TÍTULO: CONCEPÇÕES DE ALUNOS E PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DE TERESINA-PI ACERCA DO USO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA AS AULAS DE QUÍMICA

AUTORES: Lima Cavalcante da Silva, D.M. (IFPI) ; Andrade Pinheiro, E.E. (IFPI) ; Oliveira de Sousa, T. (IFSERTAOPE) ; Evangelista Macedo, G.M. (IFPI) ; Soares das Neves, R. (IFPI) ; Carvalho Alves da Silva, R. (IFPI)

RESUMO: O ensino-aprendizagem de Química enfrenta dificuldades no que se refere aos conteúdos e a associação destes com o dia-a-dia, a partir disso procurou-se conhecer através de questionários, como os professores utilizam os recursos didáticos nas aulas e se esses recursos conseguem dinamizá-las, melhorando os rendimentos de seus alunos. Este trabalho mostrou que os professores ainda estão ligados ao tradicionalismo (livros e do pincel) e que os alunos gostam de aulas dinâmicas usando métodos inovadores, pois segundo eles, dessa forma seus rendimentos aumentam. Por meio de recursos como o atomlig e experimentos para aborda o conteúdo em sala de aula, verificou-se que os alunos possuíam êxito perante os conteúdos e conseguiam desenvolver, requisitos necessários para uma prática social e critica.

PALAVRAS CHAVES: Recursos didáticos; atomlig; experimentos

INTRODUÇÃO: Um dos grandes aliados para que os professores desempenhem um bom trabalho são os recursos didáticos. Que muitas vezes são práticas pedagógicas inovadoras, que funcionam como mediadores e facilitadores do ensino-aprendizagem dos alunos em qualquer disciplina, inclusive a Química (SANTOS, 2007). É necessário que o professor desperte o interesse dos alunos para sua disciplina e a Química por ser uma disciplina de caráter experimental, muitas vezes imaginária, necessita de bons recursos didáticos para despertar nos alunos uma realidade, que na maioria das vezes, é desconhecida por eles (ALMEIDA & PRADO, 2030). Para isso, pode-se utilizar recursos como o experimentos (com materiais alternativos) e atomlig (montagem de moléculas). Estes recursos podem vir a sanar o tradicionalismo que está arraigado na educação (GOULART, 2004). A falta de recursos inovadores torna o seu ensino tradicionalista e monótono, o que colabora para uma visão distorcida e sem relação com o cotidiano dos alunos (COOL, 2004). Ao utilizar esses recursos em sala de aula, o aluno passa a desenvolver seu senso crítico, a refletir sobre os conteúdos abordados e a compreender mais a disciplina. O professor deve então, saber utilizar esses recursos no objetivo de facilitar a aprendizagem de seus alunos (FRANÇA, 2005). Este trabalho tem como objetivo investigar, tanto na visão dos alunos como na visão dos professores, a utilização dos experimentos e atomlig como recursos didáticos em sala de aula, visando facilitar o ensino-aprendizagem dos conteúdos de Química para alunos do ensino médio.

MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa foi realizada em três escolas localizadas na região central de Teresina-PI que foram a Unidade Escolar João Clímaco D’Almeida, Unidade Escolar Gabriel Ferreira e no Colégio Estadual Zacarias de Góis, durante os meses de Abril e Maio de 2011. Os grupos estudados foram os professores de Química destas escolas e os seus respectivos alunos. Dispusemos de 8 professores de Química e 50 alunos distribuídos entres essas três escolas. A pesquisa foi realizada com o investigador presente durante todo o processo, observando tanto os alunos e professores bem como suas aulas. Esta pesquisa apresenta um caráter diagnóstico. Houve aplicação de questionários para ambos os grupos a fim de coletar informações a cerca da utilização de experimentos e atomlig como recursos didáticos pelos professores. Os dados foram analisados com bastante atenção para resultados fiéis e mostrados em forma de porcentagem. Dentre outras perguntas, indagou-se, aos alunos e professores, se a escola dispunha de Atomlig (montagem de moléculas) e/ou materiais para realização de experimentos, se os professores os utilizam como recursos tecnológicos e quais os resultados obtidos nas aulas quando há a utilização desses recursos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os questionários aplicados mostraram que 75% dos professores não utilizavam esses tipos de recursos inovadores (atomlig e experimentos). Segundo eles, nas escolas, não há laboratórios ou materiais que possibilitam a realização de experimentos. Também, afirmam que possuem, há muito tempo, a mesma didática (quadro, pincel e livros) e que os alunos assimilam sem grandes dificuldades os conteúdos. Isso aponta que as suas formações acadêmicas ainda estão alicerçadas no tradicionalismo usando livros, quadro e pincel. Os outros 25% afirmaram que apesar das dificuldades, utilizam Atomlig (montagem de moléculas) e experimentos em suas aulas. Apenas uma das escolas possui laboratório e todas possuem Atomlig (montagem de moléculas), doados pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Porém, mesmo a com presença do Atomlig nas escolas, os professores afirmam que é difícil usá-los em sala, porque o numero de alunos é alto. Os professores dizem que são mais trabalhosas as aulas com esses tipos de recursos, pois requerem um maior planejamento e disposição de materiais. Porém, reconhecem que os resultados são favoráveis, pois os alunos participam mais das aulas, compreendem os conceitos, visualizam a interdisciplinaridade e a relação com o cotidiano. Quando os alunos foram indagados sobre a utilização desses tipos de recursos pelos seus professores de Química, cerca de 72% dos alunos afirmaram que seus professores não dispõe destes recursos didáticos. Onde nestas aulas há apenas uso do quadro, pincel, livros. Os outros 28% dos alunos afirmaram que tiveram pelo menos uma aula com Atomlig ou experimento. Na visão destes, estas aulas são mais interessantes, pois facilitam a aprendizagem, tornam a disciplina mais concreta e melhoram o rendimento escolar.

CONCLUSÕES: Concluiu-se com este trabalho, que apesar da existência de experimentos e atomlig que podem ser utilizados como recursos didáticos inovadores, a maioria dos professores (75%) não se sentem motivados em utilizá-los, seja pela dificuldade de planejamento ou por acreditarem que suas didáticas são suficientes. Demonstrando que ainda estão apegados ao modo tradicional de ensino, usando como recursos didáticos apenas o livro, o quadro e o pincel. E apesar dos professores entenderem que os alunos melhoram sua aprendizagem com a fuga de aulas tradicionais, estes não tentam novas estratégias de ensino. Em contrapartida, os alunos preferem aulas mais atrativas e dinâmicas, preenchendo as lacunas deixadas pelas aulas expositivas.

AGRADECIMENTOS: À CAPES pelo apoio financeiro através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e ao Instituto Federal do Piauí-IFPI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GOULART, I.B, Psicologia da Educação, 13ª ed., editora Vozes Ltda, Rio de Janeiro, 2007. COOL, Cesar et al . Desenvolvimento, Psicologia e Educação Escolar. Vol. 2. 2ª ed. Artmed. Porto Alegre, 2004 SANTOS, W. L. P; Contextualização no Ensino de Ciências por Meio de Temas CTS em uma Perspectiva Crítica. Revista ciência & ensino, Campinas, v. 1, nº especial, p. 24-36, novembro. 2007. ALMEIDA, E. B. A; PRADO, M. E. B; Criando Situações de Aprendizagem. Colaborativa. In: Congresso Workshop de Informática na Escola, IX, 2003, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2003. p. 53-60. FRANÇA, A. A; A Contextualização no Ensino de Química: Visão dos Professores da Cidade de Sete Lagoas/MG. Belo Horizonte, 2005. 35 p.