TÍTULO: PRODUZIDO ÁLCOOL A PARTIR DO CALDO DE CANA: UMA EXPERIÊNCIA COM UM GRUPO DE ALUNOS DO TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA INSTITUTO SANTA TERESINHA DE BRAGANÇA NO ESTADO DO PARÁ

AUTORES: Ramos, G.C. (UEPA) ; Silva, A.W.A. (IST) ; Farias, F.P. (IST) ; Jesus, J.E.C. (IST) ; Lopes, L.C.Q.R. (IST)

RESUMO: Um grupo de quatro alunos do terceiro ano do ensino médio, de uma escola da rede particular de ensino, Instituto Santa Teresinha de Bragança no estado do Pará, fizeram um seminário com o tema álcool e após a apresentação eles fizeram uma experiência em que eles produziram álcool em sala de aula a partir do caldo de cana (suco extraído da cana de açúcar). Esta atividade foi desenvolvida para aproximar a função orgânica álcool da realidade e assim mostrar que podemos ter atividades que envolvam a teoria e a prática. Pois, assim além de aprendermos conceitos de fermentação alcoólica ainda observamos o processo de obtenção do álcool em sala de aula. O que origina aulas mais interessantes e motivadoras.

PALAVRAS CHAVES: ensino médio; fermentação alcoólica; função orgânica

INTRODUÇÃO: O álcool é utilizado no Brasil como uma fonte alternativa de energia, principalmente, para o uso em motores de ignição por centelha. O álcool etílico no Brasil tem como matéria-prima a cana-de-açúcar, podendo ainda ser obtido através da fermentação da beterraba açucareira, sorgo sacarino, milho sacarino. Os álcoois são um grupo de compostos orgânicos em que a hidroxila está diretamente ligada a um carbono saturado (ATKINS & JONES, 2006). O etanol, composto orgânico de fórmula molecular C2H5OH, pertence a esta classe. Ele não é encontrado espontaneamente na natureza, podendo ser obtido por diferentes processos, tais como a destilação, a fermentação e de forma sintética. No Brasil, a biomassa é a fonte de maior significância, onde se destaca a cana-de-açúcar (sacarose) como matéria-prima. A fermentação alcoólica pode ser considerada como a oxidação anaeróbica parcial da glicose, por ação de leveduras, com a produção final de álcool etílico e gás carbônico, além de outros produtos secundários. Existem vários estudos que retratam a atual situação do ensino de química nas escolas de todo o país. E o grande desinteresse dos alunos pela disciplina está diretamente relacionado a aulas meramente teóricas. De acordo com Santos & Schentzler apud Salvadego (2008 p.56), a inclusão da experimentação, possui um papel investigativo em sua função pedagógica, auxiliando o aluno a compreender fenômenos químicos. A partir dessa perspectiva desenvolvemos então esta atividade para aproximar a função orgânica álcool da realidade e assim mostrar que podemos ter atividades que envolvam a teoria e a prática. Pois, assim além de aprendermos conceitos ainda temos a oportunidade de observamos o processo de obtenção do álcool em sala de aula e assim termos aulas mais interessantes e motivadoras.

MATERIAL E MÉTODOS: A atividade desenvolvida em sala de aula foi à experiência para produzir álcool a partir de caldo de cana. Que segundo Santos & Schentzler apud Salvadego (2008 p.56), a inclusão da experimentação, possui um papel investigativo em sua função pedagógica, auxiliando o aluno a compreender fenômenos químicos. O que possibilita uma maior aproximação da teoria com a prática além, de despertarem a curiosidade e o interesse dos alunos para desenvolverem atividades. O material utilizado nessa prática foi: - 4 Litros de caldo de cana (que compramos no comércio bragantino) - 3 colheres de sopa de açúcar - 3 colheres de chá de fermento biológico - 3 garrafas vazias de refrigerante de 2 litros - 3 balões de festa tamanhos grandes - 1 garrote - 1 panela de pressão - barbante - 250 ml de álcool - espiriteira a álcool - 1 recipiente De início dividimos o caldo de cana nas três garrafas de refrigerante, e acrescentamos na primeira garrafa três colheres de chá de fermento biológico, na segunda adicionamos três colheres de sopa de açúcar e na terceira não acrescentamos nada. Logo depois, colocamos o balão na boca da garrafa e amarramos com o barbante para fechar o sistema, ressaltamos que fizemos isso com as três garrafas e esperamos durante três dias. Após os três dias, retiramos 200 ml de caldo de cada de cada uma das garrafas, colocamos estes líquidos em uma panela de pressão em que tínhamos conectado um das pontas do garrote exatamente no local da válvula e a outra ponta do garrote estava dentro de um recipiente. E levamos a panela com o material até a espiriteira que foi alimentada com álcool e esperamos por aproximadamente dez minutos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No experimento observamos a formação de um gás (que nesse caso é o gás carbônico como um dos produtos da reação de fermentação alcoólica) que ficou armazenado dentro do balão. Na primeira garrafa em que acrescentamos o fermento biológico, verificamos que após uma hora e meia, do início da experiência, já havia gás dentro do balão, o que significa que a reação estava acontecendo. Na segunda garrafa em que colocamos açúcar só percebemos a presença de gás dentro do balão após o segundo dia da experiência. E na terceira garrafa em que não colocamos nada só observamos a presença de gás após um dia do início da experiência. Foi somente após o terceiro dia do início da experiência que o material obtido foi aquecido. E com relação ao momento do aquecimento do caldo de cana fermentado, foi somente, após dez minutos, que observamos que um novo material havia sido formado, pois, pingava no recipiente uma solução incolor que era justamente uma mistura homogênea de água e álcool. A presença do álcool foi verificada pelo aroma deste produto que se expandia por toda a sala.

CONCLUSÕES: A produção de álcool a partir de caldo de cana em sala de aula é uma atitude possível que pode possibilitar aos alunos uma forma atrativa de aprender e compreender os fenômenos químicos, tornando assim, as aulas de química, mais atrativas. Como nessa experiência realizada por um grupo de alunos do terceiro ano do ensino médio da escola Instituto Santa Teresinha de Bragança no estado do Pará.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos primeiramente a Deus, ao Mestre Morales e a Professora Gisele Ramos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ATKINS, P. & JONES, L. Princípio de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. SALVADEGO, W. N. C. Atividade experimental no ensino de química: uma relação com o saber profissional do professor da escola média. 2008. 163 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática). Universidade estadual de Londrina. Londrina, 2008.