TÍTULO: A ABORDAGEM DA INTERDISCIPLINARIDADE, CONTEXTUALIZAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO NOS LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA DO ENSINO MÉDIO

AUTORES: SILVA, A.M. (UECE) ; OLIVEIRA, H.R.S. (UECE)

RESUMO: A pesquisa foi feita por meio de questionários individuais distribuídos a três turmas de alunos do primeiro ano do Ensino Médio e a 6 professores, de diferentes colégios particulares e públicos de Fortaleza, através da análise realizada em três livros utilizados no sistema de ensino. Livro A (Universo da Química. Volume único. Bianchi, Albrecht e Daltamir. 2005). Livro B (Química para o ensino médio. Volume único. Eduardo Fleury Mortimer e Andréa Horta Machado. 2007). Livro C (Química geral. Ricardo Feltre. 2004). Tendo como ênfase a opinião de professores e alunos acerca dos livros analisados. A idéia principal ao propor essa analise é a de contribuir para o trabalho docente, levando os professores a exercitarem um olhar crítico e detalhado com relação ao livro didático.

PALAVRAS CHAVES: interdisciplinaridade, contextualização e experimentação

INTRODUÇÃO: Devido a sua grande influência no processo de ensino-aprendizagem o livro didático de química, apresenta importante papel no ensino formal e é a principal ferramenta utilizada por professores de ensino médio para planejarem e ministrarem suas aulas. Já para os alunos, o livro funciona como uma ferramenta que tem por objetivo maior norteá-lo na busca pelo saber cognitivo. Assim sendo, a escolha do livro didático deve ser feita de forma criteriosa, considerando diferentes aspectos relacionados à sua abordagem didática. E dentro desses aspectos ressalta-se aqueles que, talvez sejam os de maior expressividade, que contribuam para uma aprendizagem mais significativa do aluno dentro das temáticas abordadas no livro. Os parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio (PCNEM) reafirmam a contextualização e a interdisciplinaridade como eixos centrais organizadores das dinâmicas interativas no ensino de química, na abordagem de situações reais trazidas do cotidiano ou criadas na sala de aula por meio da experimentação. Assim sendo, quando essas 3 ferramentas agem de uma maneira integrada, para o tratamento conceitual no livro didático, acabam desvinculando o aprendizado da química daquela forma tradicional de ensino e organização do conhecimento, seja trazendo presente para o cotidiano do aluno, a química dos livros, seja fazendo uma associação temática entre diferentes disciplinas ou ainda através do despertar de um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. O professor se torna, portanto, fundamental no que diz respeito à escolha do livro didático, pois ele tem ao seu dispor uma grande variedade de livros disponíveis no mercado, devendo o mesmo avaliar os melhores parâmetros para se fazer uma boa escolha do livro que ele irá adotar.



MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi feita por meio de questionários individuais distribuídos a 3 turmas de alunos do primeiro ano do Ensino Médio e a 6 professores de diferentes escolas particulares e públicas, através da análise realizada em três livros usados no sistema de ensino. Livro A (Universo da Química. Vol. único. Bianchi, Albrecht e Daltamir. 2005). Livro B (Química para o ensino médio. Vol. único. Eduardo Fleury Mortimer e Andréa Horta Machado. 2007). Livro C (Química geral. Ricardo Feltre. 2004). O objetivo da metodologia adotada foi de obter dados com relação à presença, interpretação e compreensão dos aspectos analisados (contextualização, interdisciplinaridade, e experimentação), nos livros de química utilizados nas escolas. Trabalhou-se nas 3 escolas com um número fixo de 30 alunos por turma e professores que lecionam química no Ensino Médio. Cada livro foi analisado por 3 professores. A escolha de cada turma foi feita levando-se em consideração o bom desempenho coletivo na disciplina, uma vez que, na opinião dos professores as turmas selecionadas apresentavam um grande número de alunos que interagiam mais com o livro, possibilitando, portanto uma soma de resultados de maior confiabilidade. Os questionários foram realizados de tal forma que possibilitassem ao questionado ficar à vontade para assinalar o item que achasse mais coerente acerca do livro utilizado, podendo ainda, escrever de forma livre e informal sua opinião sobre o que estava sendo questionado. Foram distribuídos questionários para alunos e professores. Os questionários, que são constituídos de 8 perguntas, sendo 5 fechadas e 3 abertas, foram aplicados durante uma aula de 50 minutos.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os resultados apresentados, os 3 livros se mostram, de certa forma, deficientes no que diz respeito à interdisciplinaridade, sendo o menos deficiente o livro A (Figuras 1 e 2), pois além da discreta interdisciplinaridade, (16 alunos responderam que não consegue notar a interdisciplinaridade nos assunto do livro), existe no final do livro um anexo titulado “manual do professor”. De acordo com professores e alunos a interdisciplinaridade pode ser notada no assunto sobre gases, por exemplo, onde é abordada a questão do efeito estufa, relacionando-se os aspectos químicos presente no fenômeno, com a geografia. Segundo os professores, essa pouca interdisciplinaridade acaba conferindo ao livro um olhar muito químico dos assuntos, tornando o assunto de certa forma desinteressante para alguns alunos. Quanto à contextualização, o livro A também foi considerado como sendo bastante contextualizado. Na opinião de 20 dos 30 alunos que o analisaram, o livro apresenta aspectos contextualizados na maioria dos assuntos, já para 2 dos 3 professores que o analisaram, a contextualização é abordada com muita ênfase. No questionário foi perguntado aos alunos se os experimentos que são apresentados no livro didático são de fácil compreensão, se permitem ao aluno, compreender o processo químico que está ocorrendo, se ele consegue observar o resultado final e relacionar isso à teoria que foi vista no livro. Os alunos consideraram os livros A e B com apresentação dos experimentos de fácil compreensão. No entanto, o livro mostra-se deficiente com relação ao número de experimentos presentes no conteúdo (exatos 4 experimentos em todo o conteúdo abordado no 1º ano), essa foi uma deficiência apontada pelos 3 professores que o analisaram.





CONCLUSÕES: Considera-se que, a análise de livros didáticos é uma importante ferramenta para compreender os livros que os professores estão trabalhando no ensino médio na busca de um novo ensino e, que tem uma grande importância para a contribuição na melhoria do ensino-aprendizagem. É de grande importância que os resultados e as discussões oriundos deste trabalho não se encerrassem aqui. A idéia principal ao propô-lo era contribuir para o trabalho docente, levando os professores a exercitarem um olhar crítico e detalhado com relação ao livro didático.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. MEC. SEMTEC. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 2002.
CARVALHO, Antônio; RIBEIRO, José; DEUS, Ricardo; DINIZ, Victor; CARMO, Elizabeth. A Contextualização no Ensino de Química. Belém, 2002.
FAZENDA, Ivani. C.A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 6.ed. Campinas: Papirus, 2000.
MORTIMER, E. F; MACHADO, A. H; ROMANELLI, L. I. A proposta curricular do estado de Minas Gerais: Fundamentos e pressupostos, São Paulo, Química nova: v. 25, n. 2, p. 273-283, 2000.