TÍTULO: Utilização de dois novos indicadores naturais no ensino de ácido-base e ph

AUTORES: Moura, A.C. (UFAM) ; Costa, M.P. (UFAM) ; Araújo, T.M. (UFAM) ; Silva, M.C. (UFAM) ; Lemos, R.G. (UFAM)

RESUMO: Este trabalho apresenta dois novos indicadores naturais extraídos de folhas de plantas encontradas na Amazônia (Hortelã roxo e Saratudo) e que são utilizadas pelas populações ribeirinhas como plantas medicinais. Com objetivo de testar esses dois novos indicadores em laboratório para verificar a sua eficácia na identificação de pH. Foram retirados os extratos das plantas e adicionado em alguns produtos utilizados no cotidiano, observando-se mudança na coloração de acordo com a solução. Estes dois novos indicadores podem ser utilizados para o ensino de ácido-base e pH no ensino médio, facilitando a compreensão dos estudantes sobre esses temas abordados na área da Química.

PALAVRAS CHAVES: Indicador natural; ácido-base; ensino

INTRODUÇÃO: O ensino de química no nível médio é um desafio para muitos professores e alunos. Muitos estudantes chegam enfados com o ensino que tiveram e se deparam com professores insatisfeitos com as metodologias empregadas ao lecionar, além de outros fatores como: não conseguir alcançar os objetivos propostos na grade curricular de ensino, falta de motivação dos alunos, que consideram a química uma disciplina difícil e que exige muita memorização. É preciso que haja uma busca por parte do docente de metodologias diferentes para se trabalhar os conteúdos em sala de aula, como também de materiais que estimulem a aprendizagem dos alunos, muitas vezes materiais simples podem ser empregados no ensino. Com finalidade de trabalhar o conteúdo sobre pH, utilizou-se indicadores naturais: o hortelã roxo (Lamiaceae) e o saratudo (Malpighiaceae Byrsonima intermedia L.) que são utilizadas pelos ribeirinhos do Alto Solimões - Amazonas, como plantas medicinais no combate a inflamações e hemorragia e os mesmos foram testadas em produtos utilizados no cotidiano. “Estas plantas apresentam em sua composição antocianina, substância que muda sua estrutura quando se altera o pH do meio, e a cada alteração faz com que mude a coloração observada”( TERCI E ROSSI, 2002). Essas colorações podem ser observadas quando se adiciona extratos de algumas plantas em soluções ácidas e básicas, que podem ou não estarem diluídas em meio aquoso. Segundo Mateus et al (2009), as antocianinas são um grupo de pigmentos hidrossolúveis amplamente distribuídos no reino vegetal.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa foi realizada no Instituto de Natureza e Cultura – INC/Universidade Federal do Amazonas – UFAM localizado no Município de Benjamin Constant, AM. Onde foram testados os dois extratos obtidos das plantas: hortelã roxo (Lamiaceae) e o saratudo (Malpighiaceae Byrsonima intermedia L.). A aquisição dos extratos e os testes ocorreram da seguinte maneira: 1. A Hortelã roxo foi batido em liquidificador com água, resultando em um líquido de coloração violeta, que foi coado. E as folhas de Saratudo foram fervidas por 10 (dez) minutos, tornando o líquido em coloração escura. 2. Os líquidos obtidos foram transferidos para um Becker de 100 mL. 3. Os materiais utilizados no teste: suco de limão, vinagre, refrigerante, shampoo, creme dental, detergente, amoníaco e anti-ácido, foram colocados em beckeres de 100 mL. A cada recipiente, contendo os referidos materiais, foi adicionado 5 gotas de extrato. Resultando em diferentes colorações de acordo com o seu pH, medido com auxílio de indicador universal (papel tornassol).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos das plantas obtidos foram testados em produtos de uso doméstico e adquiriram diferentes colorações devido a variação de pH, essas colorações podem ser vistas nas figuras 1 e 2. “Tais mudanças de coloração são decorrentes da associação entre os corantes influenciados pela quantidade o tipo de antocianinas presentes no extrato” (TERCI E ROSSI, 2002). O extrato obtido da Hortelã Roxo apresentou coloração vermelha em solução ácida e coloração verde em meio básico, apresentado maior intensidade de cor em solução ácida. A solução de Saratudo, quando em meio ácido tornou-se laranja e marrom em básico, observando-se maior intensidade em solução básica. A tabela 1 mostra as colorações visualizadas, bem como a faixa de pH obtido dos indicadores em soluções, medido através de papel indicador universal tornassol, recomendado quando se deseja medir soluções coloridas, onde pode ocorrer mascaramento, sendo contornado por esse tipo de papel indicador, as colorações obtidas no papel indicador, serviram para estabelecer as medidas de pH dos extratos das plantas testados nas soluções do cotidiano. Tabela 1. Definição de pH para as cores resultantes dos indicadores Produtos pH Indicador hortelã roxo Indicador saratudo Limão 2,2 Vermelho rosado Laranja avermelhado Vinagre 3 vermelho Laranja Refrigerante 3 vermelho Laranja claro Shampoo 6 Rosa claro Marrom rosado Creme dental 7 Rosa claro Marrom Detergente 8 Verde claro Marrom Amoníaco 10 Verde Marrom alaranjado Anti-ácido 11 Verde claro Marrom alaranjado

CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, os extratos podem ser aplicados na identificação de soluções ácido-base, bem como na medida de pH, facilitando assim, a ligação dos conteúdos trabalhados com o cotidiano dos educandos, proporcionando-lhes maior interesse pela disciplina, e fortalecendo a tão importante missão de lecionar e mediar os conhecimentos. Portanto, esse trabalho contribui e amplia o conhecimento de novos indicadores naturais e correlaciona com o que estabelece os parâmetros curriculares nacionais.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Agradeço a professora Thaysa Nogueira de Moura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LEMOS, R.G.; PENAFORTE, G.S. Um Novo Indicador Natural ácido-base como Alternativa no Ensino de Química. 8º Simpósio Brasileiro de Educação Química, Natal-RN, 25 à 27 de julho de 2010. Disponível em: <http://www.abq.org.br/simpequi>. Acesso em: 15/05/2012 às 21:00 h. MATEUS, J. A. C., DAZA, H. J. C., HILARIÓN, J. M. N., PARADA, A. N. P., VALBUENA, R. L. R. Elaboración de papel indicador a base de extractosnaturales: uma alternativa fundamentada enexperiencias de laboratorio para elaprendizajedel concepto de pH. Rev, Eureka Enseñ. Divul. Cien. 2009, p. 302-314. SEABRA, S. O possível (e necessário) diálogo entre mídia e escola. Disponível em: <http://www.portalgens.com.br/baixararquivos/textos/0_possivel_e_necessario_dialogo_entre_midia_e_escola.pdf>. Acesso em: 15/07/2009 às 18:00 h. TERCI, D. B. L; ROSSI, A. V. Indicador Natural de pH: Usar Papel ou soluções? Química Nova. Vol.25, n. 4, p. 684-688, 2002.