TÍTULO: A formação inicial do professor de Química que atua em cidades ao entorno do polo presencial da UAB no município de Uruçuí

AUTORES: Pinto, N.S. (UAPI/UFPI) ; Leal, A.S. (UESPI) ; Silva, R.L.G.N.P. (UAPI/UFPI) ; Carvalho, T.A. (UAPI/UFPI) ; Nascimento, G.P. (UAPI/UFPI)

RESUMO: Este trabalho apresenta e discuti a experiência de formação de professores de Química da cidade de Uruçuí e cidades circunvizinhas, procurando contribuir para o processo de formação mais eficiente e efetiva dos professores de Química. Foram entrevistados 10 professores de escolas públicas, utilizando questionários com questões abertas e fechadas. As cidades envolvidas na pesquisa ficam distantes de centros universitários, o que implica em carência de profissionais formados na área. O ensino nas modalidades à distância e período especial presencial contribuiu para que essa problemática fosse amenizada. É consenso entre os entrevistados, que há a necessidade dos conhecimentos químicos estarem relacionados com situações cotidianas e, que deve haver uma maior articulação teoria e prática nos cursos de formação inicial de professores de química.

PALAVRAS CHAVES: formação; professor de química; atuação docente

INTRODUÇÃO: Santos e Schnetzler (2003), após a análise das sugestões dos educadores químicos brasileiros e da revisão na literatura sobre o movimento mundial de CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), verificaram que as principais condições necessárias para a implementação do ensino de Química para formar o cidadão se resumem na elaboração de materiais de ensino e na formação de professores. Quanto à formação de professores, reconhecem sua importância pelo fato de serem os professores, os que na prática consolidam a adoção de qualquer proposta de ensino. Para Maldaner (2003), o professor em formação internaliza o processo e o reconstitui para si, constituindo-se professor. Isso é possível em processos dialógicos nos quais se envolvem professores e alunos tendo como preocupação o conhecimento veiculado. Mendes Sobrinho et al. (2006), destacam que a formação do professor deve fundamentar-se na construção da atitude reflexiva, possibilitando ao docente a análise dos pressupostos que orientam suas ações, num processo dinâmico da revisão da prática pedagógica e da construção de esquemas teóricos e práticos. É necessário, portanto, compreender os professores como autores que possuem, mobilizam, articulam e produzam saberes especializados nas vivencias cotidianas da profissão. Ainda, enfatizam que a docência precisa ser exercida por profissionais legalmente habilitados, o que pode contribuir para promover rupturas com as práticas estabelecidas. O presente trabalho teve como objetivo apresentar e discutir a experiência de formação de professores de Química de cidades localizadas no entorno do polo presencial da UAB em Uruçuí.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a pesquisa de campo, optou-se pela aplicação de questionários aos professores que atuam na educação básica nas disciplinas de Ciências e Química em cidades no entorno do polo presecial da UAB (Universidade Aberta do Brasil) cujo municipio sede do polo é Uruçuí. Tais cidades da região sul do Piauí localizam-se, aproximadamente, a 200 km de Floriano, campus universitário mais próximo onde funcionam cursos regulares presenciais. Os questionários foram elaborados tanto com questões fechadas, para coleta de informações que requerem dados mais precisos, como questões abertas, que forneceram informações mais ricas e variadas quanto a sua temática no que tange formação e prática pedagógica dos professores de Química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistados 10 professores de escolas públicas da cidade de Bertolínia e circunvizinhas. Dos entrevistados, 50% estão se formando em Licenciatura plena em Química no final do primeiro semestre de 2012, pela modalidade de Educação a Distância (EaD). Estes atuam como professores nas disciplinas de Ciências e Química desde o 6º período do curso. É consenso entre os professores entrevistados que o motivo que os levaram a escolha do curso de Química foi a falta de profissionais formados na área. Quando questionados sobre as maiores dificuldades na atuação como professor em decorrência de sua formação, observou-se a preocupação do domínio do conteúdo em sala de aula ao associar teoria e prática. Para Maldaner (2003), a parte experimental da ciência química, que costuma ser pobre nos curos de licenciatura, pode trazer complicação na formação dos professores de Química, pois o professor sente-se inseguro para propor práticas que sejam adequadas ao Ensino Médio,resultando num ensino pautado pela memorização de conteúdos isolados e abstratos. Um dos professores entrevistados quando indagado sobre o que os cursos de Licenciatura em Química devem inovar a fim de assegurar a formação de um profissional com as habilidades e competências necessárias para o seu bom desempenho em sala de aula, respondeu: “Métodos novos para aprendizagem com a realidade vivenciada pelo ser humano, expondo mais aulas em laboratórios”. Outro, diz que: “Desenvolver práticas pedagógicas e, principalmente de laboratórios para que o profissional possa ter uma maior diversidade de técnicas e teorias adequada para um bom ensinamento”. A prática e os saberes pedagógicos requerem o amadurecimento das concepções que vigoram nos cursos de formação de professores.

CONCLUSÕES: A maioria dos pesquisados assumem a preocupação em articular teoria e prática na sala de aula em consequência de uma formação pobre em aulas experimentais no curso de Química. Assim, na formação do professor de Química, há a necessidade dos conhecimentos químicos serem relacionados com situações cotidianas e articulados com a teoria e prática, a fim de que os professores consigam repassar tais conhecimentos de forma que seus alunos compreendam a interação entre os conceitos químicos estudados e o meio em que vive.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. . – 2ª ed. rev. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003. MENDES SOBRINHHO, J. A. C (Org.) Formação de professores e práticas docentes: olhares contemporâneos. Belo horizonte: Autentica, 2006. SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, R. P. Educação Química: Compromisso com a cidadania. – 3ª ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.