TÍTULO: ATÉ QUE PONTO A UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS PODE SER EFICAZ NA COMPREENSÃO DO ENSINO DAS FUNÇÕES INORGÂNICAS?

AUTORES: Passos, C.N.S. (UESPI) ; Silva, J.S. (UESPI) ; Santos, L.G.T. (UESPI) ; Moraes, T.D.C. (UESPI) ; Costa, A.M.S. (UESPI)

RESUMO: O presente artigo está fundamentado na pesquisa de comparação entre uma aula ministrada com jogos didáticos e outra com a aula tradicional de ensino. Por meio de questionários e conseqüente análise da turma e da escola, foi possível supor quais fatores puderam contribuir para o não sucesso dos jogos didáticos e concluir que o resultado negativo das aplicações é uma questão multifatorial.

PALAVRAS CHAVES: jogos didáticos; aula tradicional; resultado negativo

INTRODUÇÃO: A Química é uma disciplina na qual há necessidade do interesse do aluno para compreensão de seus conteúdos. Aliado a isso, o professor precisa adaptar-se a uma nova metodologia alternativa, ou seja, criar situações e condições que sejam favoráveis não só para melhor assimilação do conteúdo, mas sair da esfera tradicional de ensino. O jogo didático poderá ser eficaz na ajuda da assimilação dos tópicos e pode ser um poderoso auxiliador no processo de ensino- aprendizagem. Os jogos didáticos adaptados ao ensino de química podem ter grande influência na aprendizagem dos conteúdos relacionados à disciplina, no sentido de incentivar e facilitar. (DIAS, I. C.; FERREIRA, M. O. G.; OLIVEIRA, M. L. de, 2009, p. 3). Mas, o jogo didático somente obterá respostas positivas se houver boa integração entre: professor, aluno, escola, família, sociedade; há autores que levam a questão até da contemporaneidade, constituindo-se um processo multifatorial. Acredita-se que o ambiente familiar estável e afetivo contribui positivamente para o bom desempenho da criança na escola, embora não garanta o seu sucesso, uma vez que este depende de outros fatores que não exclusivamente os familiares (ORSI, M. J. S, 2002). O objetivo desta pesquisa frente à aplicação da metodologia alternativa, no caso o jogo didático, e posterior verificação dos resultados, visam à análise do aprendizado que o método da aula alternativa possa trazer a esse discente em relação ao aprendizado que ele teria se estivesse assistindo a uma aula tradicional. E mostrar, que somente o jogo didático não é fator predominante para o aprendizado desse aluno, pois o interesse desse discente constitui-se de uma problemática multifatorial.

MATERIAL E MÉTODOS: A abordagem desse projeto está centrada na identificação de fatores que possam vir a ser melhorados, depois de identificados, através da aplicação de jogos didáticos em duas turmas da escola Premen Sul, na cidade de Teresina-Pi. Os resultados são avaliados quantitativamente, através de questionários com perguntas de múltipla escolha, aplicadas aos alunos, sujeitos da pesquisa. Realizou-se a pesquisa com alunos do Ensino Médio-Técnico da referida escola, em que foi escolhido um grupo experimental, no qual foi aplicado o ensino de química através do jogo didático e um grupo controle, baseado na aula tradicional de ensino, onde foram feitas comparações após a aplicação do método alternativo no método experimental. No final das aulas, realizou-se a aplicação de um questionário contendo 05 questões de múltipla escolha, feita para um universo de até 20 alunos, onde foi analisado o número de acertos através de porcentagens. O questionário era o mesmo, tanto para aula tradicional, quanto para a aula com o jogo didático, para fins comparativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com as aplicações das metodologias e posterior avaliação dos alunos através de questionários na escola pública Premen Sul, percebeu-se que tanto a metodologia alternativa, quanto aquela ministrada tradicionalmente teve resultados quase equitativos em relação à assimilação dos conteúdos e conseqüente aprendizagem destes. Não adiantam colocarem jogos que melhorem o entendimento de alguns conteúdos, em específico, o de funções inorgânicas, se o ambiente escolar e social não contribui para uma formação de educação escolar e familiar dos educandos. A escola visitada não proporcionava aos discentes uma estrutura física de segurança, os alunos transitavam sem hora definida pelos corredores, sem a mínima disciplina e até em aulas ministradas em sala. Outro fator que contribuiu para o não sucesso de um desenvolvimento eficaz das metodologias alternativas foi que, segundo os alunos e professores estagiários que ali trabalhavam, não houve aulas de química suficientes durante o ano letivo. Na turma do 1° ano de radiologia, em que foi aplicado o jogo didático, referente ao tópico nomenclatura dos compostos inorgânicos, dos 17 alunos em que se ministrou a aula, das cinco questões, que compunham o questionário, 10 alunos acertaram 3 questões (60% do questionário), 6 acertaram 4 questões (80% do questionário), e 1 acertou 2 questões referente à (40% do questionário). Nesta mesma turma que agora se constitui aula tradicional, e sobre outro conteúdo: neutralização ácido-base, no universo de 25 alunos que ali estavam, 06 deles erram todas as questões, 13 acertaram 3 questões correspondente a 60% do questionário; 5 alunos acertaram 2 questões, 40% do questionário; e 1 aluno acertou 1 questão do questionário correspondendo a 20% deste.

CONCLUSÕES: A atividade relacionada à visita feita aos alunos da escola Premen Sul, na cidade de Teresina, teve como resultado à má aceitação da disciplina com relação aos alunos, tanto no que tange ao jogo didático como a aula tradicional. Em quase totalidade da turma, foi notório, o desinteresse, a má assimilação do conteúdo e conseqüente, a má compreensão deste. Através de questionários pode-se notar que os acertos e erros advindos tanto jogo quanto da aula tradicional eram quase equiparados, não havendo melhora no aprendizado com a aplicação do jogo didático.

AGRADECIMENTOS: agradecemos primeiramente a Deus, e todos que acreditaram em nosso trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMAZONAS, M. C. L. A., Damasceno, P. R., Terto, L. BRASIL, Ministério da educação, Orientações Curriculares para o ensino médio, vol. 2 Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2008. CARVALHO, H. W. P. de; BATISTA, A. P. de L; RIBEIRO, C. M. Ensino e aprendizado de química na perspectiva dinâmico interativa. Disponível em: <http: // www.if.ufrgs.br/eenci/artigos/Artigo_ID45/v2_n3_a2007.pdf>. Acesso em: 16.out.2011. DESSEN, M. A.; POLONIA, A. da C. A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano. Disponível em < www.scielo.br/paideia> Acesso em: 16. 01. 2011. FERREIRA, M. O. G. ; DIAS, I. C. ; OLIVEIRA, M. L. de. Química Encantada: Aplicação de uma metodologia alternativa no ensino de Química. Disponível em: <http: //www. Uespi.br/.../QUIMICA%20ENCANTADA%20-...>. Acesso em: 14.out.2011. M. S., & Silva, R. R. (2003). Arranjos familiares de crianças de camadas populares. Psicologia em Estudo, 8(especial), 11-20. Petrópolis, RJ: Vozes. Rego, T. C. (2003). Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de singularidades. WANDERLEY, K. A; SOUSA, D. J. P.; BARROS, M. E. de S. B.; OLIVEIRA, L. S.; SANTOS, J. A. dos; SILVA, P. B. da; SOUZA, A. M. A. de. Para Gostar de Química: um estudo das motivações e interesses dos alunos da oitava série do ensino fundamental sobre química. Resultados Preliminares. Disponível em:<http: // www.ufpe.br/cap/images/aplicacao/T93.pdf>. Acesso em: 16.out.2011.