TÍTULO: A Química do Carbono

AUTORES: SILVA, B.P. (IF SERTÃO-PE) ; ALVES, E.C. (IF SERTÃO-PE) ; CRUZ, D.R.R. (IF SERTÃO-PE) ; GUIMARÃES, A.L. (IF SERTÃO-PE) ; OLIVEIRA, A.P. (IF SERTÃO-PE) ; AGUIAR, L.O (IF SERTÃO-PE)

RESUMO: Este trabalho visa apresentar o desenvolvimento de um projeto vivenciado com alunos
da 3ª série do Ensino Médio na Escola Pe. Manoel de Paiva Neto em Petrolina-PE,
objetivando intervir nas doutrinas do ensino de Química Orgânica para possibilitar
uma mudança efetiva no que concerne a visão do educando em relação a essa disciplina.
Foram realizadas três etapas: a primeira etapa consistiu na aplicação do Diagnóstico
para identificação dos aspectos a serem considerados na intervenção. Na segunda
etapa,foram planejadas e executadas aulas interativas, com realização de experimentos
com compostos orgânicos encontrados no cotidiano e jogo ludo-educativo. A terceira
etapa foi marcada pela retrospectiva das ações realizadas e da reaplicação do
diagnóstico para comprovação dos resultados.

PALAVRAS CHAVES: ensino, aprendizagem, química orgânica.

INTRODUÇÃO: Desde os tempos mais remotos até os dias de hoje um dos grandes desafios para os
professores constitui na atuação frente às dificuldades apresentadas pelos alunos e
no estudo e pesquisa de como minimizá-las.
É notória a existência de uma grande dificuldade no ensino de ciências exatas, pois
geralmente os alunos têm aversão às disciplinas relacionadas com tal área por
considerarem os conteúdos complexos. Ás vezes, essa dificuldade está associada tanto
à falta de interesse por parte do aluno, quanto à metodologia utilizada pelo
professor. Essa constatação é um dos motivos que impulsionam a busca de possíveis
soluções para tornar o ensino de tais disciplinas, em especial da química, mais
prático e acessível.
É preciso objetivar um ensino de Química que possa contribuir para uma visão mais
ampla do conhecimento, que possibilite melhor compreensão do mundo físico e,
inevitavelmente, a construção da cidadania, colocando em pauta, na sala de aula,
conhecimentos socialmente relevantes que façam sentido e se integrem à vida do aluno.
É importante que as aulas sejam ministradas com uma abordagem teórica e prática,
através da inserção da disciplina no cotidiano, onde serão mostrados fatos concretos
e observáveis que interliguem o conteúdo da sala de aula ao mundo macroscópico,
proporcionando assim, uma maior compreensão por parte do aluno.
Diante do exposto acima, os alunos do Curso de Licenciatura Plena em Química do IF –
Sertão Pernambucano desenvolveram o projeto “A Química do Carbono”, criando uma forma
alternativa para o ensino de química orgânica, relacionando os conteúdos
abordados com o dia-a-dia dos alunos da Escola Pe. Manoel de Paiva Neto, a fim de
provocar uma maior assimilação e motivação dos mesmos para o estudo da Química.


MATERIAL E MÉTODOS: O projeto “A Química do Carbono” foi desenvolvido a partir do diagnóstico com o
professor de química e sua turma de 3° ano do ensino médio.
Os questionários aplicados para o professor avaliaram as condições oferecidas pela
escola para o desenvolvimento de suas aulas. Já aqueles aplicados para os alunos
avaliaram tanto o seu conhecimento prévio na disciplina de Química Orgânica, quanto
às condições de ensino oferecidas pela instituição de ensino em questão.
Após a fase de diagnóstico iniciou-se a intervenção na escola. O primeiro passo foi
uma avaliação oral com os alunos sobre a química orgânica, depois disso foram
ministradas aulas interativas sobre as funções orgânicas (Hidrocarbonetos, Alcoóis,
Fenol, Éter, Aldeídos, Cetonas, Ácidos Carboxílicos e Ésteres). Durante as aulas
foram realizados experimentos e atividades relacionadas aos conteúdos ministrados. Na
finalização do projeto a turma foi dividida em quatro equipes para realização de um
jogo ludo-educativo, envolvendo as funções orgânicas estudadas no decorrer das etapas
do projeto e, em seguida, fizeram-se a reaplicação do diagnóstico, utilizando novas
formas de questionar o que havia sido questionado anteriormente, com o objetivo de
verificar a aprendizagem da turma depois de concluídas as etapas do projeto.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a fase de diagnóstico, observou-se que o ensino tem assumido uma forma
pedagógica tradicional, e no que diz respeito à química, não tem se processado de
maneira diferente, acabando por não provocar a construção do conhecimento. Sendo
observado também que a turma da escola estudada apresentava um grande déficit de
aprendizado e demonstrava significativa rejeição, apatia, falta de motivação e
interesse pelas aulas da disciplina de química orgânica. No diagnóstico inicial cerca
de 57% dos alunos tinham concepção errônea dos assuntos da química orgânica.
Com aplicação das atividades planejadas foi possível observar o desenvolvimento dos
alunos em relação à assimilação dos conteúdos ministrados, o crescente interesse pela
disciplina e o satisfatório índice de acertos nas atividades propostas durante o
projeto. Em relação aos experimentos realizados, pode-se perceber que o objetivo de
despertar a atenção do alunado para a química do carbono e, conseguinte, a construção
dos conceitos abordados em sala de aula, foi alcançado. No desfecho do projeto, os
alunos foram reavaliados com o questionário, no qual 71% de respostas dadas estavam
corretas. Desta forma, confirmam-se as idéias de Pimenta (2005) que não existe uma
total oposição entre teoria e prática, mas uma ligação, em que o ideal é uma formação
baseada em ambas.
Além disso, foi notada maior motivação e interesse no preenchimento do referido
questionário, tornando perceptível que o trabalho desenvolvido contribuiu
efetivamente para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos da turma do 3º ano do
ensino médio da Escola Pe. Manoel de Paiva Neto e que as junções da teoria com as
atividades experimentais ligadas ao cotidiano melhoram a aprendizagem.

CONCLUSÕES: Através das atividades desenvolvidas no projeto “A Química do Carbono”, observou-se que
junto com a relação teoria e prática há uma necessidade de pensar a educação no
cotidiano, como modo de inclusão social de todo ser humano, para que haja a formação de
sujeitos históricos, compreensivos e críticos das realidades que lhe são postas.
Conforme Morais e Oliveira (2008), o cotidiano no ensino é uma importante referência no
processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, pode-se concluir que uma abordagem
teórico-prática garante um notório crescimento na aquisição de conhecimentos pelos
alunos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PIMENTA, Selma Garrido. A didática como mediação na construção da identidade do Professor: uma experiência de ensino e pesquisa na licenciatura. In: MARLI, E. D. A. et al. (Orgs.). Alternativas no ensino de didática. São Paulo: Papirus, 1997.

MORAIS, Eliana Marta Barbosa de; OLIVEIRA, Karla Annyelly Teixeira. Estágio supervisionado e práticas curriculares: os cursos de formação de professores de Geografia das Universidades Católica, Estadual e Federal de Goiás. In: CAVALCANTI, Lana de Souza. ET al. (Orgs). Temas geográficos. Goiânia: UFG/IESA, 2008.