TÍTULO: Indicadores da alfabetização cientifica no ensino de química em escolas públicas da zona sul da cidade de Teresina-PI.

AUTORES: Araújo.b, F. (IFPI) ; Silva.a, F.C. (IFPI)

RESUMO: Com o objetivo de verificar a alfabetização científica dos discentes, foi realizada uma pesquisa em três escolas públicas da cidade de Teresina-PI por meio da aplicação de um questionário subjetivo abordando diversos aspectos da Química a respeito da relação teoria e aplicabilidade dos conteúdos, assuntos de maior interesse e a trilogia Ciência, Tecnologia e Sociedade. Verificou-se que os alunos da escola C apresentaram um conhecimento significativo sobre os itens abordados identificando sua alfabetização científica.

PALAVRAS CHAVES: alfabetização científica; quimica; ensino

INTRODUÇÃO: Alfabetizar não consiste em repetir palavras e teorias, mas explicar a teoria com suas próprias palavras de acordo com Auler (2001). Por isso abordagens diferenciadas sobre o conteúdo de química enriquecem e dinamizam o entendimento a respeito dos assuntos favorecendo a alfabetização científica e a formação para cidadania. A análise da alfabetização científica dos discentes teve como indicadores a compreensão das teorias químicas e suas aplicações no cotidiano, os conteúdos de maior interesse, e a relação CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). O estudo mostrou que o ensino de química na escola C destacou-se mostrando indicios da alfabetização cientifica.

MATERIAL E MÉTODOS: O público-alvo envolveu alunos do 3º ano do Ensino Médio de três escolas públicas da zona sul de Teresina: Unidade Escolar Padre Antônio José do Rêgo (A); Unidade Escolar Monsenhor Cícero Portela Nunes (B); Unidade Escolar Estado de São Paulo (C). O instrumento utilizado foi um questionário subjetivo aplicado nos meses de outubro e novembro de 2011. A sondagem do nível de alfabetização científica dos discentes no que se refere à compreensão: da aplicação dos conteúdos ao cotidiano; assuntos que despertam maior interesse e da relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A relação feita pelos alunos entre os conteúdos de Química e o cotidiano evidenciou que a maioria dos discentes compreendiam que os conteúdos abordados nas aulas de Química estão direcionados para a explicação dos fenômenos do cotidiano, sendo esse percentual mais acentuado na escola C. A respeito da frequência das respostas fundamentadas sobre a compreensão da relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade. A maioria abordou a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias pelas Ciências, do esclarecimento à população sobre termos técnicos e o funcionamento destas tecnologias. Os conteúdos mencionados como presentes no cotidiano em sua maioria abrangeu separação de misturas, soluções, termoquímica, eletroquímica e hidrocarbonetos. A eletroquímica foi bastante citada, relacionada ao assunto pilhas e baterias. Um entendimento bem fundamentado pode desenvolver nos alunos uma maior consciência quanto ao destino desses materiais. Os alunos que tiveram maior interesse pela temática de funções orgânicas na sua maioria fizeram referência aos sabões e ao biodiesel. A abordagem do biodiesel tem grande potencial como tema gerador de aulas contextualizadas no ensino de Química, podendo ser um meio para ligar as reações orgânicas ao dia-a-dia. Em termoquímica os alunos citaram o conteúdo calórico indicado em embalagens de alimentos. Chassot et al (2005) afirma que equívocos são cometidos pela ANVISA ao recomendar a utilização nas embalagens desses produtos valores calóricos em Kcal (quilocaloria) referidos a uma dieta diária de 2500 cal (calorias), gerando assim confusão de unidades, o que foi percebido por incoerências na expressão desses termos pelos alunos nas suas respostas. Estes indicadores refletem a visão crítica dos alunos sobre os conhecimentos quimicos.

CONCLUSÕES: Este tipo de discussão é importante para traçar o perfil da qualidade do ensino de Química nas escolas públicas relacionada a alfabetização cientifica. Desta forma a alfabetização científica deve ser encarada como a necessidade da aquisição do mínimo de conhecimento científico para exercer direitos na sociedade moderna e compreender os fenômenos, construindo um futuro mais limpo e sustentável. Os alunos da escola C destacaram-se apresentando respostas significativas e contextualizadas de acordo com os conhecimentos químicos favorecendo a construção de uma geração alfabetizada cientificamente.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. AULER, Décio; DELIZOICOV, Demétrio. Alfabetização científico-tecnológica para quê? ENSAIO – Pesquisa em Educação em Ciências, vol.3 n.1. Junho, 2003. 2. AULER, Décio; BAZZO, Walter Antônio. Reflexões para a Implantação do Movimento CTS no Contexto Educacional Brasileiro. Ciência & Educação, v.7, n.1, p.1-13, 2001. 3. CHASSOT, Attico; VENQUIARUTO, Luciana Dornelles e DALLAGO, Rogério Marcos. De Olho nos Rótulos: Compreendendo a Unidade Caloria. Química Nova na Escola, vol. 21, p. 10-13, 2005.