TÍTULO: HISTÓRIA E REFORMAS CURRICULARES: A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

AUTORES: SILVA, A.L.M (UFS)

RESUMO: Os reflexos da prática educativa dos professores de química no ensino básico podem ser compreendidos a partir de uma análise histórica do ensino desta ciência e suas reformas curriculares. Com isso, a pesquisa direcionou a investigar a formação deste licenciado no Estado no âmbito da Universidade Federal de Sergipe com o olhar nas matrizes curriculares de 1991 e 2005. O desenvolvimento desta produção foi resultado de um exame de documentos oficiais (Leis, Pareceres e Resolução) e científicos (livros e artigos).Ao consultar os citados documentos foi possível compreender que as reformas curriculares foram importantes uma vez que o aumento do número de disciplinas voltadas à prática docente contribuiu para melhor atuação do professor na educação básica.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química - formação - prática docente

INTRODUÇÃO: Em face do volume pouco expressivo para o conhecimento da história da educação química em Sergipe, NASCIMENTO (2004, p.81) afirma que “a pesquisa e o ensino de Química não tem sido objeto de estudos sequer por parte dos pesquisadores que se dedicam a pesquisar a História da Educação e a História da Ciência”.Para as questões intrínsecas das atividades de ensino da Licenciatura em Química, DÓREA (2004, p.114) destaca que este curso “devia ter uma identidade própria, voltada para a formação de professores da química, formação densa e profunda em química”. Deste modo, os primeiros licenciados teriam características de um profissional muito mais científico, direcionado para os desdobramentos da ciência química em si, que conhecimentos teóricos e práticos de educação.Em acordo com as Diretrizes, a reformulação curricular de 1991, apresenta a introdução das disciplinas de instrumentalização para o ensino de química (I, II e III), as quais enfatizam Barreto (2004, p.129), que tal fato visou “problematizar o conhecimento químico, na tentativa de rompimento ou diminuição do abismo que parece existir entre o saber elaborado e o saber cotidiano”.Em razão das orientações da Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, o curso de química passou por uma nova reformulação com a finalidade de atender as exigências de duração de carga horária para os cursos de formação de professores da educação básica em ensino superior.Com a análise nas propostas de reforma curricular foi possível conhecer a prática docente do licenciado em química como reflexo do ensino de formação superior.Assim, o aumento das disciplinas de Estágio Supervisionado permitiu a cada formante uma vivência maior com a realidade escolar além da possibilitar o exercício de refletir a prática educativa.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia deste estudo caracterizou como básica, de natureza documental e bibliográfica. Entre os documentos analisados estão as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química; a Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, a qual estabelece a carga horária dos curso de licenciatura e as propostas curriculares dos anos de 1991 e 2005 compreendidas, respectivamente, na Resolução N.58/90/CONEP (Reformula os Currículos dos Cursos do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia) Resolução N.19/05/CONEP (Aprova o Projeto Pedagógico do Curso de Química habilitação Licenciatura e dá outras providências).
Quanto à análise bibliográfica, a pesquisa remeteu-se as publicações de BARRETO (2004); DÓREA (2004) e NASCIMENTO(2004).


RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises dos documentos e bibliografias permitiram confrontar as duas Matrizes Curriculares, 1991 e 2005, para observar os seus reflexos na prática docente em sala de aula. Deste modo, a matriz curricular de 1991 que somente apresentava uma disciplina de Prática de Ensino de Química fora determinante para a postura do licenciado, pois, os estudos bibliográficos demonstraram que as maiores dificuldades para o ensino de química direcionam para três categorias: falta de habilidade em contextualizar; o de não ter estudado o conteúdo na graduação; e de não saber a seqüência lógica dos conteúdos. Isto, permitiu com que alunos do ensino secundário tivessem sua aprendizagem comprometida por conta desta formação a que seu professor fora submetido.
Ao tratar da Matriz Curricular de 2005, a ação educativa de ensino-aprendizagem em sala de aula foi melhor compreendida pelos futuros professores no momento de cada uma das quatro disciplinas de Estágio Supervisionado e mais quatro disciplinas de Instrumentação para o Ensino de Química, as quais problematizam assuntos compreendidos no 9º Ano e nas três séries do Ensino Médio.



CONCLUSÕES: O conhecimento da história da ciência química no Estado de Sergipe propiciou analisar a formação inicial dos educadores em química a partir das reformas curriculares de 1991 e 2005, as quais objetivaram uma mudança no perfil do licenciado que era muito mais técnico do que propriamente uma formação voltada para o exercício da docência. Por fim, a formação de professores na Universidade Federal de Sergipe em química nos permitiu uma releitura da prática educativa em sala de aula em razão dos currículos acadêmicos, o que assim confere não julgar o ensino como uma falta do aluno ou do professor.

AGRADECIMENTOS: Agradeço as professoras Rosilene Pimentel e Anamaria Bueno pela orientação nesta pesquisa a qual é parte de um estudo no mestrado em História da Educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARRETO, Ledjane Silva; ALMEIDA, Luis Eduardo; JÚNIOR, Nivan Bezerra da Costa; ANDRADE, Djalma. Propondo um Novo Olhar para a Formação Inicial de Professores de Química. In: Cadernos UFS – Química e Educação/ Universidade Federal de Sergipe. Vol.6, Fasc. 2 – São Cristovão: UFS, 2004. p.127 – 143.
BRASIL/MEC.Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Química. Parecer No CNE/CES 1303/2001. Brasília: MEC, 2001. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1303.pdf > Acesso em 15/02/2011.
DÓREA, Haroldo Silveira. Química em Sergipe – Um Olhar para o Futuro a partir da Memória dos Últimos 20 Anos. In: Cadernos UFS – Química e Educação/ Universidade Federal de Sergipe. Vol.6, Fasc. 2 – São Cristovão: UFS, 2004. p.113 – 125.
NASCIMENTO, Jorge Carvalho do. Ensino, Pesquisa e Memória: Problemas Metodológicos para o Estudo da História da Pesquisa e do Ensino da Química em Sergipe (1923-1926). In: Cadernos UFS – Química e Educação/ Universidade Federal de Sergipe. Vol.6, Fasc. 2 – São Cristovão: UFS, 2004. p.77 – 96.
UFS.Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002.
UFS.Resolução N.58/90/CONEP, de 04 de dezembro de 1990.
UFS.Resolução N.19/05/CONEP, de 29 de julho de 2005.