TÍTULO: O PAPEL DA CONTEXTUALIZAÇÃO E DA INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: COSTA, T. P. (UEPA) ; SILVA, A. D. L DA (UEPA) ; SILVA, E. A. DA (UEPA) ; WATANABE, L. A. (UEPA)

RESUMO: Ainda hoje, verifica-se que os conteúdos de química têm sido trabalhados de forma fragmentada e descontextualizada. Sabe-se que a contextualização e a interdisciplinaridade exercem importante papel no ensino-aprendizagem de Química. Baseado nisso, o presente trabalho tem como objetivo entender a importância destes eixos metodológicos para a aprendizagem significativa de conhecimentos químicos. A coleta de dados sobre a temática foi desenvolvida através de pesquisa bibliográfica. Os resultados mostram que a contextualização e a interdisciplinaridade contribuem para a aprendizagem, pois são eixos organizadores das dinâmicas interativas no ensino de química.

PALAVRAS CHAVES: conteúdos de química, contextualização e interdisciplinaridade, aprendizagem

INTRODUÇÃO: Frequentemente, em muitas escolas têm-se observado que a disciplina de química no ensino médio tem dado relevância ao trabalho de conceitos químicos de maneira fragmentada e descontextualizada. Essa não-contextualização e fragmentação dos conteúdos químicos dos demais conhecimentos disciplinares pode ser um dos responsáveis pela rejeição da química pelos alunos, dificultando assim o processo de ensino-aprendizagem (LIMA, 2000; SÁ & SILVA, 2008).Nesse sentido, se verifica que questões sobre contextualização e interdisciplinaridade tem sido alvo de intensas discussões em encontros e congressos de educação, documentos oficiais etc..Segundo Sá & Silva (2008) a abordagem de conceitos químicos relacionada a vivência dos alunos e um estudo interdisciplinar são promotores de uma aprendizagem ativa e significativa, pois na prática pedagógica a contextualização e a interdisciplinaridade “alimentam-se” mutuamente. Para se atingir essa relação, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM (Brasil, 1999) sugerem a utilização de temas para contextualização do conhecimento químico e estabelecimento de inter-relações deste com os vários campos da ciência. Considerando que a contextualização e a interdisciplinaridade são eixos centrais norteadores do ensino de química, o presente trabalho tem como objetivo compreender a importância destes eixos metodológicos na aprendizagem significativa de conhecimentos químicos.O presente trabalho é de suma importância, pois é uma oportunidade de melhor entender os papéis da contextualização e da interdisciplinaridade, que nos últimos anos têm sido alvo de dúvidas por muitos professores do ensino médio que não conseguem compreender os reais significados desses eixos organizadores das dinâmicas interativas no ensino de química.

MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica. Para coleta de informações procurou-se dar ênfase a documentos oficiais como os PCNEM, PCN+, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio e artigos científicos disponíveis na internet, dissertações atuais que tratam da importância da contextualização e da interdisciplinaridade no ensino de química. Após levantamento das obras na literatura, realizou-se o procedimento de leitura e seleção de informações mais relevantes para se atingir o objetivo do presente trabalho. Com todas as informações disponíveis elaborou-se a redação do mesmo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A contextualização e interdisciplinaridade são fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que estão estritamente relacionadas entre si (PCN+, Brasil,2002).A contextualização dos conteúdos aproxima os conhecimentos estudados em sala de aula com os acontecimentos do dia a dia dos alunos, motivando e despertando o interesse destes pelo conhecimento químico, atiçando sua curiosidade e tornando a aula mais prazerosa.A utilização de temas sociais proporciona um ensino contextualizado e permite ao aluno aprender com a integração de diferentes saberes, ou seja, por meio da interdisciplinaridade (PCNEM-Brasil,1999; LIMA et al.2000, PEREIRA et al.,2008; SILVA,2007). As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006) também defendem a contextualização dos conhecimentos químicos (utilizando temas), tornando-os mais relevantes socialmente, através da articulação desses com situações reais da vida do aluno (vivências, saberes, concepções). Segundo os PCNEM (Brasil, 1999), com a utilização das vivências dos alunos, os fatos do dia a dia, a mídia, a tradição cultural etc. pode-se reconstruir conhecimentos químicos significativos que permitam fazer interpretações do mundo físico com base nas ciências a fim de se alcançar mudanças conceituais.É a interdisciplinaridade que proporciona a interpretação de acontecimentos estabelecendo ligações com vários campos científicos, contribuindo para um entendimento amplo do conhecimento, como sugere esse documento. Para Oliveira (2005) a contextualização e a interdisciplinaridade possibilitam o estabelecimento de inter-relações entre conhecimentos escolares e fatos/situações presentes no dia-a-dia dos alunos, imprimindo reais significados aos conteúdos escolares, contribuindo para uma aprendizagem significativa em Química.

CONCLUSÕES: Diante do exposto, conclui-se que a contextualização e a interdisciplinaridade estão estritamente relacionadas entre si e são determinantes para aprendizagem significativa de conhecimentos químicos.Estes eixos organizadores das dinâmicas interativas em sala de aula tornam o processo de ensino-aprendizagem motivador, interessante, instigante e prazeroso para o aluno e para o professor.Estas condições são essenciais para o desenvolvimento de um ensino de química de qualidade e para um entendimento amplo do conhecimento, concepção esta indispensável para a construção da cidadania dos alunos.

AGRADECIMENTOS: A DEUS e a Universidade do Estado do Pará - UEPA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL (País) Secretaria de Educação Média e Tecnológica - Ministério da Educação –. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.

BRASIL (País) Secretaria de Educação Média e Tecnológica - Ministério da Educação e Cultura. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.

BRASIL (País) Secretaria de Educação Básica - Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 2. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, 2006.

LIMA, J. F. L. et al. A contextualização no Ensino de Cinética Química. Química Nova na Escola, n. 11, maio de 2000. p.26 – 29.

OLIVEIRA, Ana Maria Cardoso de. A química no ensino médio e a contextualização: a fabricação dos sabões e detergentes como tema gerador de ensino aprendizagem, 2005. 120 f. Dissertação (mestrado em Ensino de Ciências Naturais e da Matemática) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.

PEREIRA, Gracielle C. L. et al.. Alimentos: tema gerador para aquisição de conhecimento químico. Disponível em: <http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/viewFile/1710/1025>. Acesso em: 09 de maio de 2011.

SÁ, Helena Cristina Aragão de & SILVA, Roberto Ribeiro da. Contextualização e interdisciplinaridade: concepções de professores no ensino de gases. Disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0621-1.pdf>. Acesso em: 21 de maio de 2011.

SILVA, Erivanildo Lopes da. Contextualização no Ensino de Química: idéias e proposições de um grupo de professores, 2007. 144 f. Dissertação (mestrado em Ensino de Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.