TÍTULO: Do incrível jogo de cartas UNO ao QuimMassa: Um recurso pedagógico lúdico e dinâmico para a compreensão das funções inorgânicas

AUTORES: Silva, K.S. (IFAL) ; Nascimento, M.C.M. (IFAL) ; Alves, M.R.C. (IFAL) ; Siqueira, E.F.V. (IFAL) ; Santos, K.C.H. (IFAL) ; Freitas, J.D. (IFAL) ; Maia, F. (SEE-AL) ; Freitas, A.J.D. (IFAL) ; França, V.T. (IFAL)

RESUMO: Este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento e aplicação do jogo didático intitulado QuimMassa em duas Escolas Públicas Estaduais de Maceió-AL para alunos do ensino médio. Tido as regras do jogo de cartas UNO como base, o QuimMassa é uma versão para utilização como ferramenta pedagógica no ensino de química, pois aborda fórmulas moleculares, nomes IUPAC e diversas características das substâncias inorgânicas (ácidos, bases, óxidos e sais) de forma dinâmica e prazerosa. A reação dos alunos em confirmar que o jogo é significativo e que o adotariam como elemento educativo para suas formações, permitiu compreender a importância da inovação em metodologias de ensino, capazes de transpor conceitos e aplicações de conteúdos trabalhados em sala de aula através de atividades lúdicas.

PALAVRAS CHAVES: Jogo Didático; Ensino de Química; Jogo de Cartas UNO

INTRODUÇÃO: As dificuldades que os alunos possuem em compreender as ciências de um modo geral são facilmente esclarecidas pelas resistências de muitos educadores que se prendem aos modelos tradicionais de ensino, e nesse contexto, a deficiência por vezes evidenciada na assimilação dos conteúdos de química está diretamente ligada à desvinculação entre a teoria e a prática. “A química fornece explicações importantes sobre nosso mundo e como ele funciona. É uma ciência extremamente prática que tem grande impacto no dia-a-dia”. (BROWN; et al., 2005, p. 2) Além de aulas experimentais, gincanas interdisciplinares e atividades dinâmicas, é possível pensar em métodos lúdicos para mediar o aprendizado e desenvolver conjuntamente outros elementos cognitivos. Nesse sentido, “a atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual”. (RIZZO, 2001 p. 40) O jogo didático foi desenvolvido para utilização como recurso pedagógico e tem como objetivos a ampliação da concentração, do raciocínio lógico, estímulo da criatividade, possibilitando a construção do conhecimento e a aprendizagem significativa dos alunos. Levando em consideração a importância do conhecimento das funções inorgânicas para o entendimento das diversas reações químicas estudadas nos três anos do nível médio, o caráter educativo do jogo abrange o assunto de funções inorgânicas, bem como símbolos relevantes para conscientização da preservação do meio ambiente. A estratégia de utilizar o jogo de cartas UNO como base, foi pensado graças a sua popularização no Brasil e especialmente por ser um dos passatempos mais jogado ultimamente.

MATERIAL E MÉTODOS: A elaboração do jogo foi realizada por discentes do Curso de Licenciatura em Química do IFAL através do PIBID. Para o desenvolvimento utilizou-se softwares de computador e a confecção deu-se através de impressão em papel couché, finalizando com os cortes e acabamentos com tesoura. O jogo foi aplicado para alunos do ensino médio de duas Escolas Públicas Estaduais, sendo uma turma do 1º e outra do 2º ano. Com o auxílio do Manual de Instruções e orientações dos idealizadores, os alunos começaram a jogar conforme basicamente as regras a seguir: A rodada inicia com 2 até 8 jogadores (a partir de 7 anos). Cada jogador recebe 5 cartas. O restante do baralho é deixado na mesa com a face virada para baixo e então vira-se uma carta do monte. Esta carta que fica em cima da mesa serve apenas como referência da cor para que o jogo comece. O jogador a esquerda do que distribuiu as cartas inicia o jogo, que deve seguir em sentido horário. Os jogadores devem jogar, na sua vez, uma carta de mesma cor ou de ação. Exemplo: se a carta inicial for a representação de um ácido (verde) o primeiro jogador deve jogar sobre ela uma carta verde correspondente à substância ácida, ou uma carta de ação. A rodada termina quando um dos jogadores zerar as suas cartas na mão. O QuimMassa é composto por 104 cartas subdivididas em: CARTAS PRINCIPAIS - 5 de substâncias ácidas (verde), sendo estas com 3 características cada, totalizando 15 cartas; da mesma forma 15 cartas para as substâncias básicas (rosa), 15 cartas para substâncias óxidos (laranja), e 15 cartas para substâncias sais (azul); CARTAS DE AÇÃO - 04 Trocar; 04 Eu Apoio e Você?; 04 Silêncio; 04 Bloqueio; 08 “1+”; 08 Inverter; 06 Bônus e 06 “3+”. Os resultados foram levantados a partir da análise das respostas dos alunos a cerca do jogo aplicado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Infelizmente os jogos didáticos são criticados por muitos como sendo meramente instrumentos de descontração em fim de aulas. Para Piaget, (1988, p.158) “o jogo é uma alternativa frequentemente ignorada pela escola tradicional, por dois motivos: primeiro, pelo fato de parecer privado de relevância funcional e segundo por ser considerado apenas um descanso ou desgaste de um excedente de energia”. Nesse sentido, devemos enxergá-lo como um recurso pedagógico aliado às inovações metodológicas no processo de ensino-aprendizagem, o qual desenvolve vários elementos cognitivos, dentre eles, o desenvolvimento intelectual. Durante a leitura e explicação do Manual de Instruções alguns alunos ficaram sem entender as regras, mas quando começaram a jogar, aos poucos foram se inteirando e se divertindo à medida que as cartas de ação os faziam se “prejudicar” apanhando mais cartas, ou se beneficiar, descartando suas cartas. O uso de estratégias foi constante e a atenção às cartas com características das substâncias inorgânicas foi redobrada. O jogo fluiu de forma significativa e os alunos ficaram interessados em adquiri-lo. Abaixo segue uma síntese dos resultados e comentários feitos pelos alunos: 1) Todos os alunos consideraram o jogo como princípio educativo atendendo aos objetivos do assunto relacionado; 2) O jogo exigiu atenção e formulações de estratégias; 3) As regras foram claras e objetivas; 4) O dinamismo durante as partidas permitiram que os assuntos fluíssem prazerosamente; 5) 75% dos alunos já sabiam jogar UNO, o que facilitou a aplicação e entendimento do novo jogo.

Momento do Jogo

Demonstração das cartas de ação do QuimMassa.

Momento do Jogo

Demonstração das cartas principais com as funções inorgânicas.

CONCLUSÕES: Podemos compreender o quanto se torna importante quando o professor estimula o alunado através de atividades que fogem do tradicionalismo, favorecendo a construção de novos conhecimentos, ampliando as possibilidades de interações. Contudo, podemos concluir que o jogo tem vários elementos necessários à aprendizagem, pois ele desafia, desenvolve o pensamento, a reflexão, a criatividade, além de ser uma metodologia de ensino diferenciada e com resultados significativos.

AGRADECIMENTOS: À CAPES pela concessão das bolsas do PIBID, ao IFAL e à Secretaria Estadual de Educação de Alagoas pela boa recepção nas escolas participantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BROWN,T. L.; LEMEY Jr, H. E.; BURTEN, B.E.; BURDGE, J. R. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 1988. RIZZO, Gilda. Jogos inteligentes: a construção do raciocínio na escola. Ed. Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2001.