TÍTULO: JOGOS QUÍMICOS PARA O ENSINO DE LIGAÇÕES QUÍMICAS: MEMÓRIA IÔNICA E TRINCA COVALENTE

AUTORES: QUEIROZ, V. B. (UFC) ; BRANDÃO, L. A. E (SEDUC - CE)

RESUMO: O trabalho em questão tem o objetivo de relatar uma atividade lúdica e não- tradicional aplicada na Escola de Ensino Médio Liceu de Messejana (Fortaleza - CE), com a proposta de aplicar dois jogos químicos criados a partir do conteúdo de Ligações Químicas. A metodologia utilizada partiu de revisão bibliográfica para criação dos jogos, aplicação da atividade em sala de aula e de um questionário sobre a dinâmica. Os jogos foram aplicados em turmas de 1º série do ensino médio. Com essa atividade foi possível discutir os principais conceitos de Ligações Químicas e avaliar o uso desta como meio de facilitação do aprendizado, servindo como estratégia pedagógica alternativa que agrega o lúdico ao conhecimento químico.

PALAVRAS CHAVES: jogos. ensino de química. ligações químicas.

INTRODUÇÃO: Os jogos no ensino de química surgem como uma ferramenta pedagógica importante, por caracterizar-se como uma atividade dinâmica, uma vez que os discentes vivem na “era digital” que possui a característica da velocidade das informações, eles já não querem receber o ensino escolar isolado do mundo que o cerca. Segundo os PCNs (1999), ‘‘ a Química não deve ser entendida como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim como uma construção da mente humana, em contínua mudança”.
O ato de brincar é uma das formas significativas de aprendizados durante a infância e até mesmo na fase adulta. O ser humano é capaz de explorar sempre o mundo a sua volta brincando. Segundo Soares (2008), “é importante buscar alternativas que realmente alcancem o aluno contemporâneo, algo que seja aberto aos interesses dos alunos, desenvolvendo sua energia e seu potencial de aprendizado”.
Por tudo isso, este trabalho tem como proposta a apresentação de dois jogos químicos que tratam de Ligações Químicas, no qual se empregou uma metodologia alternativa para se fazer uma abordagem dinâmica e interativa.

MATERIAL E MÉTODOS: O primeiro jogo confeccionado pelos autores do trabalho em questão denominou-se “Memória Iônica”, abordando especificamente ligações iônicas. Para confecção do jogo necessitou-se da seguinte metodologia: preparação de quatro cartazes, cada um com doze bolsas de EVA (figura 1), 48 cartas, sendo doze delas diferentes entre si e cada uma tendo quatro cópias no jogo, dividiu-se as doze em seis cátions e seis ânions. Em sala de aula, o professor anexou os cartazes na lousa, explicou as regras e dividiu a turma em seis equipes de alunos. O intuito deste, é que os alunos juntem as cartas em pares, buscando formar a ligação iônica, para isto necessita tirar do jogo uma carta cátion e outra ânion com o mesmo valor numérico de sinais opostos. Ganha o jogo aquela equipe que no término do jogo conseguir formar o maior número de compostos iônicos.
O segundo jogo preparado denominou-se “Trinca Covalente”, que aborda os conceitos de ligações covalentes. Para aplicação do jogo necessitou-se da seguinte metodologia: confecção de 48 cartas, sendo dezesseis moléculas diferentes representadas nas cartas, onde cada uma foi simbolizada de três maneiras diferentes, de acordo com sua fórmula estrutural, eletrônica ou de Lewis e molecular (figura 2). O objetivo deste é fazer com que os alunos juntem as cartas em trinca, unindo a mesma molécula das três fórmulas diferentes. Em sala de aula, o docente explicou as regras do jogo para os discentes, separando-os em seguida em um grupo de quatro a seis alunos, cada um ficava com seis cartas, o restante delas servia para formar o monte. O vencedor de cada grupo era aquele aluno que conseguia formar mais rápido as trincas com as suas cartas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Depois da aplicação dos jogos, os alunos responderam um questionário sobre a atividade. Com a análise das questões pode-se concluir que o jogo da Memória Iônica teve o seu objetivo reconhecido pelos discentes, pois segundo comentários de um deles, “o jogo ajuda a memorizar a formação de compostos iônicos”. Durante a aplicação deste jogo, o professor solicitou aos alunos que escrevessem na lousa como se dá a formação da ligação iônica com o par feito por eles, observando que muitos levaram poucos segundos para realizar tal tarefa, provando a eficácia da atividade.
Enquanto o jogo da Trinca Covalente, também através de comentários dos alunos, observou-se que estes souberam identificar o objetivo da atividade, diferenciar os três tipos de representar uma ligação covalente: fórmula molecular, estrutural e eletrônica.
Ainda no questionário, foi possível observar que os alunos não tiveram dificuldades nas regras dos jogos, uma vez que elas são fáceis de serem desenvolvidas. Por fim, pode-se concluir que os jogos contribuíram para os discentes entenderem melhor os conceitos de ligação iônica e covalente, bem como distingui-la, ajudando-os a memorizar e compreender o conteúdo.





CONCLUSÕES: Os jogos trabalhados mostrou-se uma ferramenta alternativa no ensino de ligações químicas, colocando os discentes numa aula em que eles são os protagonistas da dinâmica.
Com atividades desta natureza é possível observar um maior interesse dos alunos pela aula, pois estes jogos facilitam a compreensão do mundo microscópico, como as ligações, sendo inseridas no universo dos discentes. Enfim, este trabalho veio propor aos docentes de Química da educação básica que venham a partir deste construir novas metodologias de ensino, surgindo inclusive outros jogos de ligações.

AGRADECIMENTOS: À Escola de Ensino Médio Liceu de Mesejana pelo espaço concedido para realização deste trabalho e à SEDUC-CE.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PCN- Ensino Médio- Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília, Ministério da Educação/ Secretária de Educação Média e Tecnologia, 1999, p.69.
Soares, Márlon. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ex Libris, 2008.