TÍTULO: Determinação das características físicas e físico-químicas do tamindo (Tamarindus indica L) na cidade de Caxias-MA

AUTORES: Gonçalves, I.L. (UEMA) ; Aguiar, D.M. (UEMA) ; Miranda, F.A.A. (UEMA)

RESUMO: Estudamos a caracterização física e físico-química do fruto in-natura do tamarindeiro (Tamarindus indica L.) no município de Caxias-MA. Em onze matrizes foram analisadas casca, polpa, semente e fibra da polpa, com métodos comparativos e instrumentais. As medidas físicas, em média: peso de 16,65 g, espessura, largura e comprimento, respectivamente, com 1,68 cm, 2,74 cm e 10,12 cm; 50,02 sementes de 0,870 g por fruto; 23,510 % de casca, 50,958% de polpa, 24,747% de semente e 2,059% de fibra da polpa. Na análise físico-química: sólidos totais com média 60,727%, sólidos solúveis, 48,666%, sólidos insolúveis, 12,061%); pH próximo de 2,12 e acidez titulável, perto de 1,55%.

PALAVRAS CHAVES: Tamarindo; características; Caxias-MA

INTRODUÇÃO: O comércio e a industrialização de frutas é uma atividade praticada em todas as partes do mundo. Obtidas em atividades extrativistas ou cultivadas em grandes pomares, as frutas são bastante apreciadas em diferentes formas de consumo. O Brasil é um país privilegiado por sua diversidade de clima e solo, garantindo uma produção de frutas bastante diversificada, sendo um dos principais produtores e exportadores de várias espécies frutíferas nativas e exóticas ainda não aproveitadas em todo seu potencial (CÁCERES, 2003). Entre as variedades de frutas no Brasil está o tamarindo, ou tamarino, um fruto muito apreciado no Norte e Nordeste, principalmente para produção de sucos e doces. De acordo com Vasconcellos e Menezes (2003), no Brasil acha-se pouco explorado, uma vez que existe pouco aproveitamento tecnológico da parte comestível do fruto e quase nenhum estudo direcionado a sua caracterização. Portanto este trabalho visa o estudo da caracterização física e físico-química do fruto in-natura do tamarindeiro (Tamarindus indica L.) no município de Caxias-MA, contribuindo com o desenvolvimento da área de pesquisa físico-química e formação de banco de dados para trabalhos futuros e, ainda, disponibilização de resultados à comunidade.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de tamarindo foram coletas na zona urbana de Caxias-MA nos setembro a outubro, totalizando onze matrizes, identificadas de t1 a t11 cada. Para análise física consideramos: o peso em gramas; comprimento, largura, espessura em centímetros; rendimento percentual para casca, polpa, semente e fibra da polpa, pela comparação dos pesos do fruto e de suas partes, e número de sementes no fruto. Para análise físico-química abordamos: teor de umidade para casca, polpa e semente por comparação dos seus pesos e respectivos pesos secos, obtidos com amostras de cada parte levadas ao microondas a potência e tempo que as conservassem e, em seguida, à estufa a 120° por até 20 horas e após ao dessecador de 15 a 20 minutos; sólidos totais, com o mesmo procedimento para teor de umidade; sólidos solúveis e sólidos insolúveis, somente da polpa, onde uma quantidades foi pesada dissolvida e filtrada a vácuo em papel filtro, sendo este e o filtrado levados à estufa a 125 °C até secarem completamente e depois ao dessecador e, em seguida, pesados; acidez titulável, determinada com solução de hidróxido de sódio com indicador fenolftaleína, e pH analisado por pHmetro digital.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O peso médio de t1 a t11 variou de 8,76 a 23,20 gramas, com média 16,65 gramas, distanciando na maioria de Silva et al (2000), mas próximo de Sousa (2008) e Alves et al. (1993). A espessura esteve entre 1,52 e 2,00 centímetros, próximo dos valores de Sousa (2008), e média 1,68 centímetros. A largura, variou de 2,32 a 3,36 centímetros. As sementes apareceram de 2,80 a 6,00 por fruto e média 5,02, como comenta Donadio et al. (1988), pesando de 0,60 a 1,32 gramas, mais que em Sousa (2008) e média geral 0,87 gramas. O rendimento percentual de t1 a t11 para casca variou de 15,926% a 30,578% com média de 23,088%, longe dos 30% de Silva et al. (2000). A semente teve média percentual entre 14,723% e 35,394% e média 24,747 muito menor que Silva et al. (2000). A polpa teve média 50,958%, maior que os 30% de Silva et al. (2000), variando de 44,678% a 63,283%. A fibra da polpa teve médias de 0,756% a 3,671% para as matrizes e média geral 2,059%. Na polpa das amostras os sólidos totais apareceram de 53,123% a 69,657% com média 60,727%, sólidos solúveis entre 41,426% e 58,535% com média 48,666%, sólidos insolúveis de 8,685% a 17,510% com média 12,061%. A variação nos sólidos totais tabém foi observado por Sousa (2008). O pH de t3 e t7 se aproximam de 2,71 apresentado por Sousa (2008) e de 2,8 por Ribeiro et al. (2007). As demais amostras apresentaram menores valores, inesperados, pois menor percentual de sólidos solúveis poderia elevar o pH. Quanto à acidez titulável, os valores estão próximos à média 1,58% citado por Sousa (2008) para a maioria das amostras, com t1, t9 e t11 maiores.

CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o Tamarindo da região de Caxias-MA apresenta: peso de 16,65 g distribuído em 1,68 cm de espessura, 2,74 cm de largura e 10,12 cm de comprimento; rendimento de 23,510% para casca, 50,958% para polpa, 24,747% para semente e 2,059% de fibra da polpa e 50,2 semente que pesam 0,870 g; teor de umidade de 6,230%, 39,273%, e 4,810% para casca, polpa e semente, respectivamente; polpa com sólidos totais, sólidos insolúveis e sólidos solúveis totais com, respectivamente, 60,727%, 12,061% e 48,666%; pH 2,13 e acidez titulável de 1,78%.

AGRADECIMENTOS: Departamento de Química e Biologia do CESC/UEMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALVES, R. E.; MENEZEZS, J. B.; HOLLAND, N; CHITARRA, A. B.; CHITARRA, M. I. F. 1993. Tamarindo (Tamarindus indica L.): caracterização pós-colheita do fruto procedente de clima semi-árido do nordeste. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v15, n. 1, p199-204. CÁCERES, M. C. 2003. Estudo do processamento e avaliação da estabilidade do blend misto a base da polpa de tamarindo (Tamarindus indica L) e suco de beterraba (Beta vulgaris). 124 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Estadual de Campinas, Capinas, PR. DONADIO, L. C.; NACHTIGAL, J. C.; SACRAMENTO, C. K. 1988. Frutas exóticas. Jaboticabal: FUNEP, 279 P. RIBEIRO, R. A.; QUEIROZ, M. G. M. N.; SANTOS, C. P.; BRAZ, F. S.; SOUZA, T. S.; MEDONÇA, T. T. 2007. Extração de pectina a partir do tamarindo (Tamarindus indica). 30ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química SILVA, L. M. M.; MATOS, V. P.; PEREIRA, D. D.; LIMA, A. A. 2000. Morfologia de frutos, sementes e plântulas de Luetzelburgia auriculata (Fr. All) Ducke (pau-serrote) e Pterogyne nitens Tul (madeira-nova-dobrejo) – Leguminosae. Revista Brasileira de sementes, Brasilia, DF, v. 17. SOUSA, D. M. M. 2008. Estudo morfo-fisiológico e conservação de frutos e sementes de Tamarindus indica L. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Universidade Federal da Paraíba – Centro de Ciências Agrárias, Areia. 90 f. VASCONCELLOS, B. M de, MENEZES, H. C. de, 2003. Caracterização do tamarindo (Tamarindus indica L.) e estudo da extração e estabilidade da polpa. XI Congresso Interno de Iniciação Científica da UNICAMP, UNICAMP, Capinas, PR.