia da experimentação no ensino de ciências. Para os alunos, a maior dificuldade está ligada ao fato deles tentarem imaginar algo impossível de se ver, como por exemplo, os átomos. E é por este motivo que o uso de modelos representativos e de atividades práticas fortalece muito o processo de ensino-aprendizagem no campo científico. Sem contar que essa iniciação à docência tem proporcionado melhorias na formação acadêmica de futuros professores.

AGRADECIMENTOS: Ao IFSP-Campus Sertãozinho e CAPES pela Bolsa de Iniciação à Docência(PIBID).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GIORDAN, M. O papel da experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola v. 10, p. 43-49, 1999.
GUIMARÃES, C. C; Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola v. 31, p 198-202, 2009.
JÓFILI, Z. Piaget, Vygotsky, Freire e a construção do conhecimento na escola. Ano II n. 2, p. 191-208, 2002.