TÍTULO: Competências e Habilidades no Ensino de Química Sob o Contexto do Novo ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio)

AUTORES: Silva, A.M. (UECE) ; Silva, E.A. (UECE)

RESUMO: A contextualização no Ensino de Química através das competências e habilidades constitui um fator muito importante na atual condição. O educando deve desenvolver competências para compreender fenômenos, dominar linguagens, construir argumentação, elaborar propostas. A atual abordagem do ENEM pretende uma reorganização curricular e estrutural do Ensino Médio, refém de conteúdos ditados por vestibulares e de dinâmicas distantes da necessidade dos alunos. A metodologia utilizada nesta pesquisa baseou-se em questionários preenchidos por alunos de escolas, das redes estaduais e particulares de ensino, do município de Cascavel-CE, além de entrevistas realizadas com professores e diretores dessas escolas.

PALAVRAS CHAVES: competência e habilidade; ENEM; ensino de química

INTRODUÇÃO: O processo ensino-aprendizagem pressupõe que o educador seja autêntico, capaz e humilde, sabendo utilizar suas habilidades, conhecimentos, atitudes e competências em prol de auxiliar o educando em sua aprendizagem. Desde os primórdios o homem sempre levantou questionamentos quanto ao mundo que o cerca. Na atualidade, o ensino exige muito mais do que a preparação do aluno para processos seletivos, pois educar consiste em despertar no ser humano a capacidade de desenvolver habilidades e competências para que o indivíduo se adapte a realidade do mundo globalizado, que inclui a preparação para a vida social, para o mercado de trabalho que se encontra cada vez mais competitivo. Quanto à Química, nas escolas particulares mais conhecidas existem turmas em que alunos são preparados para olimpíadas internacionais que abordam conteúdos de nível superior em suas provas, enquanto que algumas escolas públicas não ministram nem os conteúdos básicos que são indicados pelas OCNs (Orientações Curriculares Nacionais) e PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). O principal objetivo do ENEM é avaliar o desempenho do aluno ao término da escolaridade básica, para aferir desenvolvimento de competências fundamentais ao exercício pleno da cidadania. Desde a sua concepção, porém, o Exame foi pensado também como modalidade alternativa ou complementar aos exames de acesso aos cursos profissionalizantes pós-médio e ao ensino superior (SANTOS 2006). A concepção atual do ENEM visa unificar o processo seletivo das instituições federais, mas muitos aspectos devem ser analisados: Será que socialmente não irá excluir os estudantes das classes sociais mais pobres?

MATERIAL E MÉTODOS: Consistiu em preenchimento de questionário aplicado a alunos e professores do ensino médio do 3º ano das Escolas de Educação Profissional Edson Queiroz que é uma instituição pública estadual de ensino e do Colégio Cascavelense que pertence à Organização Educacional Bessa LTDA, ambas situadas no município de Cascavel-CE. A Pesquisa na instituição Pública foi realizada com alunos das turmas do 3º ano dos cursos de Enfermagem e Informática que ressaltaram a importância de aulas mais dinâmicas para uma melhor aprendizagem da química, além de questionarem a importância de aulas de laboratório, ressaltando que elas existiam nos primeiros e segundos anos, mas deixaram de existir. Através de diálogos em sala de aula da escola pública foi possível constatar que os alunos têm dificuldade em aprender os conteúdos devido à falta de entendimento da química básica ministrada no primeiro ano. Eles apresentam dificuldades na ligação do símbolo do elemento químico na tabela periódica e seu nome. A maioria deles não sabe fazer a configuração eletrônica dos elementos e muitos não sabem distinguir uma substância simples de composta. Na escola particular foi preenchido um questionário onde os alunos cobraram mais dinamicidade nas aulas e a presença de aulas de laboratório. Com base nos dados obtidos foram elaborados gráficos baseados na faixa etária dos alunos pesquisados, dos conhecimentos prévios que eles apresentavam em relação às questões do ENEM e a disciplina de Química, dos conteúdos que foram trabalhados nas duas séries iniciais do ensino médio, além das perspectivas acadêmicas e profissionais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos ao serem questionados se sabiam como a Química era cobrada na prova do ENEM, a maioria deles (85%) disse que não. Dos 15% que responderam sim, tinham algumas noções de que as questões são sempre contextualizadas com conhecimentos de outras disciplinas e que na prova são cobradas questões de análise gráfica. Quanto aos conteúdos de química que são cobrados na prova do ENEM, a maioria (52%) respondeu que tinha conhecimento de como essa disciplina é abordada, citando que as questões são baseadas em aplicações do conhecimento de química no cotidiano de maneira contextualizada e que o nível de algumas questões é elevado e que exigem mais discernimento crítico por parte do aluno e que são cobradas questões envolvendo termoquímica, tabela periódica, química orgânica, soluções, química ambiental e química do cotidiano. Alguns alunos ressaltaram que o ensino de química é muito teórico, e que seria mais fácil aprender com aplicação na prática e que essas práticas deveriam ser elaboradas visando às questões do ENEM. Foi apontado também que as aulas de química são cansativas e o aluno acaba se desligando da aula. Eles cobram também dos professores aulas mais dinâmicas, pois apontam também que a química se torna chata devido à ausência de dinamicidade. Quanto aos conteúdos curriculares, o Colégio Cascavelense trabalha com conteúdos de Química Geral; Inorgânica e introdução à Química Orgânica no primeiro ano; Química Orgânica e introdução à físico-química no segundo; Físico-química e revisão de química geral e inorgânica no terceiro. Segundo professores, essa distribuição torna mais viável a aprendizagem, além disso, está em conformidade com as OCNEM. Quanto à faixa etária dos alunos, a maioria deles está compreendida entre 17 e 18 anos.

SIMPEQUI 2012 - Gráfico 7

O gráfico mostra os conteúdos trabalhados em Química nos primeiros e segundos anos da Escola Pública pesquisada.

SIMPEQUI 2012 - Gráfico 8

O gráfico mostra os alunos que apresentam informações da cobrança dos conceitos de química no ENEM

CONCLUSÕES: Constata-se que muitos alunos, professores e gestores ainda apresentam dúvidas quanto a abordagem da química na prova do ENEM, cabendo a todos buscarem mais informações, pois o ensino tradicional da química conteudista ainda continua, sendo que atualmente é necessário uma contextualização maior. Quanto ao governo federal, cabe instruir melhor os educadores quanto à dinâmica do atual ENEM, pois muitas dúvidas ainda persistem, e não houve uma intensa discussão social e educacional quanto a substituição dos vestibulares tradicionais pela prova do ENEM.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHASSOT, Attico. A educação no ensino da química. 3. ed. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 2003. MACHADO, Nilson José. Interdisciplinaridade e contextuação: ENEM Concepção teórico metodológica. Brasília: Ed. INEP/MEC, 2005. RICARDO, E.C. Competências, interdisciplinaridade e contextualização: dos Parâmetros Curriculares Nacionais a uma compreensão para o ensino de ciências. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2005. 305 p. Disponível em: <http://www.ppgect.ufsc.br/teses/01/tese.pdf>.Acesso em: 03 jul. 2010. SANTOS, S. M. O. Critérios para avaliação de livros didáticos de Química para o Ensino Médio. 2006. 233f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) – Instituto de Química e Instituto de Física, Universidade de Brasília, Brasília. SOUSA, Marina. O que o estudante pode esperar do ENEM 2010. Disponível em: < http://www.enem.inep.gov.br >. Acesso em: 01 jun. 2011.