TÍTULO: Como estão as Orientações com a Segurança na Realização das Atividades Experimentais?

AUTORES: Carvalho, R.B.F. (UFPI) ; Ataíde, M.C.E.S. (UFPI)

RESUMO: A implantação de laboratórios de ensino na escola da educação básica requer alguns critérios, entre eles os cuidados básicos com a segurança de alunos e professores e o planejamento de atividades que considerem o número de alunos que irão trabalhar nas atividades. O nosso objetivo é avaliar os riscos na realização das atividades experimentais, a partir das análises de alguns roteiros de experimentos disponíveis na internet. Após a análise dos dados, observamos que todos os roteiros analisados apresentam informações insuficientes sobre segurança nos laboratórios durante a realização dos experimentos.

PALAVRAS CHAVES: Atividades Experimentais; Ensino de Química; Segurança

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a experimentação vem sendo intensamente debatida entre pesquisadores de diversas áreas, sendo foco de diversas publicações na literatura brasileira, e geralmente é apontada como um recurso importante no desenvolvimento de saberes conceituais, procedimentais e atitudinais (GALIAZZI et al, 2001; SILVA; MACHADO, 2008a; OLIVEIRA, 2010; CARVALHO, 2011). Nas Universidades, o desenvolvimento de atividades experimentais influenciou e influência a mais de um século as experimentações desenvolvidas nas escolas (GALIAZZI et al, 2001). Tais atividades são desenvolvidas no decorrer da formação de professores e aplicadas pelos mesmos no ensino básico como uma ferramenta de aprendizagem, mesmo que desconheçam suas contribuições. De acordo com Machado e Mól (2008a) “O experimento didático deve privilegiar o caráter investigativo, favorecendo a compreensão das relações conceituais da disciplina”. (MACHADO; MÓL, 2008b, p. 57). Nesta perspectiva os experimentos devem apresentar diferentes objetivos, como “demonstrar um fenômeno, ilustrar um princípio teórico, coletar dados, testar hipótese, desenvolver habilidade de observação ou medidas, adquirir familiaridade com aparatos, entre outros” (FERREIRA et al, 2010, p. 101). Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os riscos na realização das atividades experimentais baseados em alguns roteiros disponíveis na internet.

MATERIAL E MÉTODOS: De acordo com o objetivo da pesquisa, foi necessária a busca de diversos roteiros de atividades experimentais disponibilizados na internet por ser acessíveis a professores e alunos. Outra justificativa para a escolha dos roteiros se deu por tratar-se de um material que professores e alunos utilizam para seguir rigorosamente nas realizações dos experimentos. No Quadro 1, estão listados os roteiros analisados, aos quais, foram atribuídos códigos de referência como forma de facilitar a identificação no momento de discussão dos resultados coletados. O Quadro 1 apresenta a listagem de todos os roteiros analisados em ordem crescente de nível de escolaridade, estes apresentam-se entre 6° ano antiga 7ª série até a 2ª série do ensino médio. A análise dos roteiros foi baseada na avaliação dos riscos encontrados na realização das atividades experimentais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da análise dos roteiros das atividades experimentais, observamos que a grande maioria dos roteiros analisados não apresenta informações sobre segurança, alerta para os cuidados de manipulação de materiais, cuidados como o preparo ou armazenamento de soluções. Os roteiros R3, R4, R7, R8, R13 e R16 apresentam atividades envolvendo a utilização de ácido e bases, tais como: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, hidróxido de amônia e hidróxido de sódio, entretanto, em nenhum dos roteiros acima retrata a utilização de equipamentos de proteção individual como: jaleco (avental), óculos de proteção ou luvas, e somente o R3 comenta sobre a utilização da capela no preparo de soluções. É importante destacar que tais substâncias apresentam efeitos corrosivos, tóxicos, além de nocivo quando ingerido, inalado e pode ser absorvido pela pele. Algumas atividades experimentais trazem instrumentos com grande poder de corte e perfuração, por exemplo, nos roteiros R5 e R6, respectivamente, são indicados seringas e bisturis como materiais necessários para o desenvolvimento de atividades. Acreditamos que muitos dos conceitos sobre segurança não abordados nos roteiros analisados devem ser sustentados nas informações abordadas no roteiro R2, que é apresentando na primeira aula laboratorial, esse apresenta noções elementares de segurança como: indumentária, hábitos individuais, regra gerais de trabalho no laboratório de química, atitudes individuais com ácidos e com bicos de gás, descarte de sólidos, manuseio e cuidados com frascos de reagentes, aparelhagem, equipamentos e vidrarias de laboratório e equipamentos básicos de laboratório, entretanto, tais informações são abordadas de forma bem limitada, exceto equipamentos básicos de laboratório.





CONCLUSÕES: Nessa pesquisa pudemos observar a partir da análise dos roteiros que muitos desses não apresentam informações sobre segurança para alunos e professores, alerta para os cuidados de manipulação de materiais ou cuidados com o preparo e armazenamento de soluções. Os roteiros de atividades experimentais analisados quando apresentam informações sobre segurança, estas são insuficientes para o tipo de trabalho sugerido.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Universidade Federal do Piauí pela a infraestrutura disponível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, R. B. F. Propostas de gerenciamento de resíduos nas atividades experimentais em uma escola da rede privada de teresina. 2011. 59 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena em Química) - Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal do Piauí, Teresina. FERREIRA, L. H.; HARTWING, D. R.; OLIVEIRA, R. C. Ensino experimental de química: uma abordagem investigativa contextualizada. Química Nova na Escola. v.32, n.2, p.101-106, 2010. GALIAZZI, M. C.; ROCHA, J. M. B.; SCHMITZ, L. C.; SOUZA, M. L.; GIESTA, S.; GONÇALVES, F. P. Objetivos das atividades experimentais no ensino médio: a pesquisa coletiva como modo de formação de professores de ciências. Ciência & Educação, v.7, n.2, p.249-263, 2001. MACHADO, P. F. L.; MÓL, G. S. Resíduos e rejeitos de aulas experimentais: o que fazer? Química Nova na Escola (Impresso). v.29, p.38-41, 2008a. MACHADO, P. F. L.; MÓL, G. S. Experimentando com segurança. Química Nova na Escola (Impresso). v.27, p.57-60, 2008b. OLIVEIRA, J. R. S. Contribuição e abordagens das atividades experimentais no ensino de ciências: reunindo elementos para a prática docente. Acta Scientiae. v.12, n.1, p.139-153, 2010. SILVA, R.R.; MACHADO, P.F.L. Experimentação no ensino médio de química: a necessária busca da consciência ético-ambiental no uso e descarte de produtos químicos – um estudo decaso. Ciência e Educação. v.14, n.2, p.233-249, 2008.