TÍTULO: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DE QUÍMICA: CONTRIBUINDO COM A FORMAÇÃO CIDADÃ PARA A PRESERVAÇÃO DO PLANETA

AUTORES: RAMOS, G. DA C. (UEPA) ; SILVA, I. R. DA (UEPA)

RESUMO: Com o crescente desenvolvimento da sociedade em busca do “progresso” há
conseqüentemente, um aumento da degradação ambiental pela falta de visão de
responsabilidade ambiental, que pode ser minimizada com maiores informações
disseminadas nas escolas, sem que seja necessária a implantação de uma disciplina
especifica de educação ambiental, haja vista que a mesma pode ser trabalhada de forma
interdisciplinar. Partindo deste pressuposto, desenvolvemos uma oficina de reciclagem
de papel, com uma abordagem em educação ambiental, dando ênfase na sustentabilidade no
ensino de química, contribuindo para o desenvolvimento e exercício da cidadania.

PALAVRAS CHAVES: educação ambiental, ensino de química e cidadania

INTRODUÇÃO: Com base no capítulo VI, artigo 225 da Constituição Federal: “Todos tem o direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e á coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (MORARES, 2005,
p.204). Para que isso aconteça é necessário que cada indivíduo compreenda o seu
papel de cidadão, pois “a tomada de decisões nesses contextos não pode ser deixada
aos ‘especialistas’ mas tem de envolver políticos e cidadãos” (GIDDENS, 1999 apud
CASTRO & BAETA, 2008, p. 113). Para Lima (2008), no contexto de uma sociedade
avançada e insustentável faz-se necessária a compreensão da questão ambiental bem
como a inserção da educação nesse ponto. Sobre essa questão o parágrafo VI do artigo
225 da Constituição Federal concernente ao meio ambiente estabelece “promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para
preservação do meio ambiente” (MORARES, 2005, p.205). Neste sentido, a educação
ambiental não deve ser vista apenas como um conteúdo a ser trabalhada teoricamente de
forma abstrata na disciplina de química e sim como uma forma de informação e
conscientização da população visando à preservação do planeta através de ações
concretas. Dessa forma, este trabalho, por meio da reciclagem do papel, tem por
objetivo propor ações que poderão ser adotadas para amenizar os problemas causados ao
meio ambiente e contribuir para o desenvolvimento e exercício da cidadania.

MATERIAL E MÉTODOS: O desenvolvimento do projeto baseou-se em pesquisas de diversas literaturas onde
realizamos análises críticas e reflexivas de artigos científicos de periódicos
nacionais e livros com temas afins. Também encontramos embasamentos legais na
Constituição Federal Brasileira e na Legislação Brasileira do Meio Ambiente. Além da
aplicação de vinte questionários com os participantes da Oficina de Reciclagem de
Papel durante a segunda Semana do Meio Ambiente, cujo tema era Preservação do Meio
Ambiente e Sustentabilidade: Ação Integrada, uma parceria da Universidade do Estado
do Pará com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Miguel do Guamá. Durante a
oficina produzimos papel reciclado e a partir deste, confeccionamos objetos, dando-se
ênfase na composição química do papel, assim como nos benefícios que a reciclagem
trás para o meio ambiente. Esta pesquisa foi de grande valia, uma vez que
possibilitou um conhecimento amplo em relação à contribuição ambiental no ensino de
química para a formação cidadã.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após coletarmos os dados de vinte questionários aplicados aos participantes da
oficina, entre professores e alunos, realizamos estimativas percentuais e os
resultados foram os seguintes: 100% consideram o ensino de química importante no
processo de Educação Ambiental, deste a maioria 95% têm consciência de sua
responsabilidade ambiental. 100% dos participantes saíram com uma visão positiva da
oficina, pois a mesma desde então irá influenciar em suas ações. Logo, percebe-se a
contribuição deste evento com a cidadania, uma vez que para Ferreira (1993), a
cidadania não se resume apenas em possuir direitos e deveres, mas também está
relacionada a “aspectos psicossociais”, ou seja, como cidadão, o individuo não pode
deixar de contribuir com pensamentos críticos e atitudes plausíveis perante a sua
responsabilidade social. Em relação aos conhecimentos que poderão auxiliar na conduta
cidadã para a preservação do planeta, 5% responderam que adquiriram uma reeducação
para a preservação do meio ambiente, 35% disseram que a oficina auxiliará na prática
educativa, pois, repassarão o conhecimento adquirido aos alunos e demais pessoas, 30%
contribuirão com o meio ambiente através da reciclagem e 30% irão diminuir a
quantidade de resíduos lançada ao meio ambiente. Com isso a química pode ser um dos
viés para se trabalhar a educação ambiental nas escolas, ao fazer uma abordagem dos
impactos ambientais causados pelo despejos de resíduos na natureza, por exemplo,
buscando o desenvolvimento de um planeta sustentável já de acordo com a Lei 9.795 de
27/04/1999 “Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais (...) voltados para a
conservação do meio ambiente, (...) e sua sustentabilidade” (ROCCO, 2005, p.437).

CONCLUSÕES: Através da análise qualitativa do acervo e dos dados obtidos na aplicação dos
questionários podemos afirmar que, ao enfatizar a educação ambiental no ensino de
química, acentuamos a visão de responsabilidade ambiental ao introduzirmos nas aulas,
dentre outros, atividades que promovam ações sustentáveis, pois os alunos com maiores
informações a respeito de como preservar o meio ambiente, terão uma postura crítica com
relação ao uso indiscriminado de produtos, por exemplo, possibilitando um desempenho
satisfatório nas aulas de química.

AGRADECIMENTOS: Inicialmente agradecemos a Deus pela vida, a saúde e a força para prosseguir. Nossos
familiares que sempre nos deram apoio e aos amigos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CASTRO, R. de S. de. & BAETA, A. M. AUTONOMIA INTELECTUAL: Condição necessária para o exercício da cidadania. In LOUREIRO, C. F. B.; LAYRARGUES, P. P.& CASTRO, R. S. de (orgs.). EDUCAÇÃO AMBIENTAL: repensando o espaço da cidadania. 4 ed.São Paulo:Cortez,2008.

FERREIA, N. T. Cidadania: Uma questão para a educação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

LIMA, G. F. da C. CRISE AMBIENTAL, EDUCAÇÃO E CIDADANIA: Os desafios da sustentabilidade emancipatória. In LOUREIRO, C. F. B.; LAYRARGUES, P. P.& CASTRO, R. S. de (orgs.). EDUCAÇÃO AMBIENTAL: repensando o espaço da cidadania. 4 ed.São Paulo:Cortez,2008.

MORAES, A. de (org.). Constituição da Replublica Federativa do Brasil: De 5 de outubro de 1988.17ed.São Paulo: Atlas, 2001.

ROCCO, R.(org.).Legislação Brasileira do Meio Ambiente.2 ed.Rio de Janeiro:DP&A, 2005. In LOUREIRO, C. F. B.; LAYRARGUES, P. P.& CASTRO, R. S. de (orgs.). EDUCAÇÃO AMBIENTAL: repensando o espaço da cidadania. 4 ed.São Paulo:Cortez,2008.