TÍTULO: SUPERAR OBSTÁCULOS: O GRANDE DESAFIO PARA MELHORAR O ENSINO DE QUÍMICA DAS ESCOLAS DE NÍVEL FUNDAMENTAL

AUTORES: Lima, J.O.G. (UECE/FAEC) ; Barbosa, L.K.A. (CEJA LUÍS BEZERRA)

RESUMO: Este trabalho teve por objetivo estudar a problemática enfrentada pelos alunos do nono ano do Ensino Fundamental na assimilação dos conteúdos de Química. Para fundamentar a discussão, analisamos os resultados obtidos nas respostas dadas a um questionário aplicado a estudantes do nono ano de uma Escola Pública do município de Crateús-CE. A partir das respostas dos alunos, observamos que a Escola, juntamente com o professor, deve superar a dicotomia entre discurso e prática, buscando mecanismos que sejam capazes de incentivar e motivar os alunos para o estudo da Química. Somente dessa forma, será possível vencer desafios e obstáculos que impedem a melhoria do ensino de Química desenvolvido atualmente nas Escolas Públicas de Nível Fundamental.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; Química; Ensino Fundamental

INTRODUÇÃO: Algumas disciplinas, entre elas a Química, são incorporadas à matriz curricular das escolas tão somente a partir do nono ano do Ensino Fundamental (FRACALANZA et al., 1986). É sabido que grande parte dos alunos desse nível de ensino encontra dificuldades em compreender e dominar os conteúdos da disciplina em questão. No entanto, este não é o único fator que contribui para o fracasso dos alunos nos estudos da Química. A estrutura escolar e o desempenho do professor são fundamentais para o desenvolvimento dos mesmos (OLIVEIRA, 2007). É no nono ano que o estudante tem os primeiros contatos com o conhecimento químico tratado enquanto ciência. Como disciplina, sua carga horária anual é dividida com a Física. No entanto, alguns pesquisadores afirmam que a Química deveria ser tratada durante todas as quatro últimas séries do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998). Como a maior parte das Ciências, a Química necessita do desenvolvimento de um raciocínio próprio para a sua compreensão, pois, enquanto Ciência, ela tem por objetivos conhecer, discutir e interpretar os fenômenos que transformam os diferentes tipos de matéria ou substâncias, provocados pelas interações que ocorrem entre as partículas que as constituem (ASTOLFI, 1995). Partindo destas constatações, resolvemos abordar como tema deste trabalho uma análise das metodologias de ensino desenvolvidas na disciplina de Química do nono ano do Ensino Fundamental das Escolas Públicas do município de Crateús-CE. A presente pesquisa objetivou verificar como estão sendo ministrados os conteúdos químicos, identificando o nível de interiorização da disciplina por parte dos alunos. Ela foi realizada com a intenção de contribuir para reflexão sobre o processo ensino/aprendizagem no que diz respeito ao Ensino de Química nas Escolas Públicas.

MATERIAL E MÉTODOS: Para realização desse trabalho, utilizamos uma abordagem qualitativa-quantitativa que nos permitiu a obtenção de subsídios teóricos e empíricos necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Assim sendo, nosso estudo percorreu as seguintes etapas metodológicas: pesquisa bibliográfica, advinda de referências teóricas encontradas em livros, artigos científicos e pesquisa e/ou consultas à internet, possibilitando um embasamento teórico no tema em estudo; leitura e estudo do material bibliográfico mais adequado à realização do trabalho; elaboração de material a ser aplicado aos entrevistados; pesquisa de campo, mediante visitas às escolas, possibilitando-nos a obtenção de informações e conhecimentos acerca do que desejávamos investigar; análise e estudo do material obtido a partir da pesquisa de campo; e elaboração do trabalho escrito. Quanto ao instrumento aplicado para coleta e, posteriormente, análise de dados da pesquisa de campo, utilizamos um questionário fechado que, ao ser elaborado, abrangeu perguntas direcionadas ao objeto de estudo em questão. O questionário foi respondido por alunos exclusivamente do nono ano do Ensino Fundamental, os quais se tornaram partes integrantes e fundamentais para a concretização deste trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisando as respostas dadas ao questionário, constatamos que o rendimento escolar dos alunos do nono ano do Ensino Fundamental das Escolas Públicas está associado a fatores cruciais para o desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. Dentre esses fatores destacam-se a motivação para o estudo da disciplina, a utilização do material didático disponível, a assimilação dos conceitos químicos e a interação entre professor e aluno. A prática pedagógica desenvolvida nas escolas é constituída de um ensino teórico, memorístico e pouco eficaz, aliada à falta de interesse e de conhecimento básico dos alunos. O professor se limita à transmissão dos conceitos prontos e acabados, resultando em uma baixa expectativa em relação ao seu trabalho. Mais agravante ainda é a constatação de que essa prática gera uma visão distorcida nos alunos em relação à disciplina de Química. É consenso que a prática auxilia a teoria e desperta interesse entre os alunos, independente do nível de escolaridade. Assim, o professor poderia ministrar os conteúdos programáticos por meio de aulas práticas – experimentos – desenvolvidos no laboratório ou até mesmo em sala de aula. Poderia ainda, desenvolver atividades que valorizassem o cotidiano do aluno ou que envolvesse atividades extracurriculares fora do ambiente escolar como, por exemplo, visitas a indústrias, eventos, palestras etc. A partir delas, o professor pode, em sala de aula, explorar o que foi visto, relacionando-as com os conteúdos, através de debates, seminários e outros instrumentos metodológicos de aprendizado. A realização de atividades pedagógicas, com a participação ativa do aluno, pode ser capaz de proporcionar uma significativa melhoria no Ensino de Química e, consequentemente, uma grande melhoria na aprendizagem dos alunos.

CONCLUSÕES: É evidente que melhorias nas metodologias do ensino de Ciências no nível Fundamental são essenciais para minimizar os problemas relacionados ao estudo da disciplina de Química, a qual se aprofunda nas séries subsequentes do Ensino Médio. Portanto, cabe ao professor de Ciências do Ensino Fundamental buscar mecanismos apropriados e capazes de tornar o processo ensino/aprendizagem livre de obstáculos que possam atrapalhar o seu bom rendimento. Se essa liberdade não é possível, que esses obstáculos sejam repensados e reorganizados, de modo a impedir o fracasso total do trabalho do professor.

AGRADECIMENTOS: A todos os alunos e professores que gentilmente participaram da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASTOLFI, J. P.; DEVELAY, M. 1995. A didática das ciências. Campinas: Editora Papirus. FRACALANZA, H.; AMARAL, I. A.; GOUVEIA, M. S. F. 1986. O ensino de ciências no primeiro grau. São Paulo: Editora Atual. OLIVEIRA, O. M. M. F. 2007. Na busca de uma metodologia alternativa para o ensino de Química e formação do professor secundário. Disponível em: http://proex.reitoria.unesp.br. Acesso em: 7 jul. 2007. BRASIL. 1998. Parâmetros Curriculares Nacionais, Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental: Introdução. Brasília: MEC.