TÍTULO: A EVASÃO DE ALUNOS NO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DO IFPI – CAMPUS TERESINA/CENTRAL

AUTORES: Oliveira de Sousa, T. (IFPE) ; Batista da Costa, F. (IFPI) ; Alves Carvalho da Silva, R. (IFPI)

RESUMO: A evasão no Ensino Superior é um problema crescente no Brasil, principalmente em cursos com baixa concorrência. Ainda assim, são poucos os estudos sobre o assunto. O presente trabalho consiste em um estudo da evasão no curso de licenciatura em Química do IFPI–Campus Teresina Central. Foram aplicados questionários para alunos desistentes, para calouros, para alunos que pretendem concluir o curso e para egressos. Dentre as principais causas de evasão apontadas no estudo está a migração para outros cursos mais valorizados, uso do curso como preparação para vestibulares, dificuldades para acompanhar as disciplinas. Os alunos que persistem no curso se disseram satisfeitos e os egressos em geral estão encaminhados profissionalmente, seguindo a carreira do magistério e/ou em pós-graduações.

PALAVRAS CHAVES: Evasão; Licenciatura em Química; IFPI

INTRODUÇÃO: No Brasil, vivencia-se um período de crescimento acelerado no número de cursos e alunos no ensino superior. No entanto, apesar do maior número de ingressantes, o abandono ou trancamento de matrículas nas universidades é também um fenômeno em expansão (GHIZONI & TELES, 2005; MAGALHÃES & REDIVO, 1998; MERCURI & POLYDORO, 2004; PALMA et al., 2005). Além disso, são raríssimas as IES brasileiras que possuem um programa institucional profissionalizado de combate à evasão, com planejamento de ações, acompanhamento de resultados e coleta de experiências bem sucedidas (SILVA FILHO et al.; 2007). As pesquisas sobre evasão no Brasil se tornaram mais freqüentes a partir de 1995, quando foi constituída a Comissão Especial de Estudos sobre Evasão, através de Portaria SESu/MEC, com o objetivo de desenvolver um estudo, sobre o desempenho das Instituições Federais de Ensino Superior. (VELOSO & ALMEIDA, 2010). Esse tema tem sido estudado e analisado, principalmente nos países de primeiro mundo, e tem demonstrado não só a universalidade do fenômeno como também a relativa homogeneidade de seu comportamento, apesar das diferenças que existem entre as instituições de ensino e das particularidades sócio-econômico-culturais de cada país. A evasão de alunos das universidades brasileiras ainda não foi tratada com o rigor analítico necessários ao seu entendimento. A tendência dos estudos sobre evasão, de um modo geral, é a de orientar-se pelo dimensionamento ou quantificação da evasão, havendo poucos estudos que tratem, qualitativamente, a questão (RIBEIRO, 1996). É Importante saber a razão pela qual o aluno abandona seu curso

MATERIAL E MÉTODOS: O presente trabalho caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo que segundo Lakatos e Marconi (2008) “é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema” As etapas para a realização da pesquisa foram: revisão bibliográfica; definição do universo da pesquisa; definição da população-referência; levantamento de dados; análise dos dados à luz do referencial teórico e conclusões. A revisão bibliográfica se deu antes da pesquisa de campo, para se tomar conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado, bem como durante toda a pesquisa de campo visando elucidar alguns questionamentos que apareceram ao longo do trabalho. A pesquisa foi destinada aos alunos que abandonaram o curso de Licenciatura em Química do IFPI (independente da turma), aos que estão cursando atualmente (2010), aos que estão formados (nos anos 2005 a 2009) e aos alunos calouros (2010.1) com o objetivo de investigar a evasão existente no curso de Licenciatura em Química do IFPI. Para isso foi preparado quatro tipos de questionários com perguntas qualitativas e quantitativas (Tipo A – Aplicado a 26 alunos que abandonaram o curso, Tipo B – Aplicado a 16 alunos calouros, Tipo C – Aplicado a 16 alunos que atualmente estão cursando, Tipo D – Aplicado a 15 alunos já formados). O questionário destinou-se a investigar como se dá a evasão no curso de Licenciatura em Química do IFPI, mas precisamente as causas citadas pelos alunos, diagnosticar as perspectivas dos alunos calouros do curso de Licenciatura em Química do IFPI, verificar a imagem que os alunos de licenciatura em química fazem do curso, sondar as perspectivas destes alunos acerca de sua permanência no curso e fazer um levantamento sobre os rumos profissionais dos egressos do curso.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos alunos que abandonaram o curso de Licenciatura em Química do IFPI, a maioria foi aprovada em outros vestibulares, sendo este um dos principais motivos para a evasão e razão pela qual não se mostram arrependidos de o terem abandonado. Segundo eles, outro motivo relevante é que a evasão é fruto da desmotivação, pois o IFPI, juntamente com a coordenação de Química deveriam no início no curso apontar as vantagens e desvantagens da Lic. em Química e sobre a carreira profissional do licenciado, através de palestras com profissionais da área. Apontam ainda que o vestibular para este curso se torna atrativo devido a uma concorrência baixa e que o fazem apenas para dar satisfação aos pais. Os alunos calouros, diferentemente dos outros alunos veteranos, ingressaram no curso pelo ENEM, provenientes, em sua maioria, de escolas da rede pública de ensino. A maior parte relata que pretende concluir o curso, embora tenha sido aprovada em outras IES, porém não quer seguir a profissão de professor, apesar de este ser o principal objetivo do IFPI. Dentre os alunos que estão cursando atualmente o curso de Lic. em Química do IFPI, muitos defendem que a instituição oferece cursos que qualidade. Tendo como expectativas profissionais a aprovação em concurso, seguida de ingressos em pós- graduações, como mestrado e doutorado.

CONCLUSÕES: Muitos foram os motivos apontados para evasão, mas, apesar dela, o curso corresponde inteiramente as expectativas de uma parcela significativa de alunos que está bastante satisfeita com o curso de Lic. em Química do IFPI. Dentre os alunos que se formaram em Lic. em Química pelo IFPI, a afinidade com a disciplina e a qualidade do IFPI superam os demais obstáculos. Todos os alunos já estão encaminhados profissionalmente, a maioria já foi aprovada em concursos efetivos para professor, o que mostra que o objetivo da instituição, apesar das dificuldades apontadas, está sendo atingido.

AGRADECIMENTOS: Agradeço a todos os professores e alunos do curso de química do IFPI, que colaboraram na realização deste trabalho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GHIZONI, L. D.; TELES, M. M. R.; Escolha e re-escolha profissional: um estudo sobre estudantes universitários noturnos. EM M. C. P. LASSANCE, A. C. MAGALHÃES, M. O.; REDIVO, A.; Re-opção de curso e maturidade vocacional. Revista da ABOP, 2, 7-28. 1998. MERCURI, E.; POLYDORO, S. A. J.; O compromisso com o curso no processo de permanência/evasão no Ensino Superior: algumas contribuições. Em E. MERCURI & S. A. J. POLYDORO (Orgs.). Estudante universitário: características e experiências de formação. (pp.219-236). Taubaté, SP: Cabral. 2004. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A.; Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. PALMA, A. M. P. V., PALMA, S. P. V. & BRANCALEONI, A. P. L.; Prevenção à evasão no ensino superior: necessária implementação de orientação profissional a graduandos em desligamento. EM M. C. P. LASSANCE, A. C. PARADISO, M. P. BARDAGI, M. SPARTA & S. L. FRISCHENBRUDER (Orgs.). Intervenção e compromisso social – Orientação profissional teoria e técnica. (pp. 303-317). São Paulo, SP: Vetor. 2005. RIBEIRO, C.; As causas da evasão universitária. Anais do I Encontro Setorial dos cursos de Graduação da UNESP, 1996. SILVA FILHO, R. L. L.; MOTEJUBAS, P. R.; HIPÓLITO, O.; LOBO, M. B. C. M.; A evasão no ensino superior brasileiro. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 641-659, set./dez, 2007. VELOSO, T. C. M. A.; ALMEIDA, E. P.; Evasão nos cursos de graduação da universidade federal de mato grosso, campus universitário de Cuiabá – um processo de exclusão. Disponível em < www.anped.org.br/reunioes/24/T1142041450508.doc> Acessada em Março de 2010.