TÍTULO: Olimpíada de Química – Um projeto do programa Química Habitual

AUTORES: Estephaneli, J.P.W.C. (IFF - CAMPUS ITAPERUNA) ; Simões, J.B. (IFF - CAMPUS ITAPERUNA / UFV-MG) ; Tavares, G.G. (IFF - CAMPUS ITAPERUNA)

RESUMO: Motivados pelo “prazer” da disputa, principalmente quando se diz respeito à jogos, a Primeira Olimpíada de Química Prática do IFF traz uma nova forma do aluno aprender química, não a teórica utilizada nas olimpíadas normais, vestibulares e em salas de aula, mas a prática, de forma que os alunos tragam ideias, discutam, proponham soluções a problemáticas, desenvolvendo seu olhar científico. Motivados pelos colegas de sua equipe e pelo prêmio os alunos dão o seu máximo indo além das expectativas. Com quatorze equipes inscritas não faltaram questionários e formulários avaliando o projeto, muito bem recebido por todos. Comprovando que sim, a química e a ciência não são disciplinas difíceis de serem aprendidas, assim podem ser realizadas por alunos de qualquer idade e nível escolar.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de química; Experimentação; Sustentabilidade

INTRODUÇÃO: Geralmente existe um preconceito por parte dos alunos em relação a química, além de uma visão distorcida de que estudar química é difícil. Por esta e outras razões, o estudante perde o prazer e o interesse em estudar Química, assim é preciso que professores tenham não só um bom domínio, mas tornem prazeroso o estudo facilitando a aprendizagem. Os jogos são considerados educativos por desenvolverem habilidades cognitivas essenciais para a construção da aprendizagem resolução de problemas, percepção, criatividade, raciocínio rápido e lógico, contextualização dos assuntos, dentre outras (ZANON, 2008). “A alternância de diferentes estratégias de ensino e de recursos didáticos nas aulas de química, contribuiu para os alunos se engajarem mais intensivamente nas aulas, participando com maior interesse”. (Santos 2007) O Programa Química Habitual há quase três anos vem fazendo sua parte na conquista de uma educação melhor e mais justa a jovens de escolas públicas, ofertando monitorias práticas, mais dinâmicas com listas de exercícios e apostilas com linguagem voltada para esse público, além de serem desenvolvidos jogos, softwares, um blog interativo, estando presente inclusive em redes sociais motivando e tirando dúvidas. Entre os projetos que fazem parte do programa “Química Habitual” está a Primeira Olimpíada de Química Prática do Instituto Federal Fluminense – campus Itaperuna, onde através de novas estratégias conseguimos ensinar de forma prazerosa; incluindo na formação de nossos jovens habilidades cognitivas essenciais para a construção da aprendizagem, resolução de problemas, percepção, criatividade, raciocínio rápido e lógico, contextualização dos assuntos, dentre outras. Além de debatermos temas essenciais, como sustentabilidade, reciclagem, etc.

MATERIAL E MÉTODOS: Em 1996, foi estabelecida a Lei de Diretrizes e Bases - que rege os princípios e finalidades da Educação– constituindo competências incumbidas ao Ensino Médio, onde a Educação não deve restringir-se no compartilhamento de informações ou metodologias de cunho memorístico, mas de construção do conhecimento, desenvolvimento de capacidades cognitivas essenciais à formação cidadã. Através de jogos e experiências práticas os alunos puderam “construir o conhecimento” teórico através de atividades práticas e lúdicas, facilitando a assimilação de conteúdo. Ele pode constatar que a química é algo importante e que se faz presente no deu dia-a-dia. A olimpíada contou com cinco fases, na primeira houve um Quiz interativo, nesta fase os alunos foram dispostos no auditório da escola como em um quiz de TV, foram realizadas perguntas que envolviam interdisciplinaridade, resolução de problemáticas atuais, perguntas sobre equipamentos/vidrarias de laboratório. Na fase 2 as equipes tiveram a missão de preparar e apresentar um experimento químico. Na terceira fase os alunos prepararam um texto, envolvendo temas como sustentabilidade, poluição, etc. Já na fase 4 foi lançado o desafio para que as equipes juntassem materiais recicláveis, que serão reciclados na própria escola em ocasiões futuras. E na fase 5: Os alunos participaram de um jogo educativo de tabuleiro (como Banco Imobiliário e Jogo da Vida). Para não haver injustiças de nível a disputa ocorreu entre equipes de mesma série/ano escolar. Foram inscritas 14 equipes de quatro alunos cada. Cada fase soma uma pontuação, a equipe com maior pontuação no somatório final das fases será premiada com uma viagem, cabe ressaltar que a participação dos alunos na Olimpíada é voluntária e não acarreta em pontuação na disciplina de química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A base de todas as fases do projeto, assim de como a maioria dos projetos do programa Química Habitual é a química prática, ande através de experimentos acreditamos conquistar os alunos para essa ciência essencial, confrontamos a química teórica e prática, pois desta forma, como Santos, Wildson Luiz Pereira dos disse em 2007 contribuiu para os alunos se engajassem nas aulas e percebemos que a forma como o conhecimento químico é transmitido, normalmente em escolas públicas, ora por falta de apoio financeiro, ora por falta de força de vontade, não atende à real necessidade dos alunos. Confirmado por Bueno et. al (2011), “a função do experimento é fazer com que a teoria se adapte à realidade [...]”, desta forma nos preocupamos em unir química prática, teórica e situações do cotidiano como a reciclagem. Após a fase 2 e 3, foi aplicado um questionário, em que 96% dos alunos relataram que a assimilação foi maior quando a teoria foi confrontada com a prática e 89% dos alunos disseram que as discussões com sua equipe contribui de forma positiva ao ampliar seu conhecimento. O site da olimpíada foi de total importância para os alunos, lá eles encontraram sugestões, datas, informações, contato, enfim, o máximo que podemos disponibilizar de ajuda, as inscrições também foram online; para 100% dos alunos o blog e contribuiu para que eles conseguissem maior rendimento durante as fases. 87% dos alunos consideraram a olimpíada com índice de organização excelente. 100% dos alunos consideraram o ambiente favorável, confortável e diferente de uma sala de aula. 84% concordaram que a olimpíada através da prática e do lúdico contribuiu para seu conhecimento curricular. 76% avaliaram como excelente a metodologia.

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Gráficos referentes aos questionários aplicados as equipes da Primeira Olimpíada de Química Prática do IFF.

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Gráfico referente a um dos questionários aplicados as equipes da Primeira Olimpíada de Química Prática do IFF.

CONCLUSÕES: Ao analizarmos os questionários respondidos pelos participantes e os diálogos com os mesmos observamos bons resultados; 98% disseram que participariam de novo, 95% relataram ter melhorado o modo de conceituar química. A olimpíada conquistou alunos, difundiu esta ciência e principalmente serviu como uma forma alternativa e diferenciada de ensinar e aprender química. Contribuindo para a formação integral do aluno, além de usar a química prática para ensinar macroscopicamente o que é ensinado microscopicamente em sala de aula, auxiliando nos estudos e aumentando o interesse em estudar ciências.

AGRADECIMENTOS: Aos alunos que foram fundamentais neste projeto, ao IFF – campus Itaperuna pelo apoio e patrocínio e a Deus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BUENO, Lígia.; Moreia, Kátia. C.; Soares, Marília; Dantas, J. Denise; Wiezzel, Andréia C. S.; Teixeira, Marcos F. S. O ensino de química por meio de atividades experimentais: a realidade do ensino nas escolas. Encontro do Núcleo de Ensino de Presidente Prudente 2007, São Paulo. Disponível em http://www.unesp.br/prograd/ENNEP/Trabalhos%20em%20pdf%20-%20Encontro%20de%20Ensino/T4.pdf Acesso em 04 jun. 2012. ZANON, Dulcimeire Aparecida Volante. GUERREIRO. Manuel A. da Silva e OLIVEIRA. Robson Caldas de. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, 13, 2008, 72-81. SANTOS, Wildson Luiz Pereira do. QUÍMICA & SOCIEDADE. Volume único. São Paulo: Nova Geração, 2007. SOARES, Márlon. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Química Nova Na Escola, 31, 3, 2009, 224-225.