TÍTULO: O USO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA

AUTORES: NONATO FILHO, R. (IFRN) ; FREITAS, E. N. (IFRN) ; SILVA, F. D. F. (IFRN) ; SILVA, J. T. (IFRN) ; LEITE, E. G. (IFRN)

RESUMO: No presente trabalho abordamos a importância do uso de situações-problema e da linguagem escrita no ensino da Química. O nosso propósito é apresentar e descrever a estratégia de ensino-aprendizagem nesta disciplina por meio de situações-problemas, aliando-a ao uso da linguagem escrita nas aulas. Esta pesquisa consiste em uma revisão bibliográfica baseada em Nuñes et al (2004), Queiroz (2001), Yew e Schinidt ( 2009), Pietrocola, Pinho Alves e Pinheiro (2003), Vilela, Amaral e Barbosa (s.d.). A partir desse levantamento bibliográfico, percebemos que os autores defendem o ensino de química baseado em situações-problema, como alternativa para desenvolver o raciocínio e habilidades do uso da linguagem escrita pelos alunos.

PALAVRAS CHAVES: situações-problema. linguagem escrita. química.

INTRODUÇÃO: O uso de situações-problema no ensino de ciências é uma temática que já vem sendo discutida há muito tempo e vem conseguindo alcançar resultados eficientes no ensino-aprendizagem dos mais variados conteúdos. Na literatura, podemos encontrar inúmeras metodologias de ensino na tentativa de fugir da velha maneira de lecionar que, na maioria das vezes, pode tornar as aulas cansativas e pouco proveitosas para o educando. É importante também destacar que o professor ou graduando de licenciatura deve ter pelo menos um mínimo de conhecimento necessário para aplicar este método, pois é necessário que os problemas sejam formulados e implementados de acordo com a realidade e a necessidade dos alunos.
As novas orientações das pesquisas em educação têm mostrado a importante contribuição do ensino por problema, que privilegia a análise da dimensão interativa dos processos de ensino-aprendizagem de ciências em situações reais de sala de aula. Neste trabalho, será discutida a importância de algumas técnicas e estratégias por problemas voltadas para o ensino de ciências. Para isso, faremos uma breve revisão da literatura no que diz respeito ao surgimento e ao uso dessa estratégia nas aulas de ciências e especificamente nas aulas de química. As discussões aqui tecidas baseiam-se em estudos de Nuñes et al (2004), Queiroz (2001), Yew e Schinidt ( 2009), Pietrocola, Pinho Alves e Pinheiro (2003), Vilela, Amaral e Barbosa (s.d.).


MATERIAL E MÉTODOS: O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, não detida a estudos de campo ou pesquisa documental. Nesse sentido, procedemos ao levantamento de estudos e pesquisas, que possam demonstrar a importância do uso de situações-problema como estratégia de ensino em ciências, focalizando especificamente a área de química. Além disso, procuramos relacionar essa estratégia com a necessária utilização da linguagem escrita como uma das ferramentas para se chegar à resolução dos problemas propostos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A aprendizagem por problemas não é nova: surgiu na America do Norte há quase trinta anos e hoje é utilizada em diversas áreas do conhecimento, como a química. Essa estratégia metodológica implica sempre trabalhar um conteúdo ou um conceito a partir de um problema, referente a uma questão acadêmica ou profissional sobre a qual os alunos têm que aprender mais (YEW; SCHINIDT, 2009). De acordo com Pietrocola, Pinho Alves e Pinheiro (2003), a produção do contexto da situação-problema deve possuir as seguintes características: ser percebido pelos alunos como um problema; estar adaptado ao nível de conhecimento dos alunos; ser suficientemente instigador para que os alunos sintam a necessidade de abordá-lo; ser exequível no intervalo de tempo disponível; ser passível de abordagens multidisciplinares; e, finalmente, ser percebido com alguma importância extraclasse.
Nessa perspectiva, Nuñes et al (2004) e Vilela, Amaral e Barbosa (s.d.) fazem uso dessa metodologia voltada para o nível médio e discutem o uso de estratégias por problemas nesta modalidade. Os autores apresentam as vantagens de se trabalhar a partir de situações-problema, além de exemplificarem com planos de aula como implementar tal estratégia em sala de aula. Nesse processo, a capacidade de escrever bem é extremamente importante (QUEIROZ, 2001). A estratégia de usar a escrita para descrever como ocorre um fenômeno ou o porquê de um cálculo ou de um problema, pode tornar o aprendizado mais eficiente tanto para estudantes da educação básica quanto superior. Assim, as situações-problema, aliadas à utilização da linguagem escrita como uma das ferramentas para resolvê-las, tornam-se viáveis e produtivas para o ensino-aprendizagem de química, porque mais motivadoras, significativas e formadoras de senso crítico.

CONCLUSÕES: Como vemos, ensino por problemas permite uma aprendizagem mais significativa e deve ser incorporado desde cedo na formação dos estudantes. Instigar o aluno a perceber fenômenos para além de fórmulas, cálculos, vislumbrando também as possibilidades de aplicá-los em suas vivências, permitirá a ele pesquisar, investigar, relacionar fatos, expressar-se nas modalidades oral e/ou escrita. Portanto, o uso de situações-problema incentiva o debate, a liberdade de ideias, o diálogo, a criatividade, contribuindo para o pensamento dialético e funcionando como fonte de desenvolvimento cognitivo.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NUÑES, I. B. et al. O uso de situações-problema no ensino de ciências. In: Nuñez, I. B.; Ramalho, B. L. (orgs.). Fundamentos do enisno-aprendizagem das ciências naturais e da
matemática: o novo ensino médio. Porto Alegre: Sulina, 2004. p. 145-171.
PIETROCOLA, M.; PINHO ALVES, J.; PINHEIRO, T. F. Prática interdisciplinar na formação disciplinar de professores de ciências. In: Investigações em ensino de ciências, vol.8, n.2, 2003. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/>. Acesso em: 20 mar. 2004.
QUEIROZ, S. L. A linguagem escrita nos cursos de graduação em química. Química nova, [S.l.], v. 24, n. 1, p. 143-146, 2001. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2001/vol24n1/23.pdf>. Acesso em: 10 set. 2010.
YEW, E.; SCHMIDT, H. Evidence for constructive, self-regulatory, and collaborative processes in problem-based learning. Advances in Health Sciences Education, 14(2), 2009, p. 251-273
VILELA, C. X.; AMARAL, E. M. R.; BARBOSA, R. M. N. O uso de situações-problema no ensino noturno de química. Disponível em: <http://www.fae.ufmg.br/abrapec/viempec/viempec/CR2/p880.pdf> Acesso em: Acesso em: 15 nov. 2010