TÍTULO: METODOLOGIA ALTERNATIVA: UM MÉTODO DE AUXILIAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E CONSCIENTIZAR NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS INGRESSOS DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

AUTORES: Silva Costa, A.M. (UESPI) ; de Sousa Passos, C.N. (UESPI) ; Chaves de Moraes, T.D. (UESPI) ; da Luz Júnior, G.E. (UESPI)

RESUMO: O presente artigo tem por finalidade discutir a aplicação de dois jogos didáticos e software no primeiro módulo do curso de Licenciatura Plena em Química da Universidade Estadual do Piauí - UESPI. Bem como levar em consideração o histórico de aprendizado dos alunos, no qual se aplicou as metodologias alternativas de ensino. Consequentemente pôde-se verificar, através de questionários, que a maioria dos graduandos possui deficiências advindas do nível médio e por isso, houve maior conscientização destes para o aprendizado dos tópicos do referido conteúdo e para a formação acadêmica dos mesmos.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Metodologias alternativas; Conscientização discente

INTRODUÇÃO: Ingressar na faculdade constitui-se motivação, curiosidade, medo do desconhecido na mente da maioria dos calouros de qualquer graduação. O estudante, na transição de nível médio a superior cria expectativas, por vezes, imaginárias a respeito do curso, das disciplinas. Especialmente nos anos iniciais, e para aqueles jovens que concluem o ensino médio e ingressam logo em seguida em um curso superior, a universidade tem um impacto que vai além da profissionalização (Almeida & Soares, 2003). Os que buscam cursar Química, seja Licenciatura ou Bacharelado, conhecendo ou não a diferença entre os dois níveis de graduação, acham que irão produzir ‘bombas’, passar a maioria do tempo dentro de um laboratório realizando experimentos, ou, que o curso irá corrigir as deficiências trazidas do ensino médio. Muitos se frustram ao iniciar o curso por desconhecerem tanto ao que se estuda na sua grade curricular ou não conseguem adaptar-se aos conteúdos devido a um ensino médio deficiente. Sendo esta, a maior dificuldade que os alunos encontram ao se deparar com a disciplina de Química Geral no ensino superior, o mau estudo dos conteúdos de Química no Nível Médio de Ensino. Uma proposta que contribui para a mudança desse ensino tradicional e por vezes ineficiente, é a utilização das metodologias alternativas. O uso dessas atividades no Ensino de Ciências ou de Química é recente tanto nacional como internacionalmente. Vários autores têm apresentado, por exemplo, os jogos, e destacado sua eficiência para despertar o interesse dos alunos pela Química. (SANTANNA, 2007). O objetivo deste trabalho de pesquisa visa à aplicação de jogos didáticos e softwares como meio de auxiliar no aprendizado de conteúdos da Química e, por conseguinte, diagnosticar possíveis falhas advindas do nível médio.

MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho configurou-se numa pesquisa experimental, onde foram analisadas metodologias de jogo didático e software, buscando conhecer as influências na aprendizagem dos alunos recém ingressos no curso de Química da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) em relação ao conteúdo Funções Inorgânicas e Estequiometria.Os materiais utilizados nos jogos estavam direcionados a dois tópicos do conteúdo Funções Inorgânicas: nomenclatura dos compostos (jogo I) e neutralização ácido-base (jogo II). E o software utilizado, voltava-se ao conteúdo Estequiometria. Abordando as Leis Ponderais.Antes de se aplicar os jogos foi feita uma pequena revisão do conteúdo para que os alunos pudessem entender os jogos, o mesmo processo foi feito com o software.Com relação ao jogo I, foi feito o seguinte procedimento: os alunos receberam caixinhas contendo os quadradinhos devidamente cortados, os quais continham diferentes cátions e ânions.Depois de feito isso, explicou-se como montar as fórmulas químicas e consequentemente o nome dos ácidos. O jogo II, referente ao conteúdo neutralização ácido-base, consistiu-se na confecção de quatro cartolinas e peças com nomes dos compostos, já prontos, no que se referia à reação em questão. A intenção de se colocar compostos já prontos e cortados em caixinhas, é que os alunos tivessem uma noção de mol. Com isso, também foi proposto aos alunos que formassem os produtos da reação e após isso, balanceassem a equação. Com relação ao software, procurou-se um simulador onde se mostrava a aplicabilidade das leis ponderais no cotidiano dos alunos, até para que se iniciasse o conteúdo de estequiometria, dando-os uma revisão com relação a leis. Realizado o processo foi respondido pelos alunos um questionário sobre suas expectativas e quanto as metodologias aplicadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando se perguntavam de suas expectativas com relação ao curso de Química, 18 dos 20 alunos entrevistados (90%) foram categóricos em afirmar que esperam assimilar ao máximo do conteúdo para que se tornem bons profissionais na área. Os outros, 5% acharam que estudar Licenciatura Plena em Química os colocaria numa posição melhor no mercado de trabalho, os outros 5% visam publicações científicas ou graduações maiores(Mestrado,Doutorado). Uma pesquisa realizada na Divisão de Assuntos Acadêmicos da Uespi - DAA revelou que o número de alunos oriundos de escola pública que ingressaram no curso de Licenciatura Plena em Química, nos anos de 2010 e 2011 é maior do que os de escola particular de ensino. Parte dos dados constatados pela pesquisa dizem respeito aos que disputam a vaga de ampla concorrência. Somado a estes, existem os cotitas, que são exclusivos de escola pública de ensino e com isso, aumentam em quantidade do número de ingressos no curso. (PESQUISA-DAA, 2012). No que se refere a alunos matriculados, nos anos citados anteriormente, verificou-se um aumento de 18% do primeiro semestre para o segundo e de menos de 1% para o ano seguinte. Alunos com matrícula cancelada diminuíram em 16,66%, e a taxa de desistentes caiu em torno de 40%. Disso percebe-se que o corpo discente oriundo de escola pública está se dedicando à formação acadêmica. Mas, ainda pode-se verificar nesta pesquisa, que o número de concludentes oriundos de escolas públicas constitui-se fator preocupante. Mesmo com um número significativo de ingressos a cada ano e todo empenho verificado, percebe-se uma dificuldade no aprendizado das principais disciplinas do curso, visto a diminuição do número de alunos concludentes, apenas 25% se formaram no ano de 2011, ou seja, 04 alunos.

CONCLUSÕES: Com a aplicação da metodologia e posterior avaliação dos alunos através do questionário no primeiro bloco de Química da UESPI, constatou-se que as metodologias aplicadas obtiveram aceitação considerável visto a necessidade destes alunos, primeiro aprenderem alguns conteúdos deficientes ao longo de sua trajetória escolar em nível fundamental e médio e da conscientização destes em melhorar como educadores. Fazendo com que estes acadêmicos sempre procurem exercer seus papéis de educadores baseando-se no significativo aprendizado de seus futuros alunos,melhorando o processo de ensino aprendizagem.

AGRADECIMENTOS: Primeiramente a Deus pela vida e aprendizado cotidiano.A nossa família e colegas acadêmicos e a professora Graça Ciríaco pelo apoio contínuo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FERREIRA, M. O. G. ; DIAS, I. C. ; OLIVEIRA, M. L. de. Química encantada: aplicação de uma metodologia alternativa no ensino de química. Disponível em: <http:// www. Uespi.br/.../QUIMICA%20ENCANTADA%20-...>. Acesso em: 14.out.2011. OLIVEIRA, A. M. de. Tese de mestrado: concepções alternativas de estudantes de ensino médio sobre ácidos e bases: um estudo de caso. Disponível em: < http:// www. Lume. Urfgs.br/bitstream/handle/10183/.../000656392.pdf?...1/>. Acesso em: 16.out.2011. OLIVEIRA, L. S; SANTOS, J. A. dos; SILVA, P. B. da; PEREIRA, M. A. T. ; Dias, A. C. G.; WOTTRICH, S. Hastenpflug; OLIVEIRA, A. Machado. Adaptação à universidade em jovens calouros. Disponível em:< http:// www.scielo.br/pdf/pee/v12n1/v12n1a13.pdf>. Acesso em 25. Mar. 2012. SANTANA, E. M. de. A influência das atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Disponível em:<http://www. Senepet.cefetmg.br/galerias/arquivos.../TerxaTema1Artigo4.pdf>. Acesso em: 15 de out. 2011. SOARES, A. P., Almeida, L. A., Diniz, A. M., & Guisande, M. A. (2006). Modelo multidimensional de ajustamento de jovens ao contexto universitário (MMAU): Estudo com estudantes de ciências e tecnologias versus ciências sociais e humanas. Análise Psicológica, 1(XXIV), 15-27. WANDERLEY, K. A.; BARROS, M. E. de S. B.; OLIVEIRA, L. S. Para Gostar de Química: um estudo das motivações e interesses dos alunos da oitava série do ensino fundamental sobre química. Resultados Preliminares. Disponível em:< http: // www. ufpe.br/cap/images/aplicacao/T93.pdf>. Acesso em: 16.out.2011.